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Estudante conquista ouro inédito para o Pará na Olimpíada Brasileira de Matemática

"Foi um sentimento de muita felicidade por ter conseguido a medalha de ouro na olimpíada mais difícil do Brasil, mas também por representar o Estado em que resido", diz Natália Pedra Trigueiro, de 13 anos

Dilson Pimentel

A estudante Natália Pedra Trigueiro, de 13 anos, aluna do Colégio Militar de Belém, conquistou a medalha de ouro nível 1 na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e entrou para a história como a primeira estudante do Pará a alcançar esse feito em uma das competições mais difíceis do país. No nível 1 (prova aplicada a quem está no 6º e 7ºano), Natália foi a única da região Norte. Mas, nos outros níveis, há premiados da região.


Natália nasceu em Juiz de Fora (Minas Gerais), mas vive no Pará desde os 8 anos de idade. A estudante destacou o orgulho de representar o estado onde construiu sua trajetória estudantil. “Foi um sentimento de muita felicidade, não só por ter conseguido a medalha de ouro na olimpíada mais difícil do Brasil, mas também por representar o Estado em que resido, o que me faz ter muito orgulho da minha conquista”, afirmou.

A medalha histórica representa, portanto, um marco para a educação paraense e evidencia o potencial de estudantes que vivem e estudam no estado, reforçando o papel do Pará no cenário nacional das olimpíadas científicas. A preparação de Natália para a OBM, que existe desde 1979, foi construída ao longo de vários anos. Ela contou que ingressou no mundo das olimpíadas do conhecimento em 2022, com foco maior nas áreas de exatas. “Ao passar dos anos, acumulei muitos conhecimentos, que me ajudaram a conquistar essa olimpíada”, explicou.

Em abril deste ano, a estudante intensificou a preparação específica para a OBM, realizando provas anteriores e estudando teorias de áreas como probabilidade e geometria, com o apoio de seu professor. Além disso, contou com o auxílio do Programa de Iniciação Científica (PIC), ministrado quinzenalmente na Universidade Federal do Pará (UFPA), voltado para alunos premiados na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).

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Desafios da prova

Considerada uma das competições mais exigentes do país, a OBM impôs desafios significativos. Segundo Natália, o principal deles foi a extensa duração da prova, de 4 horas e 30 minutos, que exige alto nível de concentração do início ao fim. “Era difícil resolver questões que demandavam muito raciocínio lógico junto de exigências técnicas enquanto já estava cansada”, contou. Ela afirmou que superou o desafio com determinação e perseverança, permanecendo até o final da prova para tentar alcançar a maior pontuação possível.

Para a estudante, ser a primeira aluna que estuda no Pará  a conquistar uma medalha de ouro na OBM tem um significado especial. Natália vê a conquista como um incentivo para outros jovens do estado. “Indica que é possível qualquer um, com esforço e dedicação, atingir resultados tão bons ou até melhores que este. Basta ter foco e saber como direcionar seus estudos”, afirmou.

Ela também destacou que o Pará conta com profissionais capazes e qualificados para orientar estudantes interessados nas olimpíadas científicas e que essas competições “abrem muitas portas para o futuro”. Natália deixou uma mensagem especialmente para alunos de escolas públicas ou de regiões onde o acesso às competições é mais limitado. “Nunca desistam de seus sonhos e busquem auxílio de professores de seu colégio que se interessem pelo assunto, pois os colégios podem inscrever os alunos em várias competições nacionais muito importantes e gratuitamente para as escolas públicas”, afirmou. Ela também destacou a existência de competições online nacionais e internacionais, que permitem aos estudantes se desafiarem sem sair de casa.

Interesse pela Matemática e futuro

Sobre o interesse pela Matemática, disciplina que costuma assustar muitos alunos, Natália explicou que sempre gostou de conhecimento em geral e de se desafiar. “Desde pequena adoro resolver problemas, e a matemática é a matéria ideal para isso”, disse. Apesar da afinidade com a área de exatas, ela afirma que ainda não decidiu qual carreira pretende seguir.

A Olimpíada Brasileira de Matemática é uma competição nacional aplicada nos estados por polos coordenados regionalmente. Em Belém, a prova ocorreu no Colégio Tenente Rêgo Barros, no dia 9 de outubro, e o resultado foi divulgado em 15 de dezembro. Natália acumula mais de 70 premiações em olimpíadas nacionais e internacionais. Ela destaca ainda que a OBM exige classificação prévia em outras competições altamente concorridas, com número limitado de vagas. No seu caso, obteve o 2º lugar nacional na LigMat (realizada em Curitiba, no dia 27 de setembro deste ano).