Trilhas são refúgio de prazer e contemplação para ciclistas em Belém
Praticantes contam como contato com a natureza "desliga" os problemas momentaneamente
Pedalar é uma atividade prazerosa. E fazer trilhas é ainda mais emocionante. Muitos ciclistas desbravam esses caminhos na capital e em outros municípios. Em Belém, uma das opções é o Parque Estadual do Utinga. Leonardo Augusto Alves de Souza, 28, é fisioterapeuta intensivista e faz trilhas há aproximadamente sete anos. “Antes mesmo de reforma do Parque do Utinga, nós reuníamos os amigos e íamos andar pelas trilhas no parque e seus arredores, próximo à Ceasa”, disse. “Antigamente tínhamos acesso à UFRA também, mas há algum tempo não andamos mais por lá. Além disso, temos trilhas por Benevides, Santa Izabel e até mesmo por Marituba”, contou.
As trilhas geralmente são feitas nos finais de semana, principalmente aos domingos. Os benefícios são os mais diversos - melhora a saúde física e mental e permite fazer novas amizades. “A bike, no geral, me permitiu conhecer muitas pessoas que hoje fazem parte do meu ciclo de amigos, além do contato direto com a natureza. Nas trilhas, podemos tomar banho nos rios, respirar aquele ar puro proporcionado pela vasta área verde que temos, ter aquele contato direto com a natureza. Além de viver algumas aventuras bem legais, nos divertimos e sentimos uma sensação de liberdade sem igual e que somente a bicicleta conseguiu me proporcionar até hoje”, contou Leonardo.
O cuidado entre pedalar na cidade e nas trilhas é quase o mesmo, acrescenta. Ou seja: levar ferramentas compatíveis com a bicicleta, kits de primeiros socorros, uso de protetor solar, uma roupa que permita uma boa ventilação e que ao mesmo tempo proteja o ciclista do sol. “O uso de capacete é importantíssimo, pois o risco de queda é um pouco maior do que em um pedal urbano”, contou. “É muito importante você saber por onde está andando, para não correr o risco de se perder. E, como infelizmente nossa região metropolitana está um pouco perigosa, é interessante estar na presença de um grupo de pelo menos quatro ou cinco amigos pra ter uma certa segurança e se divertir bastante”, orientou.
Ciclistas também fazem trilhas na Alça Viária, Marituba e Benevides
Leonardo também falou sobre os melhores lugares para se fazer trilha. “Depende muito do nível de condicionamento do ciclista. Mas, pra quem está iniciando e tem aquela curiosidade em conhecer esse esporte maravilhoso, eu recomendaria o Parque Estadual do Utinga. Lá você encontra uma trilha leve e bem completa, com direito a muito verde, lama, banho de rio, aquele contato direto com a natureza. É um lugar incrível. Você nem acredita que é tão dentro da nossa cidade”, explicou.
“Pra quem tem um condicionamento maior, temos trilhas bem legais na região de Benevides. Uma bem conhecida dos ciclistas é a ‘Trilha do Soldado’, que começa na Alça Viária, no km 14, e pode chegar até Santa Izabel, cortando os municípios de Marituba e Benevides. Temos trilhas pra todos os gostos”, detalhou.
Para quem está iniciando, Leonardo recomenda escolher uma bike compatível com a modalidade. “Não precisa ser nenhuma bike profissional, mas que tenha componentes um pouco mais resistentes, pra poder aguentar o ‘tranco’”, disse. Outra dica é procurar um grupo mais experiente, “que possa te levar com segurança nos lugares. Alguém que tenha conhecimento de onde e por onde andar de forma segura”, afirmou. “Daí é só subir na bike e ser feliz. Garanto que você não vai se arrepender”, completou.
"Eu me desligo quando estou na trilha. É o meu momento”
O funcionário público Victor Cunha Neto, 35 anos, contou que um amigo o levou para o mundo do ciclismo. “Tinha mais de 20 anos que eu não pedalava”, disse. Há três anos ele conheceu um amigo, que indicou uma bicicleta para ele comprar. “Fiz esse investimento. E entrei no mundo do ciclismo em Belém, junto com outros amigos. Tenho cinco ou seis grupos de bike, de trilha, e criei muitos amigos nesse universo de bicicleta”, contou.
Infelizmente, segundo ele, em Belém, há poucas opções de trilha. “A mais conhecida é a do Parque do Utinga. Mas bem limitado. São poucos percursos que a gente tem. A gente tem que recorrer a outros lugares”, contou. Ele citou a Alça Viária, Acará, Barcarena, Paragominas, Santa Izabel e Benevides. “A gente tem que se deslocar para essas regiões para fazer outros tipos de trilha”, disse. Para Victor, fazer trilha é uma terapia. “Eu me desligo quando estou na trilha. É o meu momento, onde estou na minha paz”, contou. “Para mim não tem coisa melhor do que pedalar, tá no meio da natureza. É uma coisa que é gratificante. Está desligado de todos os teus problemas e está ali pedalando”, afirmou.
