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Clássico imortal, fusca segue conquistando gerações de apaixonados por carros

Dia mundial do fusca é celebrado neste domingo (20), e colecionadores exibem paixão pelo modelo que carrega passageiros e memórias

Andréia Santana / Especial para O Liberal

Mesmo com o lançamento anual de inúmeros modelos modernos de diferentes marcas, há um carro que continua ocupando um lugar especial na memória afetiva de muitas pessoas: o Fusca. Lançado em 1938 e fabricado até 2003, o modelo que já foi o carro mais vendido do mundo segue como o queridinho de apaixonados por automóveis.

E neste domingo (22) é o Dia Mundial do Fusca. A data foi ideia do brasileiro Alexander Gromow, em 1995, para comemorar o modelo que foi eleito o carro do século. Isso porque, em 22 de junho de 1934, há exatos 89 anos, foi assinado o contrato entre a associação nacional da indústria automobilística alemã e Ferdinand Porsche para fabricar o Volkswagen (ou "carro do povo", em tradução livre do alemão).

O Fusca chegou ao Brasil em 1950. Logo se popularizou no país e conquistou gerações, um amor que passou de pais para filhos. É o caso do médico Jorge Rodrigues. Para ele, o Fusca vai além de um simples veículo: é uma relíquia que carrega histórias, afetos e lembranças que o tempo não apaga. O amor pelo modelo começou com as histórias do pai, o que gerou o afeto que ele cultiva pelo próprio Fusca, cor creme, o primeiro que adquiriu.

“A vontade de ter um Fusca começou desde criança, quando meu pai contava as histórias que ele tinha sobre o Fusca. Foi um dos primeiros carros que ele teve, e ele teve mais de um. Então, sempre em roda de família, ele contava histórias engraçadas que vivenciou dentro dos Fuscas que teve, e a partir daí surgiu a vontade de, também um dia, ter um Fusca para ter algumas histórias colecionáveis, assim como ele tinha também”, contou.

Assim como o pai passou o amor para ele, Jorge já vê o mesmo amor pelo Fusca refletido nos três filhos. “Meus filhos são apaixonados pelo Fusca. Minha filha morre de ciúmes, e quando alguém vem em casa ela logo me fala ‘papai, tocaram no seu Fusca’, então é uma paixão que já está passando para os filhos”, disse.

Para Jorge, a vontade de ter mais Fuscas aumenta todos os dias, e ele está sempre em busca da oportunidade perfeita para comprar mais um, mas pondera o trabalho de ter outro carro antigo.

“Esse é meu primeiro e único Fusca, mas tenho vontade de ter outros. Na verdade, sempre que vejo Fuscas abandonados, Fuscas à venda, tento dar uma sondada. É a vontade de ter. Mas ter carro antigo é algo que também dá trabalho, não é só ter, você tem que cuidar também. Então, atualmente, é o meu único Fusca”, contou.

Segundo o médico, os cuidados com o Fusca não são caros, mas demandam atenção especial.

“Entre os carros antigos, é o carro mais simples para resolver os problemas. Tem até um ditado que diz assim: com arame e alicate você consegue resolver qualquer problema do Fusca. E, na verdade, isso é verdade. Não é um carro que tem manutenção cara. As peças, apesar de ser um carro antigo, são peças que a gente consegue adaptar também. Em Belém, há diversas oficinas que trabalham com carros antigos. Uma em especial é a Garagem dos Sonhos, que faz a manutenção do meu carro e de diversos outros antigos, e é uma oficina realmente especializada em carro antigo aqui em Belém”, explicou.

Mas não basta cuidar, é preciso ver outros Fuscas, dos mais diversos modelos, com as mais diversas modificações. Para isso, Jorge se aventura em feiras e reuniões de colecionadores de Fusca.

“Aqui em Belém tem vários grupos de fusqueiros, que fazem encontros mensais e semestrais. Tem encontro também referente ao Dia Nacional do Fusca, o encontro Relíquias do Bosque, que vai ocorrer, por sinal, agora neste mês de junho. Então, o pessoal do Fusca está sempre se encontrando. Às vezes, é só um encontro em um posto para conversar e trocar informações. É algo que realmente sempre temos aqui na cidade”, disse.

E para celebrar o Dia Mundial do Fusca, Jorge quer levar o carro para “passear” pela cidade. “Domingo é dia de Fusca, então, no Dia Mundial do Fusca, a gente tem que dar uma volta na cidade, mostrar essa beleza para as outras pessoas, para que outros belenenses aproveitem e curtam também”, finalizou.