Atraso na entrega de medicamentos prejudica pacientes no Ophir Loyola
Hospital diz que adotou medidas legais cabíveis para punir empresa fornecedora por conta do atraso
Pacientes dizem que há mais de dois meses estão faltando, no Hospital Ophir Loyola (HOL), medicamentos necessários à realização de procedimentos como quimioterapias. “A gente está passando por um sério problema de falta de medicamento, e não é de hoje”, disse, na quinta-feira (12), Joyce Silva, 36 anos. “E os casos de pacientes oncológicos estão aumentando muito. Isso requer um maior número de medicamento para o tratamento. E a quantidade de medicamento não supre a quantidade de pacientes que necessitam desse tratamento”, afirmou.
Em nota, o Hospital Ophir Loyola informou que solicitou o medicamento em tempo hábil para atender os pacientes e também adotou medidas legais cabíveis para penalizar a empresa fornecedora por conta do atraso e descumprimento contratual, e para garantir que o abastecimento dos remédios seja feito no menor tempo possível.
A cada 21 dias, Joyce usa o medicamento Herceptin. Ela tem câncer de mama. “Tenho medo de ter uma nova mutação no meu organismo com a ausência da medicação e o câncer ir para outros órgãos. Eu tenho na mama, no pulmão e nos ossos. Se eu ficar sem essa medicação, o câncer pode se mutar e ir para o fígado, cérebro e, aí, fica mais difícil. O medo é esse. A gente fica apreensiva”, afirmou.
“A gente já sofre com o diagnóstico de câncer na primeira vez. Aí, depois, no meu caso, estou sofrendo novamente com o segundo diagnóstico. Faço tratamento de metástase há três anos. Total de tratamento de câncer de mama e de câncer de mama metastático: sete anos. É complicado”, desabaf Joyce. “Quem acaba prejudicados são os próprios pacientes que necessitam dessa medicação para ter uma sobrevida. Essa medicação vai melhorar, e muito, o tratamento oncológico”.
A cada 21 dias, Joyce Silva usa o medicamento Herceptin. Ela tem câncer de mama. “Tenho medo de ter uma nova mutação no meu organismo com a ausência da medicação e o câncer ir para outros órgãos. “A gente já sofre com o diagnóstico de câncer na primeira vez. Estou sofrendo novamente com o segundo diagnóstico. Faço tratamento de metástase há três anos. Total de tratamento de câncer de mama e de câncer de mama metastático: sete anos. É complicado”, desabafa
Mary Melo, 54 anos, é paciente do Ophir Loyola desde setembro de 2020. Ela foi diagnosticada com carcinoma grau 3 triplo negativo, um dos cânceres mais graves. Mary tem câncer de mama e precisa do medicamento Doxorrubicina. “Não posso nem fazer uma vaquinha pra comprar, pois, de acordo com informações, é só o Ministério da Saúde que repassa esse medicamento”, disse ela.
“A primeira mastologista que me atendeu me direcionou para fazer cirurgia. Fiz todos os exames pré-operatórios, inclusive alguns particulares. E fiquei aguardando, desde 1º de outubro deste ano, essa cirurgia. As informações que tive foi de que a cirurgia estava demorando porque estavam acumuladas devido à pandemia. Voltei com outra mastologista. Quando ela viu o grau 3 do meu câncer, ela me indicou para quimioterapia porque o tumor está crescendo. Eu posso entrar em metástase (passar para outras partes do corpo). E, até agora, não conseguir fazer a quimioterapia, por falta dessa medicação (Doxorrubicina). Ligo todos os dias e eles dizem que não têm previsão”, afirmou. A falta do medicamento deixa os pacientes preocupados e estressados. “E isso prejudica a saúde da gente. Agora há pouco liguei para lá e não tem previsão de chegada”, afirmou.
O HOL atende demanda encaminhada pela rede básica, ambulatorial e hospitalar, de todo o Estado do Pará, destinando 100% (cem por cento) de sua capacidade instalada a pacientes do SUS. O Hospital é credenciado como Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) e Hospital de Ensino pelo Ministério da Saúde (MS) e vem se especializando cada vez mais no tratamento multidisciplinar das doenças crônico-degenerativas. Reconhecido com um dos hospitais mais importantes do Pará, disponibiliza procedimentos e possui equipes multidisciplinares nas diversas áreas de atuação.
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