Descarte correto do óleo de cozinha evita contaminação; saiba o que fazer
A principal alternativa para reduzir o dano ambiental é a reciclagem, além do descarte adequado
Um litro de óleo tem a capacidade de contaminar 20 mil litros de água. A contaminação pode iniciar após uma fritura, ao despejar o óleo de cozinha no ralo da pia. E essa contaminação, apesar de passar despercebida, é potencialmente grave.
A principal alternativa para reduzir o dano ambiental é a reciclagem. O óleo de cozinha pode se transformar em massa de vidraceiro, farinha básica para ração animal, biodiesel, tintas e, principalmente, em sabão.
A bióloga Vania Neu, professora na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), explica como o descarte inadequado do óleo de cozinha é perigoso. “O óleo forma uma fina película, e um volume pequeno é o suficiente para a contaminar a água, mas você não consegue ver, principalmente quando joga no ralo da pia”, relata.
Após entrar na tubulação, o resíduo de solidifica, entupindo os encanamentos. Caso encontre outros materiais, o resultado pode ser ainda pior. “Quando o papel molhado vindo dos vasos sanitários se junta com essa gordura, eles formam camadas espessas conhecidas de iceberg de gordura - ou ‘fatberg’. O maior deles foi encontrado em Londres, pesando 130 toneladas. Estima-se que o desentupimento das galerias representa cerca de 45% do custo do saneamento básico”, explica a professora.
Com tempo de decomposição indeterminado e por ser um material orgânico, no processo de decomposição do óleo de cozinha, ele libera gás metano, impulsionando ainda mais as alterações climáticas e o desequilíbrio nos ciclos naturais.
Descarte e reciclagem
Para o descarte correto é preciso esperar o óleo esfriar. Em seguida, com auxílio de um funil, envase o óleo em garrafas pet ou de vidro. Pela Secretaria Municipal de Saneamento de Belém (Sesan), ainda não há um projeto próprio para destinação do óleo de cozinha, mas a parcerias com cooperativas podem garantir que o óleo de cozinha receba o tratamento adequado.
Além disso, é possível reciclar o óleo. “A reação de saponificação ocorre pela adição de um ácido graxo (gordura) à uma base forte (soda cáustica) resultando num novo produto, o sabão e a glicerina”, explica a pesquisadora.
“Esse sabão é biodegradável, decomposto por micro-organismos presentes na natureza”, completa Vania Neu.
A pesquisadora afirma que o sabão caseiro é menos prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana. A produção do sabão e sabonete com óleo de cozinha pode representar uma grande economia, ou até mesmo uma fonte de renda para quem se interessar em produzir.
Saiba onde descartar
De acordo com a Sesan, os pontos de coleta em Belém são:
ACCSB/ARAL – Passagem Sol Nasce p/todos, margem direita do canal São Joaquim (Val-de-Cans)
CONCAVES – Avenida Bernardo Sayão, entre Roberto Camelier e Quintino Bocaiúva (Jurunas)
CCMRFS – Travessa Padre Eutíquio, 2646. Entre Quintino Bocaiúva e São Miguel (Cremação)
COOCAPE – Avenida Dr.Freitas, passagem São Luiz nº 94 (Pedreira)
CTCMRI – Passagem São José de Ribamar, quadra 01
COCAVIP – Conjunto Recanto Verde, AL 275, Maracacuera (Icoaraci)
ASCADOUT – Rua da Tucumaeira, entre rua Paulo Costa e rua das Mangueiras
CATAMOSQUEIRO – Rua Arthur Pires Teixeira, AL. Claudio Guimarães
COOPALIX – Rua Marx nº37, Santana do Aurá
ASCAJUBA – Estrada do Vai-quem-quer
COOPCRESAN – Passagem Alacid Nunes ° 268, Vila São Raimundo (Tenoné)
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