Conjunto Mercedários de Belém, da UFPA, tem primeira etapa de restauro entregue com apoio do BNDES
O projeto, que reúne esforços do BNDES, da Universidade Federal do Pará (UFPA), da Vale e da Fapespa, é considerado um marco na preservação da memória histórica e cultural da Amazônia
Foi entregue nesta quinta-feira (2), em Belém, a primeira etapa da obra de restauração do Conjunto Mercedários, um dos maiores e mais importantes complexos arquitetônicos da região Norte. O projeto, que reúne esforços do BNDES, da Universidade Federal do Pará (UFPA), da Vale e da Fapespa, é considerado um marco na preservação da memória histórica e cultural da Amazônia, e prepara a cidade para a Conferência da ONU sobre o Clima (COP30), que será realizada na capital paraense em novembro de 2025.
Com um investimento total de R$ 49,4 milhões, sendo R$ 36,3 milhões em recursos não reembolsáveis do BNDES Fundo Cultural, o restauro do Mercedários integra o programa “Resgatando a História”, que apoia a recuperação do patrimônio material e imaterial do país. O conjunto é o único exemplar da arquitetura sacra espanhola da Ordem dos Mercedários no Brasil e foi construído originalmente em 1640, sendo refeito em 1748.
Durante a cerimônia de entrega, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e a diretora Socioambiental do banco, Tereza Campello, receberam o título de Cidadão de Belém. A honraria foi proposta pelo vereador Moa Moraes (PV). Também estiveram presentes o reitor da UFPA, professor Gilmar Pereira da Silva, e o diretor-presidente do Instituto Cultural Vale, Hugo Barreto.
Além da restauração, o espaço passa a abrigar importantes iniciativas acadêmicas, culturais e científicas, como a nova Galeria de Arte da UFPA (GAU), uma livraria da Editora da UFPA, o Museu de Ciências do Patrimônio Cultural, um projeto da Escola de Música e um auditório para 175 pessoas. Durante a COP30, o local será a sede da Casa BNDES, espaço dedicado a programação cultural, experiências imersivas, oficinas, rodas de conversa e sessões de cinema, promovendo a biodiversidade e a economia criativa da Amazônia.
R$ 14,2 bilhões em crédito para o Pará
Durante o evento, Mercadante apresentou dados que demonstram o aumento expressivo do volume de crédito do BNDES aprovado para o estado do Pará: R$ 14,2 bilhões entre janeiro de 2023 e junho de 2025, mais que o dobro dos R$ 6,6 bilhões liberados ao longo dos quatro anos do governo anterior.
Em Belém, sede da COP30, os investimentos do banco já somam quase R$ 1,5 bilhão desde 2024, em projetos de infraestrutura, saneamento, cultura, mobilidade urbana e revitalização de áreas como o Mangueirão e a Baixada, com impacto direto na vida de cerca de 35% da população da capital.
“Estamos fazendo barcaças, restaurando os estaleiros, financiando indústria, unidades de energia e, no caso de Belém, investindo R$ 1,5 bilhão, em parceria com o governo do estado. Não é investimento no evento, porque evento passa. Tem que deixar legado para cidade e para o povo de Belém”, afirmou Mercadante. “Por isso que o presidente Lula insistiu que a COP fosse feita aqui.”
Resgate histórico: Pedro Teixeira no Livro dos Heróis da Pátria
Na cerimônia, Mercadante também propôs uma articulação entre UFPA, Marinha do Brasil e instituições religiosas e culturais para resgatar a memória de Pedro Teixeira, militar português que liderou a expedição de consolidação da Amazônia como território brasileiro no século XVII. A proposta é que seu nome seja incluído no Livro dos Heróis da Pátria e que sua trajetória passe a integrar o currículo escolar.
“Pedro Teixeira foi decisivo para a consolidação da Amazônia como território brasileiro. No entanto, sua trajetória segue invisibilizada na história oficial. Queremos resgatar essa memória e garantir que seu nome esteja no Livro dos Heróis da Pátria e presente nas escolas, para que os jovens conheçam a verdadeira dimensão da formação da Amazônia brasileira”, destacou Mercadante.
Vozes da região na COP30
Ao final do evento, o presidente do BNDES ressaltou a importância de valorizar o protagonismo amazônico na COP30. “Está cheio de especialista na Amazônia que nunca viu um igarapé e vem aqui querer dar aula de pororoca. Então, vamos deixar o povo da região falar e dizer o que é a Amazônia”, afirmou.
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