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Nova plataforma do Iphan reúne patrimônios do Brasil; Pará é representado por vários bens culturais

Círio de Nazaré e o Carimbó são alguns dos mais de 2 mil itens disponíveis no acervo digital da plataforma.

Bruno Roberto | Especial para O Liberal

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) lançou a plataforma “Bem Brasileiro”, que reúne informações de mais de 2 mil bens imateriais registrados como Patrimônio Cultural do Brasil. Entre os itens, o Pará está presente com vários patrimônios, como o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, as Marujadas de São Benedito e o Carimbó, além de outros bens. A plataforma facilita o acesso à informação, além de ajudar na missão do instituto de proteger e promover o patrimônio cultural do Brasil.

Estão disponíveis fotografias, vídeos, publicações e documentos sobre os patrimônios ao público. Os interessados podem conferir desde os pedidos de registro e pareceres elaborados no processo de reconhecimento de um bem cultural até as ações de monitoramento, defesa e fomento que o Iphan desenvolve após o reconhecimento.

Com uma interface intuitiva e linguagem simples, a plataforma foi desenvolvida pelo Iphan em parceria com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e o Laboratório de Inteligência de Redes da Faculdade de Ciências da Informação da Universidade de Brasília (FCI/UnB).

Ferramenta de busca

O “Bem Brasileiro” permite que o usuário procure um patrimônio com a ajuda de diversas opções de filtro de busca. É possível pesquisar de forma específica por estados, datas de registro e temas, como “cultura alimentar” ou “catolicismo popular”. O usuário ainda pode pesquisar por Livros de Registro, isto é, os arquivos oficiais nos quais o Iphan inscreve um bem de natureza imaterial como Patrimônio Cultural. São eles: o Livro dos Saberes, o das Celebrações, o das Formas de Expressão e o dos Lugares.

O sistema da plataforma também interliga bens que compartilham atributos em comum. Se uma pessoa estiver pesquisando sobre o Círio de Nazaré, com poucos cliques o usuário pode ir para uma página que fale sobre outros patrimônios registrados no Pará ou outras festas religiosas.

Pará na plataforma

A plataforma do Iphan reúne vários patrimônios paraenses, entre eles estão o Círio de Nazaré, as Marujadas de São Benedito, o Carimbó e os Modos de fazer cuias do Baixo Amazonas.

Círio de Nazaré

Uma das maiores procissões religiosas do Brasil e do mundo, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré é Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan desde 2004. Em 2013, a manifestação religiosa recebeu o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

As Marujadas de São Benedito no Pará

As Marujadas de São Benedito no Pará foram reconhecidas como Patrimônio Cultural do Brasil durante a 105ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, em setembro de 2024. O órgão aprovou, por unanimidade, a inscrição do bem no Livro de Registro de Celebrações. O processo foi iniciado em 2011, com o pedido de registro feito pela Irmandade da Marujada de São Benedito de Bragança, organização de caráter educativo e cultural. As pesquisas que serviram como base do pedido foram realizadas entre 2018 e 2022.

Carimbó

O carimbó, uma das manifestações culturais mais típicas do Pará, foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial brasileiro em 2014, em votação unânime do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. O registro foi feito no Livro das Formas de Expressão.

Modos de fazer cuias do Baixo Amazonas

Em 2015, o Iphan registrou o modo de fazer cuias do Baixo Amazonas como patrimônio cultural do Brasil. A produção de cuias é uma atividade predominantemente feminina desde os primeiros registros históricos, sendo transmitida através de gerações. Esse item milenar é usado para diversas finalidades, mas é conhecido principalmente pela utilidade alimentar, quando o objeto é usado para colocar açaí e tacacá para consumo.

Patrimônios aliados à solução de desafios atuais

Um destaque da plataforma é relacionar os milhares de bens registrados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que são as metas globais definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a construção de um mundo mais justo, inclusivo e ambientalmente equilibrado.

A proposta é evidenciar que os projetos e ações de preservação de saberes e práticas que constituem o patrimônio cultural brasileiro podem ajudar a solucionar diversos problemas socioeconômicos e ambientais da sociedade.