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Família de bebê luta para para conseguir atendimento em Belém

Com a cabeça quebrada, pequeno João Salah, de um ano e cinco meses, foi levado a seis unidades de saúde, mas permanece sem sutura e sem raio-X

Redação Integrada

A família do pequeno João Salah, de um ano e cinco meses, vem enfrentando uma verdadeira peregrinação desde a tarde da última sexta-feira (01), em busca de atendimento médico em Belém sem sucesso. O menino escorregou no banheiro e bateu com a cabeça no chão, abrindo um corte profundo no couro cabeludo. Os pais, em desespero, iniciaram a busca por atendimento nas emergências na capital, mas foram recusados em todos os locais por onde passaram em virtude da pandemia que sobrecarregou o sistema de saúde e acabaram voltando para casa com a criança no mesmo estado. 

Com ajuda de um vizinho que ofereceu o carro, os pais de Salah, a autônoma Samara Reis, 30, e o porteiro Carlos André, 38, procuraram cinco unidades de saúde. A primeira tentativa foi no Pronto Socorro Municipal (PSM) do bairro do Guamá. Mas, ao chegar no local, uma placa já anunciava a falta de médico. “Disseram que não tinha profissionais para atender ninguém. Foi horrível, saímos de casa com meu filho só de fralda, ele chorando, foi assustador”, narra a autônoma. 

A família então seguiu para o PSM da 14 de Março, em nova tentativa sem sucesso. “Lá também mandaram a gente voltar para casa. Ainda perguntaram se eu queria que meu filho fosse contaminado com essa doença (novo coronavírus). Um absurdo! Era uma urgência”, lamenta a mãe. A família, então, recorreu à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jurunas, no bairro onde mora, e obteve nova recusa. Em seguida, foram à UPA da Sacramenta, e lá, o atendimento também estava suspenso.

Após a quarta tentativa, o menino recebeu um curativo na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jurunas, localizado na avenida Fernando Guilhon. “Graças a Deus tinha uma médica pediatra e ela fez um curativo para estancar o sangramento, mas disse que não poderia fazer mais nada para fechar o corte com pontos. E mandou fazer um Raio X”, contou Samara. 

A família recorreu ao Hospital Infantil Pio XII, à frente da Praça da República, mas no local, a atendente informou que não havia atendimento de urgência e emergência. Diante de todas as tentativas frustradas, restou apenas a indignação e a sensação de impotência. “A médica receitou apenas um remédio para dor. Meu filho está em casa, com a cabeça enfaixada só, mas aberta, já que não fizeram ponto e nem sabemos a gravidade do baque. A saúde não se preparou aqui em Belém.  Estamos indignados, sem saber o que fazer e nem para quem recorrer”, desabafa a mãe. 

Neste sábado, a família voltou a percorrer as emergências para ver se conseguiam o atendimento necessário. Novamente foi recusado atendimento nos Prontos Socorros da 14 e do Guamá. "A cabeça do meu filho começou a inchar e ele chora muito, reclama de dor. E nada nem ninguém da prefeitura dá um posicionamento. Sabemos a gravidade de contrair o vírus (covid-19), mas, e aí, como vai ficar a cabeça da criança?”, questiona a mãe. 

A Redação Integrada de O Liberal procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura de Belém, a aguarda um retorno.