Trabalhadores de eventos fazem ato pedindo reabertura de atividades em Belém
Organizadores se juntaram com profissionais das aparelhagens para pressionar o prefeito
Dezenas de trabalhadores e empresários participam de um ato que percorreu as ruas de Belém na manhã desta quarta (12), cobrando que o prefeito se posicione frente a pedidos de flexibilização de atividades para trabalhadores que atuam no mercado de eventos em Belém. Veja:
O ato, marcado para iniciar às 9h, em frente ao gabinete do prefeito, na avenida Nazaré, culminou com uma concentração realizada em frente ao Theatro da Paz, onde representantes falaram em caixas de som. Os organizadores se juntaram com profissionais das aparelhagens para pressionar o prefeito de Belém.
Segundo diz a categoria, no último dia 29 de julho Zenaldo Coutinho disse que daria respostas até o dia 7 de agosto para as demandas de flexibilização, mas, segundo dizem os trabalhadores, uma resposta não foi dada até o momento pelo poder municipal.
Categoria pede retomada
Após cinco meses parados e impedidos de atuar por conta da pandemia do novo coronavírus, cuja cura ainda não foi encontrada tampouco a vacina, os trabalhadores alegam que no último mês vários serviços não essenciais já voltaram a funcionar normalmente, incluindo bares e restaurantes, respeitando as recomendações dos órgãos de saúde, como manter o distanciamento social, práticas de higiene e uso de máscara. De acordo com os manifestantes, não há justificativa para sustentar a abertura de determinados locais que também concentram grande número de pessoas, como praias, balneários e praias, em detrimento de outras atividades, como festas.
"A nossa reivindicação é pacífica. Nós somos trabalhadores 'da noite', estamos representando todos os trabalhadores que atuam à noite, que estão necessitando voltar ao trabalho. Como todas as atividades estão voltando gradativamente, nós queremos uma resposta do prefeito (Zenaldo Coutinho) sobre quando haverá uma data específica para poder reiniciar os nossos trabalhos. Nós estamos pedindo que ele reveja isso, pois nós temos funcionários, encargos sociais, nossos deveres também. Nós queremos pelo menos uma data para indiciar um possível retorno ou não. Se vai realmente reabrir ou não só quem pode dizer é o pessoal da saúde, mas nós queremos uma data, pois queremos trabalhar", explicou Ademar Gonçalves, da Associação Profissional dos DJs de Aparelhagens do Estado do Pará (Apasepa).
De acordo com Ademar Gonçalves, as diversas categorias afetadas pela crise decorrente da pandemia já estudaram e elaboraram propostas para garantir que a retomada das atividades lúdicas seja segura, obedecendo as recomendações das entidades de saúde. Os trabalhadores pedem a liberação de no mínimo 50% da capacidade das casas de shows e eventos.
"Nós fizemos um planejamento de todas as formas, combinando com as diretrizes para a saúde. Nós iremos cumprir todos os parâmetros da saúde. Nisso, quem não cumprir sofrerá as penalidades", garantiu. "Nós estamos pedindo o retorno do nosso trabalho, de forma que não vá afetar a saúde pública, que vá de acordo com o que for estipulado pelos órgãos de saúde. A gente não quer bagunça, a gente só quer voltar a trabalhar", completou.
Manifestantes pedem prazos
Empresários, artistas, músicos, dançarinos, cantores, produtores de conteúdo e eventos, donos de aparelhos, DJs, técnicos de som e iluminação, fotógrafos e trabalhadores dos bastidores e apoio pedem que as autoridades locais revejam as diretrizes para um retorno seguro das atividades festivas e exigem uma data para um possível regresso.
Para o presidente da Liga dos Blocos do Pré-Carnaval da Cidade Velha, Fabiano Scherer, é possível garantir a segurança nos eventos a fim de evitar a proliferação do novo coronavírus, que já matou quase 6 mil pessoas no Pará e tem mais de 170 mil confirmações da doença em cinco meses.
"Nós estamos pensando nos trabalhadores 'da noite' de Belém como um todo, não só já pensando no próximo carnaval. Como a cada 15 dias é revisto o protocolo de Belém, nós acreditamos que a prefeitura vai ter a sensibilidade de rever, já na próxima quinzena, a posição atual, e começar a gradativamente os eventos. Não tem diferença, no nosso pensamento, liberar um restaurante com 50% e proibir um evento com 50%. É possível a liberação dos eventos, desde que se cumpra todos os protocolos necessários", comentou.
Prefeitura diz que avalia pedidos
A redação integrada de O Liberal procurou a Prefeitura de Belém e o govero do Estado para obter respostas para as demandas dos manifestantes.
A Prefeitura de Belém informou que os representantes do movimento de eventos foram orientados a protocolar uma solicitação de agenda com o prefeito Zenaldo Coutinho, para tratar do assunto relacionado à retomada do segmento. A prefeitura ressaltou que vem realizando reuniões periódicas com as categorias que participam da retomada econômica do município, incluindo o de eventos e músicos.
A Prefeitura destacou, também, que no próximo dia 17 de agosto fará nova análise do parecer técnico emitido pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), para verificar a possibilidade de retorno destas atividades.
O governo do Estado não respondeu aos contatos de O Liberal.