Cúpula dos Povos lançam programação e críticas no periodo da COP 30
As ações da Cúpula dos Povos visam chamar a atenção para os desafios enfrentados pelas populações mais afetadas pela crise climática
Nesta sexta-feira, 7 , a Comissão Política da Cúpula dos Povos Rumo à COP30 realizou uma coletiva de imprensa para avaliar os primeiros desdobramentos da Cúpula dos Líderes da COP30 e apresentar as principais ações da Cúpula dos Povos, que ocorrerá de 12 a 16 de novembro em Belém (PA). Durante a coletiva, lideranças de movimentos sociais, organizações e redes nacionais e internacionais destacaram a importância da Cúpula como um espaço autônomo de construção de justiça climática, além de criticar os compromissos apresentados até agora pelos chefes de Estado na COP30.
A Barquiada: Celebrando os rios e as lutas dos povos da Amazônia
Beatriz Moreira, militante de movimentos atingidos por barragens de Belém e secretária operativa da Cúpula dos Povos, detalhou a programação das atividades da Cúpula, destacando a barquiada, que marcará o início das manifestações populares. A concentração para a saída dos barcos será na Universidade Federal do Pará, no PIER, e a embarcação terá início no dia 12 de novembro, às 9 horas da manhã, com uma navegação pela orla de Belém.
A barquiada, segundo Beatriz, visa não apenas celebrar a relação da cidade com os rios, mas também reforçar o papel simbólico da água e dos territórios da Amazônia. “A Cúpula dos Povos é formada por mais de 1.100 organizações que escolheram Belém como um lugar de resistência, onde celebramos o rio, que é o coração da cidade, como um símbolo das nossas lutas. Um protesto em terra não faria sentido diante da grandiosidade e do simbolismo da água em Belém”, afirmou Beatriz.
Além da barquiada, outras grandes manifestações estão previstas. No dia 15 de novembro, a Cúpula dos Povos realizará uma marcha, que começará às 9 horas no Mercado São Brás, e seguirá até a Aldeia Cabana, com um ato de resistência e união.
Tuane Nascimento, diretora-executiva do Perifa Connection e também integrante da Cúpula dos Povos, falou sobre suas impressões iniciais da COP30 e destacou a importância do movimento, apesar das críticas à falta de compromisso por parte dos líderes internacionais. Para Tuane, a Cúpula dos Povos tem um papel fundamental ao apresentar soluções reais para a crise climática, destacando as experiências e as demandas dos povos das Amazônias e outras regiões do mundo.
Ela também criticou a possível ausência da presidência da COP30 durante as discussões sobre os povos e os territórios mais afetados pela mudança climática. “A Cúpula dos Povos é um movimento paralelo, mas extremamente forte. Nosso objetivo não é apenas protestar, mas apresentar soluções, compromissos concretos e exigir que os governos e ministros, inclusive os internacionais, se comprometam com a justiça climática e com a proteção dos nossos territórios”, enfatizou Tuane.
A Cúpula dos Povos prepara, ainda, uma série de plenárias e atividades menores, que culminarão com a entrega de uma declaração final aos governos. A expectativa é que essa declaração exija dos governos e ministros compromissos efetivos com a causa da justiça climática, principalmente em relação às demandas das comunidades mais vulneráveis.
Um movimento de resistência e construção coletiva
As ações da Cúpula dos Povos visam chamar a atenção para os desafios enfrentados pelas populações mais afetadas pela crise climática e para a necessidade urgente de ações globais. Através de uma agenda de protestos, manifestações e discussões, o evento reforça a urgência de se ouvir as vozes dos povos da Amazônia e do mundo, e de se tomar decisões concretas que garantam a preservação dos territórios e a justiça social.
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