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Obras para a COP 30 congestionam o entorno do Hangar Centro de Convenções e motoristas reclamam

Engarrafamentos têm ficado cada vez mais recorrentes. Motoristas sentem o peso no bolso.

O Liberal

Motoristas que passam diariamente pelo trecho do Hangar, no bairro do Marco, em Belém, têm enfrentado engarrafamentos recorrentes, especialmente nos horários de pico (início da manhã e fim da tarde). As obras de infraestrutura realizadas na região, apontadas pelos condutores como parte das intervenções para a preparação da cidade para a COP 30, alteraram o fluxo e criaram pontos de congestionamentos nas avenidas Dr. Freitas, Duque de Caxias e Brigadeiro Protásio.

“O trânsito por aqui todos os dias e está péssimo”, resume Márcio Santos, AGP que circula pela área diariamente. “Uma via que poderia passar por ali e passar direto. Aí temos que dar todo esse retorno”. Para muitos motoristas a obrigação de desviar e buscar retornos aumenta não só o tempo na rua como os custos com combustível.

O enfermeiro Samarone Teixeira conta que o percurso praticamente dobrou de duração. “Antes eu chegava em casa em cerca de uma hora. Agora, levo entre uma hora e meia e duas horas”, afirma. Samarone relata ainda que o bloqueio de trechos obrigou os condutores a seguir por vias alternativas que não eram sua rota habitual: “Na realidade não é o meu caminho. O meu caminho é para Júlio César. Mas como ficou interditado agora, aí ficou mais difícil”.

Motoristas de aplicativos também sentem o efeito no bolso. “A gente perde tempo, a gente que trabalha com aplicativo tem um gasto absurdo de combustível. Um trajeto que durava 30 minutos agora leva uma hora e meia. Está horrível, um caos para todos”, diz Bruno Rodrigues, motorista de aplicativo.

Os desvios estão sobrecarregando vias secundárias. Quem vem do centro pela Duque de Caxias com destino à Júlio César não consegue acessar diretamente a via porque a entrada pela Doutor Freitas está interditada em razão das obras na Protásio. A alternativa adotada pelos motoristas tem sido desviar à direita, seguir até a Romulo Maiorana para dar retorno, no que ocasiona para um caminho mais longo que concentra tráfego em pontos não preparados por conta do volume de veículos.

Esse movimento vem lotando também vias como a Perebebuí e a Alferes Costa (que muitos usam para fugir do bloqueio). A ausência de semáforos em cruzamentos como o da Romulo Maiorana agrava a situação: “Tudo é preferencial. Ninguém dá passagem para o outro”, acrescenta Bruno.

Os trabalhadores da obra no local explicaram que se trata da segunda etapa das intervenções na tubulação de esgoto, obras que, conforme um operário, começaram na Protásio entre a Marquês de Herval, e hoje, próximo ao Hangar, vem avançando até a frente do quartel da Polícia Militar. “Está mudando a tubulação, a previsão é que termine nesta sexta-feira (26)”, disse um dos trabalhadores da obra, mas que preferiu não se identificar.

Enquanto a obra não é concluída, moradores e profissionais que dependem do trecho pedem medidas paliativas: reforço na sinalização, controle do fluxo por agentes de trânsito nos horários críticos, orientação clara dos desvios e, se possível, reaberturas parciais que priorizem o sentido mais demandado.

A reportagem entrou em contato Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade de Belém e aguarda retorno.