Para quem está querendo começar a fazer trilha, ele sugere que a pessoa faça um investimento em uma bike boa, adequada ao tamanho da pessoa, e com todos os equipamentos de proteção individual, tais como capacete e luva. Para se fazer uma trilha segura, também é importante a revisão da bike, verificar se os pneus estão alinhados. “E ter força de vontade e querer começar”, afirmou. Além de ser uma atividade prazerosa e saudável, o mundo da bike também permitiu que Victor conhecesse outras pessoas. “Tenho grandes amigos nesse segmento”, afirmou.
Dicas para fazer essa atividade com segurança
Para quem é principiante nessa modalidade, e está querendo começar a se aventurar pelas trilhas, seguem oito dicas essenciais para colocar em prática antes de pegar a sua bike e sair pedalando:
1. Escolha a bike adequada
Afinal, ela será o principal instrumento nessa aventura e, caso não seja adequada para fazer trilhas, provavelmente você terá problemas durante o percurso. Nesse sentido, procure por bike específica de Mountain Bike que seja compatível com seu perfil de iniciante e confortável, de acordo com sua anatomia e perfil de ciclista.
As bikes de alumínio e hardtail (suspensão dianteira) são excelentes alternativas, pois são mais leves e conseguem absorver melhor os impactos na trilha. mas se você quer um equipamento mais pesado, as bicicletas com quadro em fibra de carbono são excelentes alternativas para a modalidade.
2. Adquira equipamentos de proteção
Os equipamentos de segurança jamais devem ser esquecidos. Assim como a escolha da bike certa, a desses acessórios deve ser pessoal, considerando seu porte físico. Desse modo, não deixe de adquirir:
capacete que se ajuste à sua cabeça e seja de um bom material;
luvas para absorver os impactos e vibrações durante a prática e proteger mãos e braços;
óculos escuros próprios para a prática de esportes;
roupas com refletivos e luzes sinalizadoras nas partes traseira e dianteira da bike.
3. Estude o percurso
Após saber que a sua bike é adequada e todos os equipamentos de segurança do checklist já estão em dia, chega o momento de conhecer melhor a trilha que você pretende fazer. Isso é importante para saber o que encontrará pelo caminho e não ter surpresas desagradáveis.
4. Vá sempre com uma companhia
Imprevistos podem acontecer e ter isso em mente fará com que você tenha mais cautela. Entretanto, mesmo que sinta que a preparação já é suficiente, sempre vá com outra pessoa. Desse modo, um pode ajudar o outro em caso de emergências.
5. Aprenda a frear com segurança
Se você já adquiriu certa experiência pedalando em outros terrenos, saiba que nas trilhas é preciso dominar certas técnicas para ter mais segurança. Uma delas é dominar o freio e saber frear corretamente para que a parada não seja brusca e leve a uma queda. Dessa maneira, aprender a usar a frenagem e fazer uma desaceleração progressiva é primordial.
Utilize os dois freios com a mesma força. Além disso, antes de qualquer virada é preciso primeiro apertar o freio traseiro e só depois o dianteiro. Durante descidas mais íngremes, as precauções são ainda maiores, principalmente se você usa freios a disco. Portanto, nunca pressione muito as alavancas.
6. Atente-se à alimentação e hidratação
Pela alta exigência física para fazer trilhas — sobretudo pelo tamanho do percurso escolhido — a alimentação e a hidratação são pontos que não devem ser desconsiderados antes, durante e depois. Essa atividade física consome bastante energia, por isso, é importante investir em alimentos para repor as calorias gastas, como barras de proteínas, chocolate, carboidratos e, claro, muita água.
Bebidas isotônicas também são boas opções para manter a reposição de sais minerais. No entanto, a água é a principal e nunca deve faltar.
7. Leve itens que podem ser necessários
É indispensável levar acessórios úteis durante a trilha mesmo que talvez não precise utilizá-los. Alguns exemplos são ferramentas como chave Allen, chave de corrente e um kit para fazer consertos nos pneus, incluindo câmara de ar e bomba para enchimento.
Leve o celular e observe se a bateria está carregada caso você precise entrar em contato com alguém ou utilizar o GPS caso se perca em algum momento. Além disso, água e alimentos leves para reposição das energias devem constar entre os itens essenciais para a prática do esporte.
8. Use roupas apropriadas
O uso de roupas inadequadas interfere muito durante o exercício. Optar por bermudas e camisas próprias evita desconfortos e, até mesmo, machucados, como assaduras.
As roupas para ciclistas são fabricadas com tecidos específicos e feitas especialmente para essa finalidade. O forro é o principal componente, pois protege a região íntima e garante a proteção apropriada. Assim, elas melhoram a sensação térmica, são mais ventiladas e têm tecido respirável, que eliminam o suor resultante da transpiração.
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Fonte: https://blog.cycle7.com.br/trilha-de-bike-para-iniciantes/
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