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Catedral Metropolitana de Belém tem fachada restaurada e nova iluminação inaugurada

A solenidade de inauguração, nesta quarta-feira (24), foi precedida por uma missa em ação de graças presidida pelo arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Júlio Endi Akamine

Gabriel Pires

Após pouco menos de dois meses de obras, iniciadas em julho deste ano, o restauro da fachada da Catedral Metropolitana de Belém, localizada no bairro da Cidade Velha, foi oficialmente entregue na noite desta quarta-feira (24). A solenidade de inauguração foi precedida por uma missa em ação de graças presidida pelo arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Júlio Endi Akamine, em um momento que reuniu a comunidade. Em seguida, os fiéis puderam contemplar a reforma na cerimônia oficial de entrega, quando foi acesa a nova iluminação externa do templo.


A obra contemplou reparos no reboco, limpeza e pintura, além do restauro das pedras de ilhós, de portas e janelas que estavam precisando de cuidados. Também foram restauradas as partes de metal nas cúpulas das torres de cruz, recuperada a iluminação externa, que há muito não se via, e realizados os trabalhos para colocar os relógios em funcionamento, assim como a manutenção dos sinos.

A iniciativa teve início a partir de uma conversa com o cura da Catedral Metropolitana, monsenhor Agostinho Cruz, que confiou na proposta apresentada pelo empresário André Tavares e autorizou que o projeto seguisse adiante. Segundo o monsenhor Agostinho Cruz, que também é vigário geral da Arquidiocese de Belém, a Catedral Metropolitana, que atravessa gerações ao longo de mais de três séculos como marco da fé católica e patrimônio histórico e cultural do povo paraense, teve sua fachada totalmente restaurada, recuperando o esplendor de sua imponência e a solidez que se projeta para o alto, com mais de 40 metros de altura.

A igreja-mãe da Arquidiocese, de acordo com o monsenhor Agostinho, foi contemplada por um projeto inovador. “Como todo patrimônio histórico, o templo precisa sempre de manutenção, de revitalização e de cuidados, para que não venha a se deteriorar. E a Catedral sempre precisa dessa manutenção. Esse projeto nasceu do coração de um empresário. Nós não fomos nós que fomos atrás. Ele chegou até mim, nós começamos a conversar, dialogar e vimos a viabilidade do projeto. O projeto começou ainda no mês de março, com as conversas e tratativas, e começou a ser executado a partir de julho”, diz.

Simbolismo para a cidade

Sobre a importância da revitalização, o cura da Sé destaca: “A Catedral não é só um patrimônio histórico, mas é um sinal da fé e da devoção do povo paraense. A igreja fica às margens da baía do Guajará e, durante o dia, é imponente e vistosa, como se fosse um farol. E, à noite, resplandece sua beleza. Por isso, foi feita toda a revitalização da fachada, que envolveu reparo de rachaduras, rebocos e pintura, que é totalmente específica para esse tipo de material. Todo custo foi arcado por eles. Ou seja, a Catedral de Belém e também a Arquidiocese de Belém não tiveram nenhum custo”.

Sonho realizado

O engenheiro e idealizador do projeto, André Tavares, afirmou que o sonho se tornou realidade. Com o serviço, foram recuperadas as paredes, o revestimento e as texturas. Segundo ele, a obra devolveu brilho às pedras que rodeiam as paredes externas, houve restauro das esquadrias e da porta principal. Além disso, com a restauração, também "devolveram voz aos sinos". “Mais ou menos uns 25 anos venho pensando nessa reforma. Isso porque a igreja, arquitetonicamente falando, é ímpar. E eu sabia que restaurar essa fachada era muito caro”, comenta.

André ainda lembra que o restauro da fachada da Catedral só foi possível graças a uma ampla parceria. O engenheiro lembra, também, que a tinta mineral, item mais caro da obra, foi adquirida com desconto de fábrica e que os andaimes foram fornecidos por empresas locais. Segundo ele, empresários amigos aceitaram contribuir prontamente, mesmo sem ver o projeto, tornando viável a realização da reforma. Para o engenheiro, é muito simbólico que a obra tenha sido entregue às vésperas do Círio de Nazaré.

“Atualmente, eu estou fazendo o restauro do Mercado de Carne e do Mercado de Peixe e eu tenho um itinerário: toda segunda-feira eu venho à igreja e passo os meus cinco minutos rezando. Eu falei ao monsenhor, certo dia, que eu iria fazer o restauro da igreja de graça, que não tinha dinheiro do estado e nem do município. Era uma iniciativa minha e era um sonho meu. Foi quando chamei uma arquiteta de restauro, que é a Tainá e trabalha comigo, e ela doou esse projeto para a gente. Tudo foi feito com amor e com muita fé”, comenta o engenheiro.

Sinal de Deus

Durante a homilia, se direcionando aos fiéis, o arcebispo Dom Júlio destacou que a reforma representa um sinal de Deus. “Se trata de preservar o patrimônio sacro. Temos muito zelo pela casa de Deus. Somos convidados a passar do sinal ao mistério. Tudo na igreja é sinal. Isso é sinal do mistério de Deus. O inefável se faz presente diante de nós”, afirma Dom Júlio.

“O que diferencia o templo de uma construção qualquer é a humildade e penitência que estamos diante de Deus. Tudo isso nos faz ver Deus. Na igreja, ele [Deus] comunica a sua graça. Isso porque sob o altar está Cristo. Ficamos felizes de receber essa obra, porque está aí a manifestação de Deus. Um olhar sem fé só vê fachada, tinta e gastos, mas um olhar de fé nos faz perceber a presença do Criador entre nós”, acrescenta o arcebispo.

As empresas envolvidas na obra foram a LC Equipamentos, Tainá Arruda Projetos de Restauro, Postos Dallas, CNPAG Advogados, Recicle Soluções Ambientais, Vitria Oftalmologia, além do vereador André Martha e da TEN Energia e Construtora Ltda. Ainda durante a celebração, um grupo de crianças da Arquidiocese de Belém fez a entrega de um certificado de agradecimento pela obra.