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Resgate e soltura de tartaruga marinha emociona moradores de Algodoal

O animal foi resgatado na Praia da Princesa e recebeu cuidado de equipes especializadas

Talita Azevedo | Especial para O Liberal

Uma tartaruga marinha foi encontrada em apuros por moradores na Praia da Princesa, em uma das Áreas de Proteção Ambiental (APA) Algodoal-Maiandeua, na região de Maracanã, nordeste paraense, na última sexta-feira (1°). Após ficar preso em um curral de pesca, o animal foi resgatado por pessoas da comunidade e técnicos do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) e da ARVUT Meio Ambiente, uma ONG. A espécie Chelonia mydas, conhecida como tartaruga-verde, é considerada ameaçada de extinção e possui uma importância ecológica essencial no equilíbrio dos ecossistemas marinhos e costeiros. 

Após encontrarem a tartaruga, moradores da ilha acionaram a equipe técnica da Gerência da Região Nordeste (GRNE) do Ideflor-Bio, que tem o local como parte das ações da Operação Verão 2025.


A técnica em gestão ambiental do Ideflor-Bio, Adriana Gomes, que participou do resgate e da soltura, ressaltou a importância da preservação de animais marinhos e da colaboração da população. “Esse resgate reforça a importância da presença técnica constante nas Unidades de Conservação e da parceria com os comunitários, que são nossos olhos e ouvidos no território. Ver esse animal voltar ao mar é testemunhar a força da conservação em ação”, declarou.

As condições físicas da tartaruga foram avaliadas e ela ainda foi submetida a um processo de biometria com medição da carapaça, além de receber anilhas de identificação individualizadas, para que seja monitorada ao longo do tempo. Sua presença na região indica a boa qualidade ambiental da APA Algodoal-Maiandeua, espaço que funciona como principal refúgio natural litorâneo do Pará.

Com a marcação das anilhas metálicas numeradas, pesquisadores e técnicos conseguem acompanhar o crescimento, os deslocamentos e os padrões de migração dos animais. Com essas informações, o processo de planejamento de políticas públicas de preservação e manejo sustentável da fauna marinha é ampliado.

A devolução da tartaruga para o mar comoveu grande parte dos moradores da vila, que puderam acompanhar de perto cada etapa do resgate e da soltura. A tartaruga-verde cruzou a faixa de areia até alcançar o mar, entre aplausos e olhares atentos, retomando seu caminho nas águas que ilustram sua jornada. 

O diretor de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação do Ideflor-Bio, Ellivelton Carvalho, afirmou que o momento é mais do que um simples resgate, é a reafirmação do papel estratégico das UCs na proteção da biodiversidade marinha e na articulação entre ciência, gestão ambiental e saber tradicional.

“Essa ação simboliza o compromisso do Estado com a preservação das espécies marinhas e a importância das UCs para garantir que animais como a tartaruga-verde possam continuar existindo nas nossas praias. É também um gesto de respeito à natureza e ao trabalho em rede com as comunidades tradicionais”, pontuou.