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Tranquilidade marca primeiro dia sem 21 linhas de ônibus após Belém integrar BRT Metropolitano

A partir desta segunda-feira (15), entrou oficialmente em vigor a descontinuidade de 21 linhas de ônibus que atendem Belém, Ananindeua e Marituba

O Liberal

O movimento nos ônibus do BRT Metropolitano foi considerado fraco ao longo da manhã desta segunda-feira (15), em que estava previsto o início da descontinuidade de 21 linhas de ônibus que atendem à Região Metropolitana de Belém. Em paradas e estações, poucas pessoas eram vistas embarcando nos coletivos que passaram a substituir as linhas convencionais.

A maioria dos ônibus do BRT Metropolitano, tanto os paradores quanto os que atendem às estações ao longo da BR-316, apresentava lotação apenas no momento da saída dos terminais de Ananindeua e de Marituba. Fora desses pontos, muitos veículos circulavam com baixa ocupação.

Nas estações e paradas de ônibus, diversos passageiros continuaram utilizando normalmente as linhas que estavam previstas para serem descontinuadas. Mesmo sendo o dia anunciado como o de encerramento definitivo dessas linhas, os ônibus seguiram realizando o transporte de pessoas. Como fazem rotineiramente, moradores da região metropolitana embarcaram nessas linhas para chegar aos seus destinos habituais.

Descontinuidade

A partir desta segunda-feira (15), entrou oficialmente em vigor a descontinuidade de 21 linhas de ônibus que atendem Belém, Ananindeua e Marituba, como parte do processo de integração operacional ao Sistema BRT Metropolitano. A medida integra a reorganização do transporte coletivo na Região Metropolitana. Os coletivos foram substituídos pela rede de atendimento do sistema de transporte, composta por 31 linhas, sendo 9 troncais e 22 alimentadoras.

O anúncio da mudança foi feito pela Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (Arcon). A iniciativa tem como objetivo reduzir a sobreposição de itinerários, otimizar a circulação nos principais corredores viários da capital e garantir maior previsibilidade ao transporte público.

Integração

Por meio de nota, a Arcon informou que a rede de atendimento do BRT Metropolitano é composta por 31 linhas, sendo nove troncais e 22 alimentadoras, implantadas de forma gradual desde o dia 1º de novembro.

Segundo a Arcon, o sistema já está em operação, conectando sete municípios com tarifa única de R$ 4,60. A frota é climatizada, menos poluente e inclui veículos elétricos, oferecendo mais conforto e agilidade aos usuários.

Ainda conforme a agência, a entrada do novo serviço alterou a dinâmica da mobilidade na Região Metropolitana, exigindo ajustes de sobreposição entre o sistema antigo e o BRT, com revisão de itinerários, alterações e extinções de algumas linhas convencionais para melhor oferta aos usuários e manutenção do equilíbrio econômico e financeiro.

A Arcon destacou que os serviços vinham operando de forma simultânea para que os passageiros pudessem experimentar o BRT Metropolitano. No entanto, a agência informou que, a partir deste dia 15 de dezembro, 21 linhas redundantes do transporte convencional seriam descontinuadas. Apesar disso, na prática, essas linhas continuaram circulando.

Linhas descontinuadas

Confira a lista das 21 linhas descontinuadas que passam a integrar o sistema BRT Metropolitano:

Santa Bárbara – São Brás

Benevides – São Brás

Benevides – Castanheira

Murinin – Castanheira

Maguari – Pátio Belém

Maguari – Doca

Aurá – Presidente Vargas

Curuçambá – Pátio Belém

Águas Lindas – Presidente Vargas

Águas Lindas – Ver-o-Peso

Águas Lindas – Pátio Belém

Júlia Seffer – Pátio Belém

Distrito Industrial – Pátio Belém

Ananindeua – Presidente Vargas

Marituba – Pátio Belém (Pirelli/Decouville)

Marituba – Pátio Belém (Mário Couto)

Júlia Seffer – Presidente Vargas

Almir Gabriel – Pátio Belém (São Brás)

Almir Gabriel – Ver-o-Peso

Marituba – Direcional (Doca)

Marituba – Pátio Belém (Cerâmica)

Com a mudança, essas linhas passam a compor a rede alimentadora do BRT, ampliando a conexão de bairros e localidades às estações de Ananindeua e Marituba. As operadoras deverão ajustar itinerários, horários e oferta de viagens, garantindo atendimento contínuo aos usuários dentro da nova dinâmica de integração.

Segundo a Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade de Belém (Segbel), a adequação favorece o fluxo na rota exclusiva do BRT até Belém e evita a sobreposição de veículos nas avenidas Almirante Barroso, Presidente Vargas, Padre Eutíquio e Visconde de Souza Franco, que concentram grande volume de circulação na capital.

