Dia de Finados leva milhares de pessoas aos cemitérios de Belém
Entre os frequentadores desses espaços predomina a saudade dos familiares e amigos falecidos, mas, também, a gratidão, expressada por meio de orações e a colocação de flores e velas nas sepulturas
O Dia de Finados levou muitas pessoas de diferentes idades aos cemitérios da cidade de Belém, na manhã deste domingo (2). Desde as primeiras horas do dia, muita gente comparece a esses locais para reverenciar a memória de familiares e amigos, diante de sepulturas, nas quais, em geral, depositam flores e velas e fazem orações. Um desses visitantes no Cemitério de Santa Izabel, no bairro do Guamá, foi a aposentada Miracyr Moutinho, 79 anos. Ela disse que sempre se desloca de casa até o local, com flores, água e velas.
"Eu vim prestar homenagem ao meu marido, Roberto, e a toda a família (familiares sepultados no Santa Izabel). Todo ano, eu venho fazer essa homenagem a eles. A gente precisa cultivar o nosso passado. Então, é uma homenagem com muita saudade, por não ter mais eles perto da gente", ressalta Miracyr, emocionada. "Para mim, o Dia de Finados é uma data de respeito por aqueles que a gente já perdeu; saudade é o que fica", completa.
Outra pessoa presente no Cemitério de Santa Izabel neste domingo (2) foi o estudante Edivaldo Ramos, de 23 anos. Ele foi reverenciar a memória dos avós Francisco e Benedita Ramos e, ainda, do tio Elilson Ramos.
"A gente sempre está aqui no Dia de Finados e em outras datas especiais, para prestar homenagem pelo que eles fizeram por todos nós. O sentimento é de saudade, mas de muita gratidão", enfatizou. Para Edilvado, o Dia de Finados corresponde a um momento de reflexão sobre os familiares e amigos que partiram, "mas que continuam na memória, dentro do nosso coração, ficando sempre lembranças boas da contribuição deles não só para nós, mas para toda a sociedade".
No caso da funcionária pública, Nilzete Campos, 63 anos, a ida ao Cemitério de Santa Izabel, no Dia de Finados, justificou-se pela homenagem prestada aos familiares e amigos, em uma prática que ela sempre adota. "Eles estão sempre no coração, mas vir aqui é uma forma de homenageá-los, de mostrar o quanto nós ainda os amamos, e as lembranças, as recordações boas", destacou.
Nilzete informou que sempre comparece ao cemitério por ocasião de datas como, por exemplo, o Dia dos Pais e Dia das Mães. Sempre, com flores para deixar nas sepulturas.
Movimentação
É constante neste domingo (2) o fluxo de pessoas em circulação nos
cemitérios públicos e privados de Belém. Muita gente preferiu ir até as necrópoles logo nas primeiras horas do dia, para evitar filas na entrada dos chamados campos santos. Do lado de fora do Cemitério de Santa Izabel, vendedores de flores, velas e água mineral têm demanda expressiva.
O trânsito esteve lento nas ruas de acesso às necrópoles, nas primeiras horas do dia, a partir da quantidade elevada de carros em circulação nessas vias. Isso foi verificado, entre outros pontos de Belém, na avenida José Bonifácio e imediações, perto do Cemitério de Santa Izabel, o mais procurado na capital paraense.
Além dos visitantes dos jazigos, trabalhadores de limpeza e manutenção de sepulturas têm um dia de grande movimento. Eles prestam serviços a quem foi reverenciar a memória de seus mortos.
Diante das sepulturas, pessoas se concentram para rezar por seus familiares falecidos. Algumas optam por orar sozinhas, e muitas emocionam-se pela saudade de quem não está mais fisicamente entre os da família. Famílias inteiras oraram em frente ao local de sepultamento de seus entes queridos.
São também muito procuradas as sepulturas dos chamados santos populares, como a do Menino Zezinho, Raimundinha Picanço, Preta Domingas, Escrava Anastácia e Menina Januária, no Cemitério da Soledade, no bairro de Batista Campos; e do médico Camilo Salgado e outros, no Cemitério de Santa Izabel. A movimentação nos cemitérios de Belém deve continuar até o final da tarde deste domingo.
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