Restauro: Capela Pombo chega a 70% de obras concluídas, em Belém; veja a previsão de entrega
A capela será um equipamento cultural, que poderá receber apresentações musicais e teatrais, exposições e instalações artísticas
A Capela Nosso Senhor dos Passos, conhecida como Capela Pombo, é a única particular existente na cidade, sendo um dos elementos históricos mais emblemáticos de Belém. Adquirido pela Universidade Federal do Pará, em 2014, para garantir a integridade do patrimônio, o espaço entrou em processo de restauro em 2024 e está com 70% das obras concluídas. A previsão é de que a capela esteja totalmente restaurada até junho de 2026, segundo responsáveis pelo projeto.
A primeira etapa do processo de restauro da Capela Pombo começou em agosto de 2024 e foi finalizada em agosto de 2025. Nessa etapa, foi instalada uma nova cobertura e restauradas a estrutura da nave principal, a fachada e o coro.
A ideia era garantir rapidamente a integridade do prédio, que estava muito deteriorado. “Tivemos a preocupação de estabilizar o prédio, fazer uma nova cobertura e preservar o que estava comprometido, para, em seguida, fazer o restante da obra de forma mais segura”, explica Roberta Rodrigues, arquiteta e coordenadora do Fórum Landi, da UFPA.
A segunda etapa do restauro começa no início de 2026 e deve ser finalizada até junho do mesmo ano, segundo estima a arquiteta Roberta Rodrigues. Nesse momento, o foco será a construção do anexo, que fica atrás da Capela Pombo, de um banheiro, além da finalização de detalhes no interior da capela. O anexo terá um anfiteatro e é pensado para receber atividades culturais.
O investimento para realizar a obra veio da UFPA, da empresa Mape Engenharia e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O aporte do Iphan para a UFPA é de R$ 2,5 milhões.
Cores originais
As cores da Capela Nosso Senhor dos Passos foram mantidas pela equipe responsável. O público que passa em frente ao prédio consegue ver o amarelo e o branco característicos do local. Dentro da capela, também há detalhes em tom verde. “Fizemos prospecção e são cores recorrentes, pois elas são feitas com pigmentos naturais. Cores como amarelo e rosa são de argila. Então eram muito recorrentes”, comenta a arquiteta.
Capela Pombo será um equipamento cultural
A Capela Pombo era utilizada como palco de batizados, casamentos, ladainhas e terços. Após a restauração, o espaço perderá essas funções, pois a proposta é transformá-la em um equipamento cultural. “É um espaço para atividades culturais. Podemos fazer apresentações musicais. No anexo, poderão ocorrer atividades de teatro, exposições e instalações artísticas”, detalha Roberta Rodrigues.
Em outubro, a Capela Pombo teve uma reabertura simbólica que contou com atividades culturais de história e música. O público presente conferiu o minirroteiro Antônio Landi, que passou por marcos da arquitetura sacra de Belém – as igrejas das Mercês, de Sant’Ana e a Capela Pombo. Para finalizar, houve um recital de música da Escola de Música da UFPA (Emufpa).
História
Localizada na Travessa Campos Sales, a Capela Pombo foi construída no século XVIII e é atribuída ao arquiteto italiano Antônio José Landi. Ela era uma capela privada que fazia parte de um conjunto com uma residência. A comunidade a visitava frequentemente, o que a transformou em uma referência importante no bairro da Campina.
A família que detinha a posse da capela vendeu o imóvel para a UFPA em 2014. A iniciativa foi coordenada pelo professor Flávio Nassar, que estava na direção do Fórum Landi, da UFPA. O objetivo da universidade era preservar e recuperar o prédio para o uso da comunidade. A partir disso, iniciou-se o processo de produção do projeto e de captação de recursos.
“Além da importância arquitetônica, ela tem uma importância cultural para a cidade. Então, é por isso que a UFPA também se empenhou em restaurar, para que essa referência seja mantida”, afirma a arquiteta Roberta Rodrigues.
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