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Comandante de rebocador que colidiu com a ponte de Outeiro segue preso, confirma PC

Em depoimento, o comandante negou ter culpa e atribuiu a colisão a fatores naturais, como maré e ventos. O caso é investigado pela Delegacia Fluvial.

O Liberal

A Polícia Civil do Pará confirmou na noite desta segunda-feira (18) que o comandante do rebocador que colidiu contra a nova ponte de Outeiro, ainda em construção, permanece preso. Mário Lima foi preso na tarde de domingo (17), e as investigações apontam que ele foi o responsável direto e assumiu o risco pelo acidente, ao não adotar medidas para evitar a colisão. Em depoimento, o comandante negou ter culpa e atribuiu a colisão a fatores naturais, como maré e ventos. O caso é investigado pela Delegacia Fluvial. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do investigado.

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Raimundo Benassuly, o impacto não foi acidental. “Lá se constatou inicialmente que não se tratava de um acidente culposo, ou seja, aquele não tem intenção de provocá-lo. Muito pelo contrário, se verificou ali que a questão da maré, da profundidade do rio, dos ventos, definiu que a ação havia sido dolosa, o capitão da embarcação - o piloto no caso - assumiu o risco de provocar o acidente. Ou seja, ele bateu na ponte. Ela foi danificada ali nas gaiolas. Isso tudo poderia ser evitado se ele pegasse outro curso. É um piloto com experiência e não havia justificativa para ele pegar aquela rota”, declarou.

Outro ponto considerado pela polícia foi a fuga do comandante logo após o acidente. Mário Lima não estava na embarcação quando as autoridades chegaram ao local e só foi encontrado horas depois, na casa de parentes. Ele foi autuado em flagrante e responderá por dano qualificado e atentado contra a segurança de suporte marítimo.

A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seinfra) informou que não houve danos à estrutura da ponte, apenas a materiais de obra. Por isso, não haverá atraso no cronograma, que prevê a conclusão do projeto em até 70 dias.

Com 414 metros de comprimento e 10,5 metros de largura, a nova ponte terá estrutura estaiada, dois vãos de 117 metros cada e gabarito de navegação superior ao da ponte Enéas Martins, garantindo maior segurança para a passagem de embarcações. Considerada estratégica para a integração da região, a obra também deve impulsionar o turismo, a economia local e a mobilidade entre os distritos.