Distrito de Mosqueiro realiza o 136º Círio em Louvor a Nossa Senhora do Ó
A festividade da padroeira da ilha não conta com a corda dos romeiros pelo segundo ano consecutivo
Os devotos de Nossa Senhora do Ó, padroeira da ilha de Mosqueiro, celebraram na manhã deste domingo (12) o 136° Círio em homenagem à mãe de Jesus. De acordo com a Prefeitura de Belém, mais de 10 mil fiéis participaram da celebração que percorreu as principais ruas da ilha, saindo da Capela do Sagrado, no Chapéu Virado, até a igreja Matriz, na Vila, percurso com aproximadamente quatro horas de duração.
Devido à pandemia, pelo segundo ano consecutivo, a celebração do Círio de Mosqueiro não teve a tradicional Corda atrelada à Berlinda. Contudo, todos os demais elementos da procissão estiveram presentes, como a Barca das Promessas, o Carro de Anjos, o terço dos homens e a Guarda da Santa.
Segundo a organização da festividade, a celebração foi marcado pela tranquilidade. “Graças a Deus foi tudo normal, mesmo diante da pandemia e de um ano sem a realização do Círio. As pessoas vieram conscientes de que deveriam usar suas máscaras e o álcool em gel, mantendo o distanciamento necessário e possível. Acredito que Mosqueiro deu o pontapé inicial para que em 2022 os círios possam voltar a acontecer de forma tradicional”, avaliou Fernando Feitosa, coordenador do Círio.
Por onde passava, a imagem de Nossa Senhora do Ó recebia homenagens de diversas formas: fogos de artifício, chuva de papel picado, palmas, cânticos e até apresentação teatral. No projeto social Frutos do Karatê, cerca de 10 crianças encenaram uma peça em louvor à Santa. Arlindo Ataíde, devoto da Santa e responsável pelo grupo, conta que as homenagens durante o Círio de Mosqueiro acontecem há mais de 25 anos.
“É uma forma de agradecimento também, por tudo que a gente tem recebido, pelo dom da vida. Por isso a gente tem esse propósito de homenagear Nossa Senhora. Todo ano a gente se prepara e como nós temos o projeto de karatê, os próprios alunos fizeram a homenagem, eles que montaram e ensaiaram. Só temos gratidão a Deus por esse momento”, declara.
A devota Joyce Neves, de 25 anos, acompanhou toda a procissão carregando nas mãos um cesto com as caixas de remédio que seu filho Antony, de apenas 2 anos, precisa tomar diariamente. A criança foi diagnosticada aos 9 meses com Atrofia Muscular Espinhal e desde então a mãe se apegou a fé que tem na Santa para enfrentar a luta contra a doença.
“Ele toma esse medicamento que o governo fornece e eu vim agradecer porque foi muito difícil de conseguir, mesmo ele tendo direito. Hoje nós buscamos um medicamento que custa R$ 12 milhões que ele precisava ter tomado até os dois anos, porém, a justiça está negando. Então, hoje eu vim agradecer pela vida dele, mas também vim pedir para que Nossa Senhora interceda nessa causa”, revela a jovem.
Para o cônego Cristóvão Freitas, pároco da igreja de Nossa Senhora do Ó, o Círio de Mosqueiro é a oportunidade que os fiéis têm de reavivar a fé. “A festa do Círio vem trazer para nós um novo vigor na nossa vida de fé, na nossa vida comunitária, na nossa caminhada como povo de Deus e discípulos missionários de Jesus. Por isso, a realização da procissão nesta manhã é um sinal da graça de Deus em nossas vidas”, destaca o pároco.
Com o tema "Maria, Mãe da Evangelização – a conversão pastoral a serviço da igreja", a festividade dedicada à padroeira de Mosqueiro segue até o dia 19, com celebrações religiosas, na Igreja Matriz, e apresentações culturais, no coreto da Praça Matriz.
No dia 18, dia oficial de Nossa Senhora do Ó, às 18h30, será realizada uma missa na igreja Matriz e em seguida os fiéis sairão para Procissão Luminosa, percorrendo ruas do entorno da igreja. No dia 19, pela manhã, ocorrerá o Círio das Crianças e a noite o encerramento da festividade com a realização do 11º Festival de Prêmios.