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Implanon no SUS: entenda sobre o novo implante contraceptivo gratuito

O efeito colateral mais comum do Implanon é a mudança no padrão de sangramento menstrual

O Liberal

A incorporação do implante contraceptivo Implanon foi anunciada nesta quarta-feira (2) durante reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). A previsão é que o insumo esteja disponível em Unidades Básicas de Saúde (UBS) a partir do segundo semestre. Considerado um dos métodos mais eficazes e duradouros para prevenir a gravidez, com ação no organismo por até três anos, o Implanon é explicado pela médica ginecologista e obstetra Lorena Castro, que detalha como funciona o método e quem pode usá-lo.
De acordo com a médica, o Implanon é um implante subdérmico de cerca de 4 centímetros, flexível, inserido sob a pele do braço da paciente. “Ele libera o hormônio etonogestrel de forma contínua, bloqueando a ovulação e provocando alterações no muco cervical e no endométrio, o que impede a gravidez”, detalha.

Efeitos colaterais e cuidados

O efeito colateral mais comum do Implanon é a mudança no padrão de sangramento menstrual. “Pode variar desde a ausência de menstruação até sangramentos irregulares. Se isso acontecer, é importante procurar o ginecologista para orientação adequada”, alerta Lorena. Outros efeitos, menos comuns, incluem acne, sensação de inchaço, dor nas mamas ou dor de cabeça.

A ginecologista afirma que o método não interfere na fertilidade após a retirada. “O retorno da fertilidade costuma ser muito rápido depois que o implante é removido”, explica a especialista.

Vantagens em relação a outros métodos

Entre os principais diferenciais do Implanon está a praticidade. “Ele é inserido sob a pele, então a paciente não precisa lembrar de tomar comprimidos diariamente ou fazer aplicações mensais. Além disso, pode ser uma opção para quem não pode usar pílulas com estrogênio e é compatível com a amamentação no pós-parto”, destaca.

A inserção e remoção são procedimentos simples, feitos em consultório, com anestesia local. “Pode gerar um leve desconforto ou dor na aplicação da anestesia, mas no geral é bem tolerado”, afirma. É raro que o implante se mova dentro do braço, mas a médica ressalta que a colocação deve ser feita por profissionais capacitados: “Se for inserido de forma mais profunda ou se houver ganho de peso significativo, pode haver dificuldade para localizá-lo na retirada.”

Quem pode usar e quando evitar

O Implanon pode ser indicado para adolescentes, mulheres que nunca engravidaram, no pós-parto ou pós-aborto — desde que não haja contraindicações. Entre as restrições estão doenças hepáticas graves, sangramento vaginal sem causa esclarecida, trombose ou câncer de mama recente.

“É fundamental passar por consulta com o ginecologista para uma avaliação individualizada. Assim, a paciente é orientada sobre efeitos colaterais e sobre a importância de usar preservativo para prevenção de infecções sexualmente transmissíveis”, reforça Dra. Lorena.

Outros métodos contraceptivos disponíveis no SUS

Atualmente, o SUS oferece uma variedade de opções contraceptivas, como:

  • preservativos externo e interno;
  • DIU de cobre;
  • anticoncepcional oral combinado;
  • pílula oral de progestagênio;
  • injetáveis hormonais mensal e trimestral;
  • laqueadura tubária bilateral;
  • vasectomia.

Entre esses, apenas o DIU de cobre é classificado como LARC, contraceptivo reversível de longa duração. Com a chegada do Implanon, mais mulheres terão acesso a métodos de longa ação que não dependem de uso contínuo, ampliando a autonomia no planejamento reprodutivo.