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‘Jesus não quer discípulos pela metade’, reflete padre Cláudio Pighin no 23º domingo do Tempo Comum

Homilia deste final de semana (6 e 7 de setembro) convida fiéis a refletir com seriedade sobre os critérios para seguir Jesus, renunciando seguranças e vínculos que impedem o discipulado pleno

Gabriel da Mota

No 23º domingo do Tempo Comum, o padre Cláudio Pighin propõe uma reflexão exigente sobre o seguimento de Jesus, a partir do Evangelho de Lucas. Celebrante das missas dominicais na sede do Grupo Liberal e diretor da Escola de Comunicação Papa Francisco, ele afirma que “o segmento de Jesus, na prática, não é feito para os superficiais, para aqueles que estão cheios de si”.


Durante a homilia, o padre explica que seguir o Mestre Nazareno exige uma decisão ponderada e radical, que ultrapassa vínculos familiares e seguranças materiais.

“Jesus é o mais importante, mas isso não pode se reduzir a uma simples abstração de vida”, diz ele.

O convite é para uma adesão concreta, vivida no dia a dia e sustentada por coragem, sacrifício e liberdade interior.

Renunciar para seguir

O Evangelho proclamado neste domingo apresenta dois exemplos marcantes: o homem que calcula os gastos antes de construir uma torre e o rei que avalia se pode enfrentar o inimigo com metade do exército. Segundo padre Cláudio, esses trechos mostram que “o discipulado não pode se deixar levar por fáceis entusiasmos e aplausos”. É necessário discernimento e firmeza para não fugir da lógica da cruz.

Ele ressalta que essa renúncia não significa destruir os laços afetivos, mas compreender que nada pode estar acima de Jesus. “O Mestre nos mostra que, para segui-lo, precisamos ir além dos vínculos familiares”, ensina.

A cruz como critério

Na homilia, padre Cláudio recorda que o verdadeiro cristão não vive sua fé de forma parcial ou apenas em momentos específicos.

“Não podemos ser discípulos somente algumas horas por dia, mas em tempo integral”, afirma.

A cruz se torna, portanto, sinal da fidelidade a Cristo e expressão de uma vida doada.

Para ele, o risco das riquezas também precisa ser enfrentado com honestidade. “A posse dos bens não se concilia com a missão dos discípulos”, adverte. A segurança do cristão não está no que possui, mas na capacidade de se entregar aos outros com generosidade.

Testemunho concreto

Ao final da homilia, padre Cláudio lança uma pergunta que resume a proposta do Evangelho: “Como vives entre as pessoas a tua condição de testemunha de Cristo?”. Mais do que palavras ou boas intenções, ele chama os fiéis a uma vivência cristã profunda, capaz de transformar a própria história.

“É fácil se dizer cristão, mas muito mais difícil viver até o fim a vocação dos batizados”, conclui. A homilia convida cada pessoa a reavaliar suas escolhas e a redescobrir, na radicalidade do amor, a verdadeira liberdade do seguimento de Jesus.