Dia dos Pais é marcado por homenagens a entes queridos no Cemitério de Santa Izabel, em Belém
Visitantes transformam a saudade em homenagens e orações
O Dia dos Pais, celebrado neste domingo (10), também foi momento de saudade e lembrança para quem já não pode comemorar a data ao lado do pai. No Cemitério de Santa Izabel, no bairro do Guamá, em Belém, a movimentação era tranquila na manhã de hoje (10), quando muitas pessoas aproveitaram para acender velas, colocar flores, limpar as sepulturas e participar de uma missa realizada no local.
Entre elas estava a autônoma Rai Sinimbu, que logo cedo foi visitar o túmulo do pai e também do pai de seu filho. “O Dia dos Pais é um momento sempre muito especial para as pessoas, mas para mim é uma data um pouco triste, porque eu não tenho mais o meu pai nem o pai do meu filho. Hoje, nós viemos aqui justamente para visitar os dois. O túmulo do pai do meu filho e o túmulo do meu pai. É um momento de tristeza, mas ao mesmo tempo é um momento de recordação, de lembranças boas. A gente vem, faz a nossa oração, pede a Deus que realmente eles descansem em paz, sempre na Glória do Senhor. O meu pai tem quatro anos que faleceu, e o pai do meu filho tem sete anos”, disse.
Para ela, a visita também é um ato de fé. “A gente fica triste, mas ao mesmo tempo a gente sabe que eles estão junto de Deus. A nossa família é muito católica, então nós cremos nisso. Chegamos por volta das 7h30. A gente vem, compra as flores, a vela, coloca aqui e faz as nossas orações”, afirmou.
A zeladora Raimunda Silva, que trabalha no local, aproveitou para cuidar de sepulturas e lembrar do próprio pai. “Eu não tenho mais o meu pai nem minha mãe. Só tenho os meus filhos e meu marido. Mas o meu pai era tudo para mim. A data de hoje é um momento em que eu lembro muito dele, porque eu sinto muita saudade, mas ao mesmo tempo tristeza. Eu aprendi com ele muitos ensinamentos que hoje eu sempre digo que sou pai e mãe dos meus filhos. E muito do que eu sei, eu aprendi com o meu pai”, lembrou Raimunda, de 65 anos.
Já a aposentada Tereza Souto, de 75 anos, manteve a tradição junto das irmãs, Maria do Carmo, 72, e Graça Souto, 73, visitando o túmulo dos pais. “É uma homenagem que a gente faz todos os anos para eles”, disse, recordando que a mãe também já faleceu. “Todo ano, a gente vem aqui, para trazer flores e velas e homenagear eles”, completou.
Segundo Tereza, embora ela e as irmãs mantenham a tradição, a prática não é tão seguida pelas gerações mais novas da família. “A minha geração ainda mantém essa questão viva. Mas a tradição dos meus filhos não. Só um filho meu que ainda vai, todo ano também, na sepultura do pai dele, mas os demais não”, contou. Para ela, o gesto é uma maneira de expressar afeto. “Eu vejo que é uma forma da gente relembrar, demonstrar o amor, o carinho que tínhamos pela pessoa. De homenagear, trazer flores e dizer: ‘Olha, pai, recebe lá no céu’”, falou.
O servidor público Michel Garcia também esteve no cemitério, mas para visitar o túmulo da mãe e do avô. “É um momento em que a minha família sempre visita os entes queridos que já faleceram. Então, é uma tradição que a gente herdou da minha mãe, de sempre estar aqui presente. Eu venho sempre que posso. É uma demonstração de que o carinho por eles continua mesmo depois que eles já partiram. O corpo não está presente, mas a alma está. É uma forma de querer estar perto deles de alguma forma”, declarou Michel, que, depois da visita, seguia para encontrar o pai e comemorar a data.
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