Localidades do Pará e Amazonas vão ter tarifa de luz até 47% menor para consumidor
Comunidades vão receber energia elétrica por fonte solar e térmica a diesel, esse último tipo de fornecimento é alvo de críticas
Nesta sexta-feira (26), o leilão de energia promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) garantiu redução da tarifa de energia elétrica para consumidores de áreas isoladas nos estados do Pará e Amazonas. O leilão foi avaliado como um sucesso pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Presidente do Conselho de Consumidores de Energia do Pará (Concepa), o defensor público, Cásio Bitar, considerou, à primeira vista, o leilão positivo por ter assegurado um deságio para o consumidor, mas apontou questões em relação ao modelo híbrido adotado, já que as localidades vão receber energia elétrica tanto de usinas com fonte solar quanto térmica a diesel.
‘Modelo é poluente por ter a queima de combustível fóssil’, aponta presidente do Concepa
“Existem críticas ao modelo híbrido que foi oferecido para algumas cidades, que vai misturar energia fotovoltaica, solar, mas também híbrido com gerador a diesel. Isso vai na contramão do esforço que tem sido feito para diminuir as emissões nos sistemas isolados. Então, é positivo, pela possibilidade de deságio, de desonerar o consumidor que vai ter esse suprimento de energia, mas, por outro lado, o modelo, é um modelo que ainda contempla a queima de combustíveis fósseis”, ressaltou Cásio Bitar.
Ele observou ainda: “Enquanto presidente do Consepa, eu vejo isso com preocupação sobretudo num momento em que estamos vivendo, onde existe um esforço nacional e global, para a diminuição de emissões (poluentes)”.
Os sistemas isolados, explicou o defensor público, têm eletricidade fornecidas por geradores. “São grandes usinas queimando diesel. O leilão objetivava oportunizar aos investidores a apresentação de soluções sustentáveis, renováveis para esse suprimento. Esses lugares isolados, historicamente, têm uma energia de baixa qualidade porque ela vem de uma máquina queimando combustível fóssil e agora isso vai ser substituído por um modelo híbrido, quando na verdade, se pensava modelos que efetivamente zerassem as emissões”, concluiu o defensor.
Conforme a Aneel, o prazo para início de funcionamento dos empreendimentos é 20 de dezembro de 2027. No Pará, o Consórcio IFX-You.on – Sisol vai ofertar a potência de 30,1 MW também por meio de uma usina híbrida integrando geração solar e térmica a diesel, a ser instalada em Jacareacanga, no sudeste estadual. A previsão é de investimento de R$ 240 milhões, com receita fixa anual de R$ 48,2 milhões.
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