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Icterícia: uso inadequado de medicamentos pode estar por trás da pele amarelada

A condição é comum em recém-nascidos e preocupa os jovens

Bruno Roberto | Especial para o O Liberal

A icterícia, sintoma caracterizado pela coloração amarelada da pele, é um sinal de que algo não vai bem com a saúde do corpo. Uma das principais causas é a hepatite medicamentosa — inflamação do fígado provocada por medicamentos, substâncias químicas, suplementos, ervas ou drogas. A busca pelo "corpo perfeito" tem sido um fator impulsionador, especialmente entre os jovens, conforme analisa a hepatologista Ana Carolina Trindade, de Belém.

“Com o advento das redes sociais, as pessoas querem, cada vez mais rápido, melhorar sua performance e o corpo, e acabam utilizando muitos medicamentos e suplementos que não são adequados”, observa a especialista.

A pele amarelada é causada pelo acúmulo de bilirrubina, um pigmento amarelo produzido a partir da degradação das hemácias (glóbulos vermelhos).

O tema ganhou visibilidade nesta semana após o pequeno Davi Yudi, primeiro filho do influenciador Yudi Tamashiro com a cantora Mila Braga, precisar retornar à maternidade poucos dias após o nascimento. O bebê, nascido em 19 de maio, havia recebido alta no domingo (25/5), mas foi internado novamente na noite de terça-feira (27/5) após apresentar um quadro de icterícia.

Causas e sintomas

Como a icterícia é um sinal associado a diversas doenças, suas causas são variadas. Entre elas, estão lesões nas células do fígado, obstruções das vias biliares, doenças genéticas, presença de pedras na vesícula, anemias, entre outras.

A principal manifestação é a pele amarelada. Além dela, as mucosas e a parte branca dos olhos (esclera) também podem apresentar coloração amarelada. Outros sintomas incluem cansaço, tontura, fraqueza, mal-estar e náuseas.

Diagnóstico

O diagnóstico deve identificar a causa da icterícia. Para isso, o médico realiza uma anamnese, investigação clínica e exames físicos. Segundo Ana Carolina Trindade, são avaliados fatores como idade, profissão, histórico clínico, uso de medicamentos e sintomas associados.

Tratamento

O tratamento varia conforme a causa da icterícia. “Pode ser medicamentoso, no caso das hepatites; cirúrgico, se for pedra na vesícula; ou incluir quimioterapia, em casos de tumores. A abordagem é múltipla”, explica a especialista.

Prevenção

Não há uma forma específica de prevenir a icterícia, mas adotar hábitos saudáveis pode reduzir os riscos. Isso inclui evitar o uso indiscriminado de medicamentos, não consumir álcool em excesso, praticar exercícios físicos e manter uma alimentação equilibrada.

Outro ponto importante é o cuidado com a saúde sexual. “Como muitas doenças infecciosas que causam icterícia são transmitidas sexualmente, o uso de preservativo é fundamental”, alerta a hepatologista.

Quem pode ser afetado?

A icterícia pode ocorrer em todas as idades. “Ela pode atingir desde o recém-nascido — sendo, nesse caso, uma icterícia fisiológica que costuma desaparecer sem maiores repercussões — até pessoas jovens e idosos”, afirma Ana Carolina.

O que fazer ao notar icterícia?

Ao perceber sinais de icterícia, a pessoa deve procurar atendimento médico e realizar exames laboratoriais. Um clínico geral pode avaliar inicialmente o quadro e encaminhar ao especialista adequado.

“Pode ser encaminhado ao hepatologista, se houver alterações nos exames do fígado; ao cirurgião, em caso de obstruções das vias biliares; ou ao hematologista, se houver suspeita de anemia”, finaliza a especialista.

Belém