Projeto ‘Círio Iluminado’ capacita comunidade da Apae Belém na produção de arte religiosa e cultural
Em sua segunda semana neste ano, a iniciativa busca valorizar a cultura amazônica, estimular a criatividade e gerar novas oportunidades de renda
Às vésperas das festividades da quadra nazarena, o projeto Círio Iluminado vem transformando o dia a dia das pessoas atendidas pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE Belém). O objetivo é capacitar a comunidade na produção de peças religiosas e artísticas. Em sua segunda semana neste ano, a iniciativa busca valorizar a cultura amazônica, estimular a criatividade e gerar novas oportunidades de renda.
O projeto já passou pelo bairro do Tenoné. Depois das oficinas na Apae, o trabalho segue para os bairros do Telégrafo, Jurunas, retorna ao Tenoné e, em seguida, vai para o Castanheira. A Apae Belém atende gratuitamente, há 63 anos, crianças, jovens e adultos com deficiências múltiplas, totalizando mais de 7 mil atendimentos por ano.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo Instagram do projeto @cirioiluminado. A ação é patrocinada pela Equatorial Pará, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura e da Lei Semear e da Fundação Cultural do Pará. A produção é da Associação Pernambucana Compartilhar (Aspecom).
Segundo a analista de responsabilidade social da Equatorial Pará, Michele Miranda, o impacto das oficinas é imediato. A expectativa é que, ao final das oficinas, os participantes estejam prontos para comercializar seus produtos. "As pessoas estão se envolvendo, aprendendo novas habilidades e exercendo possibilidades de geração de renda. É um começo muito promissor para esta edição do Círio Iluminado. Isso reforça nosso compromisso com a cultura, com a inclusão e com o desenvolvimento social do nosso estado”, destaca Michele.
Inclusão
A edição na associação, que tem a inclusão como prioridade, reforça o caráter social do projeto. A chegada das oficinas na Apae Belém foi recebida com entusiasmo. A gerente de serviços sociais da instituição, Liliane Rodrigues, garante que “o impacto positivo na vida dos participantes é muito grande, eles se sentem capazes. É uma oportunidade muito proveitosa para todos aqui na instituição”.
Para a professora Silvana Saldanha, mestre em artes visuais, a iniciativa oferece uma oportunidade para pessoas com deficiência participarem de atividades que, muitas vezes, são inacessíveis. "É uma oportunidade de conviver com outras pessoas, de estarem interagindo e socializando. A verdadeira superação não está em enfrentar a deficiência, mas em superar preconceitos. As pessoas da sociedade em geral precisam superar o preconceito", comenta.
Aprendizado
Um dos participantes, Pedro Vaz, que é autista, vê nas oficinas a chance de aprimorar sua arte e até mesmo gerar renda. "Para mim, é tudo. É aprendizado. A gente aprimora nossa arte de desenho, de pintura, tudo", diz Pedro.
Já Maria de Fátima levou a neta de 12 anos, que tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e autismo. Para elas, é um momento de celebração da arte em família. "Para mim, é uma felicidade, é uma honra ver minha neta se desenvolvendo nessas atividades. É uma maravilha", conta.
Oportunidade
O coordenador do Círio Iluminado 2025, Olívio Rafael, garante que o sucesso das oficinas está em sua capacidade de ir além do planejamento e da execução. “O retorno vem diretamente dos participantes, deixando legado e deixando objetos concretos, transformando as pessoas e dando oportunidade”, relata.
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