Homilia: cristãos devem ser persistentes na oração, como orienta o padre Claudio Pighin
Fundamental é que os corações estejam abertos a Deus, confiantes na justiça divina, sem que as pessoas se percam nas preocupações do mundo
A partir da narrativa bíblica em Lucas 18, 1-8, em que um juiz acaba atendendo ao pedido de uma viúva dada a persistência dela em concretizar o seu objetivo, o padre Claudio Pighin, diretor da Escola de Comunicação Papa Francisco, fundamenta sua Homilia deste final de semana, para exortar os cristãos a serem persistentes na oração. Nesse caso, deve-se sempre rezar, sem se deixar abater por não alcançar os resultados esperados, como diz o religioso.
“O evangelista narra que uma viúva foi persistente a ponto de deixar o juiz aborrecido, e por isso quis se libertar dela, fazendo-lhe justiça. O gênero parabólico pode ser compreendido na medida em que se compreende a complexidade da sua narração, da sua totalidade. Para melhor entendermos essa mensagem, precisamos compreendê-la como um todo, e ela pretende mostrar essa necessidade da oração que nunca pode cansar, sem perder a confiança nela”, destaca.
No caso, existe a imagem de um juiz severo, poderoso, mas que foi vencido pela tenacidade de uma pobre viúva. “Imaginem se o nosso Deus que é Pai de todos, não vai atender um pedido de seus filhos e filhas e, sobretudo, dos pobres como a viúva, daqueles que estão em necessidade. Se o juiz que não temia a Deus foi capaz de atender à viúva, quanto mais o nosso Deus!”, exclama o padre Claudio.
Corações abertos
Nesse sentido, como pondera o padre Claudio Pighin, os cristãos devem incrementar a esperança por meio da oração persistente. “O verdadeiro problema não é se Deus age na nossa história, mas se os seres humanos querem se abrir a esta intervenção de Deus, isto é, se deixam a porta aberta para Ele. E para fazer isso não podemos dormir ou nos distrair pelas preocupações da vida, por mais importantes que sejam. Precisamos manter nossos corações abertos ao encontro com o Senhor. Confiar nEle. É nesta atitude que se manifesta a oração como percepção de salvação”, salienta.
Ao viver esse encontro com o Senhor por meio da oração, como frisa o padre Claudio Pighin, é possível se construir intimidade e comunhão com Deus.
“Assim teremos também certeza de que Deus nos faz justiça pelas nossas causas, porque às vezes parece que Deus esteja ausente ou demora demais para nos defender, mas nesse caso o evangelista Lucas nos mostra que a oração e a justiça andam juntas. E isso por meio dessa relação com Deus, nasce em cada um de nós a transformação do nosso coração, da nossa vida, superando as desconfianças e os medos do Senhor”, enfatiza.
O padre Claudio Pighin pontua, entretanto, que na narrativa de Lucas pergunta-se: O Filho do Homem quando voltar será que vai encontrar a fé sobre a Terra?. “Será que as pessoas são capazes de romper com os valores do mundo e fazer a opção pelos valores do Reino de Deus? Quanto é importante na sua vida a oração? Perante a tantas injustiças, você deixa-se levar pela fatalidade ou aumenta a sua oração para alimentar a sua confiança em Deus?”.
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