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Navio de pesquisa 'Tara' chega a Belém e recebe visitantes

Os cientistas a bordo da escuna investigam o Atlàntico e a influência da poluição no oceano sobre o clima.

O Liberal

O navio de pesquisa científica “Tara”, da fundação francesa Tara Océan, chegou a Belém e está ancorado na Estação das Docas, onde abriu as portas para visitação pública gratuita a partir desde domingo, 19, até o próximo dia 23, das 11 às 19 horas. A iniciativa marca o início do programa internacional AtlantECO no Brasil, uma cooperação de 45 entidades de pesquisa de 14 países para pesquisar o microbioma oceânico e os impactos das mudanças climáticas e da poluição nos oceanos. A programação inclui encontros de cientistas com estudantes, além de palestras, filmes e exposições ao público em geral.

O objetivo é convidar o público a dialogar sobre a ciência oceânica. As visitas devem ser agendadas pelo link https://www.weezevent.com/tara-tara-esta-em-belem. Em Belém, a ação tem o apoio da Embaixada da França no Brasil e da Aliança Francesa de Belém.

A Fundação Tara Océan é um Observador Especial da ONU. Foi fundada em 2003 para estudar os efeitos da interferência do homem nos oceanos. A escuna do projeto já percorreu mais de 400 mil quilômetros, fazendo escala em mais de 60 países. As expedições são realizadas em colaboração com laboratórios internacionais de excelência como CNRS, MIT e NASA, entre outros.

O programa AtlantECO pretende fornecer conhecimento para uma melhor gestão do oceano Atlântico e de seus serviços ecossistêmicos. Para isso, busca envolver a população e os atores produtivos e políticos para estimular o comportamento responsável e o Crescimento Azul. O projeto concentra-se nos pilares de pesquisa sobre microbiomas, plástico e conectividade da paisagem marinha.

Estudo

O primeiro estudo do navio laboratório será sobre o rio Amazonas, com pesquisas sobre a composição da pluma amazônica e o impacto dela no Caribe. O rio Amazonas é o maior rio do mundo e deságua cerca de 200 milhões de litros de água doce por segundo no Atlântico, o que afeta a salinidade e a temperatura do oceano, além de injetar sedimentos, nutrientes e matéria orgânica terrestres.

A Tara Océan afirma que essas variações influenciam a composição do microbioma e as interações entre os microrganismos marinhos. A missão da tripulação de cientistas é mostrar que esses microrganismos desempenham um papel essencial no oceano, sendo responsáveis por mais de dois terços da biomassa marinha. Eles são ainda a primeira opção de comida numa cadeia alimentar que nutre uma grande parte da humanidade, além de servir de ‘fábrica’ de serviços ecológicos e econômicos, capturando 25% das emissões de carbono geradas pelas atividades humanas. Os microorganismos marinhos também regulam a temperatura da terra e desempenham um papel fundamental na nutrição dos ecossistemas e na influência do clima.

Programação

Na visitação ao Tara é possível ver a exposição “Plástico no mar: as soluções estão em terra”, com ilustrações e infográficos sobre os problemas causados pelo plástico.

A programação inclui outros eventos fora da embarcação: o Cinema Líbero Luxardo, do Centur, vai exibir gratuitamente o filme “Planeta Oceano” (2012, 89 min), dos diretores Yann Arthus-Bertrand e Michael Pitiot, na segunda-feira, 20, em única sessão às 19 horas. Estarão presentes as cientistas Andrea Freire e Helena Carvalho, que estão a bordo do Tara, para um bate-papo com o público.

E na quarta-feira, 22, das 17 ás 19 horas, o Museu de Arte Sacra recebe a conferência “Oceano Atlântico - Compreendendo os impactos das mudanças climáticas e poluição de origem humana para melhor preservar os ecossistemas marinhos do Atlântico Sul”, com membros do programa, também com entrada franca.

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