Pets transformam a vida de idosos para melhor
Os pets ajudam a melhorar a qualidade de vida, o bem-estar, a saúde física e o psicológico dos idosos
Os dias tem sido mais alegres para a aposentada Suely Gomes, de 71 anos, ao lado da cachorrinha Mel, sua incansável companheira. As duas passeiam de bicicleta todas as manhãs no Conjunto Satélite. As companheiras inseparáveis fazem companhia uma para a outra. A chegada de Mel, na vida da aposentada mudou tudo. Assim como as duas, milhões de lares brasileiros possuem pets que possuem impacto positivo na saúde de idosos.
“Eu estava com problema de ansiedade, na época que peguei a Mel e perdi a Nina. Estava quase entrando numa depressão, chorava dia e noite. Fomos atrás de arranjar um cachorro e deu errado. Fomos num lugar que venderam um cachorro, que não era o original. E uma semana depois apareceu a Melzinha, de uma moça que fez um resgate de maus-tratos”, relembra. Melzinha estava com um ano quando veio para cá.
A cachorra é uma presença constante dentro do lar de Suely. “Eu sou sozinha, mas tendo a Mel pertinho de mim, eu sinto que tenho alguém em casa. Eu falo com ela sempre que preciso de alguma coisa. Eu digo Mel vem cá vem com a tua mãe. Essas coisas assim. É uma boa companhia na minha idade”, atesta Suely.
Bem-estar
A terapeuta ocupacional Ana Paula Santos Sarmanho, de Belém, detalha que várias pesquisas científicas já apontaram os benefícios dos pets para as pessoas idosas. Os pets ajudam a melhorar a qualidade de vida, o bem-estar, a saúde física e o psicológico dos idosos.
“Os principais benefícios são três. Um deles é a companhia constante, esses pets podem ajudar na redução da solidão, com o amor incondicional que eles podem dar aos seus tutores. Segundo benefício é o estimulo físico, alguns pets como cães podem incentivar a atividade física desse idoso com caminhadas diárias, movimentação em casa nas brincadeiras, e no terceiro ponto o bem-estar emocional, porque os pets podem ajudar a reduzir o estresse e a depressão, e melhorar alguns quadros de memória, que podem ser apresentados pelos idosos”, destaca a pesquisadora.
Sandra Bandeira, de 68 anos, tem três cachorros (Marrom, Peteleco e Little Grey) e dois gatos (Uruca e Flip). Desde criança, Sandra foi acostumada com a presença dos pets. Atualmente, o vínculo criado entre a tutora e os animais é inquebrável. Eles a ajudam a passar por vários momentos difíceis. Os pets trazem mais alegria para a sua vida. “É como se diz popularmente, são grudados em mim. Eles sentem, eu sinto que eles sentem em mim a tristeza, a doença, a alegria, e vem para perto de mim”, conta. “Eles são assim mesmo, eu sento e eles veem até mim”, repara.
Sandra é paciente renal crônica e precisou se internar para fazer hemodiálise. Durante a internação, a família contou que os cachorros sentiram muita falta dela. “Eu me internei para hemodiálise, e elas ficaram aqui, choraram, ficavam me procurando, esperando eu chegar na porta, as pessoas me diziam”, relata.
A saudade era tenta que durante a internação, a aposentada pediu para a filha colocar o celular no viva-voz para as cachorras ouvirem sua voz. Elas ficaram animadas, procurando pela casa. “Eu passei dois meses no hospital, senti muita falta delas também”, declarou. “É uma relação de entrega de uma para a outra”, pontua.
“Toda pessoa deveria ter um pet, não só idosos. É muito bom para crianças. Tem muitos idosos que ficam sozinhos. Você pode conversar com eles, eles podem te entender. Elas entendem muito bem. Todos deveriam ter um pet, seja ele qual for”, assegura.
Orientações
Antes dos idosos terem um pet, a terapeuta ocupacional Ana Paula Sarmanho faz algumas recomendações. É preciso ter cuidado e pensar bem na escolha do tipo de pet ideal para cada família e idoso. “Por exemplo, dependendo da situação, se é um idoso que tem uma mobilidade menor, que não sai com tanta frequência de casa, que não pode fazer tantas movimentações, é importante considerar cães de pequeno ou médio porte”, assegura.
Já para os idosos que tem mais mobilidade e mais ativos, os cães de maior porte podem oferecer maior nível de atividade. Os cachorros maiores necessitam de passeios e atividades físicas em maior quantidade, o que resultará em maior exercício do tutor.
Outras possibilidades são os gatos, que são carinhosos, e atenciosos, e exigem menos atividades físicas, é preciso ter cuidado com a higienização das unhas. Alguns idosos podem ter também peixes e aves, ideais para quem busca tranquilidade e pouco trabalho, ou tem pouco espaço em casa.
Benefícios dos pets para idosos
Companhia constante
- Redução da solidão
- Presença afetiva diária
- Amor incondicional ao tutor
Estímulo físico
- Incentivo a caminhadas diárias
- Mais movimento dentro de casa
- Brincadeiras que mantêm o corpo ativo
Bem-estar emocional:
- Redução do estresse
- Alívio de quadros depressivos
- Melhora na memória em alguns casos
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