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Após queda de passarela, pedestres se arriscam na Almirante Barroso

Apesar da presença de agentes da Semob, muitos atravessam a pista no local onde houve o acidente na sexta-feira

Dilson Pimentel

Com a queda da passarela na avenida Almirante Barroso, na sexta-feira passada, muitos pedestres estão se arriscando ao atravessar a pista, e o fazem em um trecho onde é intenso o fluxo de veículos. Eles contrariam, assim, a orientação dos funcionários a serviço da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob). Estes dizem às pessoas que caminhem até a faixa de pedestres mais próxima, no cruzamento com a avenida Tavares Bastos, distante aproximadamente 200 metros do local do acidente. No entanto, os pedestres, para encurtar caminho, acabam colocando em risco suas vidas. Os funcionários explicaram que algumas pessoas querem que eles parem os veículos, para que as pessoas possam atravessar com segurança. Esse, porém, não é o papel dos funcionários. "E, por isso, tem gente que fica chateada com a gente", explicou um funcionários.

Na manhã desta segunda-feira (9), a reportagem flagrou algumas dessas situações. Às 10h24, o vendedor Paulo Roberto Oliveira, de 60 anos, cruzou a avenida. Ele carregava duas sacolas de compras. "Ficou horrível", disse, reconhecendo ser perigoso ter atravessado a avenida. "Mas eu aproveito uma 'folga' (dos carros). Espero, não vou na doida", acrescentou ele, que vinha do Entroncamento. Pouco antes, um funcionário a serviço da Semob orientou uma mulher a caminhar até a faixa de pedestres mais próxima. Ela carregava, no colo, a filha, que tem sete meses de idade e está gripada. Sob o sol forte, a mulher desistiu de caminhar os quase 200 metros, pois isso aumentaria, e muito seu percurso. Ele continuou caminhando pela avenida Almirante Barroso, mas pela calçada mesmo e no sentido Belém. Ela ia ver como faria para pegar um ônibus que a levaria para a praça da República. Às 10h35, duas mulheres também atravessaram a avenida Almirante Barroso.

A passarela caiu após ser deslocada por um caminhão que transportava uma retroescavadeira. O veículo engatou na estrutura. O caminhão havia deixado a empresa Sotreq, na avenida Almirante Barroso, a poucos metros do local do acidente. A retroescavadeira estava sendo transportada a serviço da empresa FN Sondagens Fundações e Obras Especiais. Duas pessoas ficaram feridas no acidente. Em entrevista à imprensa, na tarde de sábado, o prefeito Zenaldo Coutinho disse que as duas empresas envolvidas no desabamento de uma passarela na avenida Almirante Barroso, entre as avenidas Tavares Bastos e Júlio César, no bairro do Souza, serão acionadas para assumir os gastos com o acidente.

Ele afirmou que a prefeitura se reunirá, nesta semana, com a empresa dona do caminhão e a empresa contratante dos serviços da retroescavadeira para que ambas arquem com os custos tanto da desobstrução da via no dia do acidente quanto com a instalação de nova passarela. "Nós vamos imediatamente chamar as empresas para negociar que elas paguem, obviamente, o prejuízo, tanto da retirada da passarela quanto da recuperação ou da fabricação de uma nova passarela", disse Zenaldo. A prefeitura gastou mais de R$ 45 mil para desobstruir a via após o acidente, em um trabalho que entrou pela madrugada de sábado. O prazo da construção ou reforma da estrutura, entretanto, ainda não foi definido. "Se for reforma, nós queremos fazer num prazo de dez dias, segundo a empresa fabricante; se for uma nova, isso deve demorar um tempo maior, mais longo, mas a gente vai precisar que a empresa diga quanto. Neste momento já definimos que vamos cobrar das empresas", afirmou Zenaldo.