Público aproveita atividades de comemoração de 130 anos do Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi
MPEG estará aberto neste final semana antes do fechamento para o público na próxima segunda-feira (18)
O público paraense aproveitou a manhã desta sexta-feira (15) para comemorar os 130 anos do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) em Belém. A comemoração contou com uma programação especial aberta ao público, com atividades educativas, exposições e contato com a fauna e flora do parque. O espaço que é um dos mais queridos pelos paraenses tem expectativa de 10 mil visitantes neste final de semana. O Parque fechará a partir da próxima segunda-feira (18) para o público devido reformas de vários ambientes.
A turismóloga e vendedora Sandra Valéria da Silva, de 52 anos, levou a filha Nicole da Silva Pinto, de 10 anos, para visitar o Parque Zoobotânico. Nicole gostam muito de visitar o Museu. A família que mora em Capanema sempre busca visitar o Museu quando tem um tempo livre. “A gente gosta de ver se tem alguma novidade, e também os peixes, as espécies de animais. Relembrar para mim os pássaros que temos, as árvores, e mostrar para a Nicole o que tem de novo. Ela também se interessa muito. A gente vem com esse objetivo de saber como está, se está bem cuidado”, conta Sandra.
Mãe e filha conheceram o buriti, fruta amazônica muito presente em Capanema, mas que elas ainda não conheciam. “É sempre uma novidade para mim, tem uma fruta que a gente não conhecia, o buriti. A gente sempre vê dessas frutas em Capanema. Agora eu vi na exposição, olha é o ‘buriti a árvore que a gente sempre vê’”, fala. O espaço sempre tem novidades a cada visita. “Na maioria das vezes tem novidades no Museu. Tem umas coisas novas que a gente não tinha visto como esse lugar aqui, como essa exposição”, falou Nicole.
O Museu fechará para o público na próxima segunda-feira (18) para a reforma de vários espaços. A ideia é modernizar e melhorar o Parque Zoobotânico com adequações que já eram planejadas e tiveram a oportunidade e execução com os recursos para a COP 30, que será realizada em novembro deste ano. A expectativa é que o espaço do Museu reabra em outubro, antes do Círio de Nossa Senhora de Nazaré. O diretor do MPEG, Nilson Gabas, reforça o papel que o Parque Zoobotânico vem desenvolvendo ao longo desses 130 anos.
“Há 130 anos atrás quando foi concebido era como um quarteirão normal de Belém. Ele tinha diversas casas de campo, que foram sendo desapropriadas, compradas pelo Governo do Estado, e formado nesse quarteirão inteiro a ideia de você ter uma amostra do que é a biodiversidade amazônica, tanto em termos de flora, quanto de fauna. Desde quando foi concebido várias árvores foram plantadas aqui, e vários animais foram trazidos para cá para que servisse de amostra para o público”, relembra.
O Museu possui ainda hoje vários programas de pós-graduação de mestrado e doutorado, centenas de pesquisas, descobertas científicas e contribuições para a ciência e a educação ambiental na Amazônia. Anualmente, o Parque recebe mil visitas de escolas públicas e privadas, o público total chega a 500 mil pessoas, colocando o Parque entre os locais mais visitados no Pará e no Brasil.
O Parque Zoobotânico estará aberto neste sábado (16) e domingo (17) das 8h às 12h. As atividades são gratuitas e a taxa de acesso ao parque é de R$ 3,00 (inteira) e R$ 1,50 (meia-entrada), podendo ser paga via PIX. O parque localizado no bairro de São Brás, em Belém, reúne mais de 3 mil espécies de plantas, 4 mil animais e monumentos históricos que homenageiam personagens da ciência, sendo um ponto de vivência da diversidade biológica e cultural da Amazônia.
Uma das atividades da programação foi uma exposição sobre educação ambiental de diferentes instituições públicas no Parque. A técnica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Doraci Lopes, avaliou positivamente a atividade desenvolvida pela Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental (CIEA).
“Foi uma experiência no sentido de estarmos sensibilizando, mobilizando e divulgando para a comunidade em geral, os trabalhos que realizamos no enfrentamento dessas mudanças climáticas, por meio da educação ambiental. Também para nós estarmos mobilizando as pessoas para aquilo que nós realizamos enquanto políticas públicas de educação ambiental. Nos juntamos a comemoração de 130 anos do Parque que está sendo completada nessa data”, contou.
As famílias aproveitaram a sexta-feira ensolarada para conhecer a nova tamanduá-bandeira fêmea que foi apresentada para o público. Walter Marques, de 47 anos, a esposa Kely Guimarães, de 36 anos, e o filho Pedro Marques, 6 anos, foram de Benevides para visitar o Museu. Essa foi a primeira visita de Pedro. “Foi da maior importância trazer o meu filho para vir conhecer. Meu filho é um amante do meio ambiente, tanto que ele tem a vontade de ser guarda ambiental para proteger os animais. Hoje viemos trazer ele para conhecer o Museu, assim como meu pai me trouxe na minha infância, eu vim trazer meu filho para conhecer. Ele já está maravilhado”, contou.
Os professores Elviro Silva, de 26 anos, que ensina ciências e a pedagoga Ana Paula de Sousa, 29, curtiram bastante o passeio. Elviro tenta se organizar para trazer seus estudantes de uma comunidade quilombola do município de Moju para conhecer o Parque Zoobotânico. “A importância é a maior de todas ao gerar um interesse nos estudantes em receber esse conhecimento de outras formas. Muitas vezes a gente vê a criança precisando ler um livro e esse conhecimento acaba sendo difícil de ser absorvido, porque a criança acha aquilo monótono, mais do mesmo. Quando ela vem aqui e vê os materiais reais, e os animais no seu habitat isso gera interesse dele buscar mais conhecimento no futuro sobre essas áreas”, avalia.
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