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Parque Verde e parte do Tapanã estão sem água há mais de duas semanas

Problema ocorreu por conta da manutenção nos três poços que atendem a área e o serviço está sendo normalizado gradualmente, informa a Cosanpa

Victor Furtado

Moradores dos bairros Parque Verde e Tapanã apontam que problemas de abastecimento de água são históricos. Mas nos últimos 15 dias as coisas pioraram e quase ninguém estava recebendo água nas torneiras. Somente algumas pessoas conseguiam e em períodos muito aleatórios, quase sem pressão em torneiras próximas do solo. O resultado é que houve aumento de preço dos garrafões de água mineral por conta do aumento de demanda. E nunca as casas dos vizinhos com poços foram tão frequentadas.

Em nota, a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) informou que "...foi concluída no último sábado, dia 20, a manutenção em um dos três poços que atendem a área. Desde então, o abastecimento está sendo normalizado gradativamente". Isso indica que estava sendo feito um serviço que resultou na interrupção da regularidade do abastecimento. Na tarde deste domingo (21), alguns locais seguiam sem água.

Na rua Santa Helena, dona Maria e o senhor Robson cuidam de um restaurante, perto da avenida Augusto Montenegro. Nas últimas semanas, para não parar o trabalho em um período de vendas já difícil, foi preciso investir em garrafões de água para a comida — três por dia, pelo menos — e água da chuva para lavar o chão e louças. Numa ironia sem graça, enquanto faltava  água nas torneiras, a via estava alagada e cobrindo um perigoso buraco na pista.

"Pelo menos a água da chuva vem mais limpa que a da Cosanpa. Mas esses dias foi só prejuízo. A água mineral ficou mais cara e para quem trabalha com comida, um garrafão de 20 litros não dá para nada. Precisa ser uns três, no mínimo. Voltou neste domingo, de manhã, e já faltou de novo. Nos outros dias, a água chegava uma meia noite, uma da manhã. E então eram três, quatro dias sem uma gota na torneira. Um vizinho tinha poço e estava ajudando o pessoal. Outro estava cobrando R$ 2 por cada 20 litros", relataram Maria e Robson.

Ainda no Parque Verde, na rua das Rosas, a comerciante Sebastiana da Silva se tornou o anjo da guarda de água dos vizinhos, pois ela tem poço. "Como eu ia negar quando vejo alguém chegar dizendo que precisa de água para fazer o mingau de uma criança ou dar banho num idoso? Ou o vizinho vindo pegar água na bica, na calha do telhado? Nem no meu Ceará eu passei por isso. Estamos num momento de pandemia e não podemos ficar sem água. Eu deveria estar vendendo mais água mineral, mas o povo não tem dinheiro. Por isso nem adianta mexer no preço", comentou.