Em nota, a Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (Arcon) informa que as linhas do BRT Metropolitano estão ativas e operando normalmente. Sobre o transporte convencional, a Arcon esclarece que as ordens de serviço que autorizavam e definiam os parâmetros operacionais das linhas descontinuadas foram emitidas pela Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade de Belém (Segbel), órgão responsável por torná-las sem efeito e fiscalizar o descumprimento.

Mudanças no transporte

Apesar do movimento ainda tímido, passageiros que já utilizam o BRT Metropolitano avaliam positivamente a mudança. Cleia Maria Lopes da Silva, que já usa os novos ônibus, acredita que a substituição das linhas tende a facilitar a rotina de quem depende do transporte coletivo. “Vai melhorar pra gente, porque antes era muito tumulto. A gente só pegava ônibus cheio, muito lotado. Agora vai facilitar mais para quem trabalha, principalmente no centro de Belém. Hoje, por exemplo, os ônibus estão rodando até sem passageiros. Tudo muito tranquilo”, afirmou. Segundo ela, familiares que já utilizam o BRT também aprovam o novo sistema. “Minha filha já está usando e só tem elogios. Ela diz que está gostando e que facilitou muito, porque a gente não vai mais precisar pegar ônibus tão lotado como antes”, relatou.

A passageira Erlen Sheila Ferreira de Aviz, moradora de Marituba, também avalia a mudança como positiva, especialmente em relação ao tempo de deslocamento. “Melhorou bastante. Antes era muito difícil pegar outra linha para vir para Ananindeua, principalmente por causa do engarrafamento. Agora está bem mais tranquilo, como hoje, que os ônibus estavam vazios”, contou. Sobre a descontinuidade das linhas, ela afirma que não sentiu tanto impacto, mas percebe mudanças no dia a dia. “Para mim não fez tanta diferença, mas vejo muita gente falando que agora está bem mais tranquilo para pegar os ônibus que vão substituir as linhas antigas”, disse.

Já Raimunda Navegantes, de 72 anos, aposentada e moradora de Ananindeua, demonstra expectativa misturada com preocupação em relação ao novo modelo. Ela utiliza o transporte com frequência para realizar tratamento de saúde no centro de Belém e afirma que soube das mudanças pela imprensa. “Eu fiquei sabendo pelo jornal. A linha que eu pegava vai ser descontinuada e por isso tive que tirar a carteirinha”, explicou. Raimunda conta que o deslocamento até o ponto de integração pode ser mais difícil. “Vai ser um pouco complicado, porque eu moro longe. Mas é um jeito, a gente vai ter que vir. Eu espero que melhore”, desabafou.

Para Ioná Andrade de Oliveira, de 33 anos, passageira que mora em Castanhal e se desloca diariamente para Belém, as novas linhas reduzem o tempo de viagem. “Está sendo bem rápido e prático. Antes eu tinha que pegar vários ônibus, de Castanhal até Marituba e depois outro para Belém. Agora, com um só, consigo chegar bem mais rápido. Vi que eles vão parar de rodar, mas têm outros melhores no lugar dos antigos ônibus”, afirmou. Ela ainda acrescentou que o BRT Metropolitano trouxe economia e praticidade. “Antes eu gastava cerca de R$ 40 para ir e voltar. Agora, com esses novos ônibus, pago bem menos, então está sendo excelente”, completou.

Emissão do ‘Pra Já’

No terminal de Ananindeua, ainda nesta segunda-feira (15), uma grande fila se formou de pessoas em busca da carteirinha do sistema de bilhetagem “Pra Já”. Muitos usuários aproveitaram o primeiro dia oficial da mudança para regularizar o acesso ao novo modelo de transporte.

Para utilizar o BRT Metropolitano de Belém, é obrigatório o uso do Cartão Pra Já, que substitui os antigos passes. O sistema aceita tanto o cartão físico quanto o pagamento por QR Code, por meio do aplicativo ‘Pra Já Metropolitano’. A versão digital do cartão está disponível para Android e iOS.

O cartão pode ser adquirido nos Terminais de Integração de Ananindeua e Marituba, além das Estações Cidadania de São Brás, Pátio Belém e Metrópole. Para a emissão, é necessário apresentar RG, CPF e comprovante de residência. Estudantes devem apresentar comprovante de matrícula e pessoas com deficiência precisam de laudo médico para garantir meia-passagem ou gratuidade.

O Cartão Pra Já é exclusivo do BRT Metropolitano e não se integra diretamente ao sistema de transporte municipal de Belém. A tarifa é única e garante integração entre linhas troncais e alimentadoras com um único pagamento. Idosos, pessoas com deficiência e agentes em serviço têm direito à gratuidade.

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