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Casamento comunitário realiza o sonho de 50 casais em Belém

Cerimônia no Teatro Estação Gasômetro celebra o amor, a dignidade e o direito à felicidade

O Liberal

Em uma noite marcada por emoção e simbolismo, 50 casais disseram “sim” no palco do Teatro Estação Gasômetro, em Belém, durante ​a cerimônia do 7º Casamento Comunitário promovido pela Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE-PA). Realizado nesta quarta-feira, 21, o evento celebrou o amor, a dignidade e o direito à felicidade, unindo gratuitamente casais em situação de vulnerabilidade, sendo 46 heteroafetivos e 4 homoafetivos, em uma formalização que vai além do aspecto legal, valorizando histórias de afeto e superação.

Entre os casais, Sônia Marques e Junior Marques viveram um momento esperado há mais de duas décadas. “É um momento de gratidão, graças a Deus conseguimos dar mais esse passo importante na nossa união”, relatou emocionado Júnior Marques. “Quando o juiz pediu para fecharmos os olhos e lembrarmos do momento em que nos conhecemos, foi como uma viagem no tempo. Voltei a julho de 2002, quando vi a Sônia pela primeira vez. Hoje estamos aqui realizando esse sonho. É algo surreal, inexplicável. Estou muito contente, muito feliz mesmo. Foi emocionante, chorei bastante, mas é só gratidão. Estamos enfim casados”, destacou.

Casamento comunitário

O servidor da DPE-PA, Luiz Henrique Dores, também oficializou a união com Maria Silva. “Me sinto acolhido na Defensoria há quase quatro anos, e estar aqui hoje, cercado de tanta gente especial, é maravilhoso. Viver esse momento ao lado da Sofia é algo que nunca vou esquecer”, disse. Maria Sofia também compartilhou sua emoção. “É muito maravilhoso. Me sinto honrada, acolhida e muito bem recebida”, afirmou.

A iniciativa vai além do simbolismo do “sim”. O casamento civil garante segurança jurídica em áreas como pensão, herança, partilha de bens, inclusão em planos de saúde e acesso a benefícios sociais. Desde a primeira edição, 453 casais já oficializaram a união por meio do projeto.

Para a defensora pública Leiliana Santa Brígida, diretora Metropolitana da DPE-PA, a ação representa um importante mecanismo de inclusão. “Hoje, não celebramos apenas casamentos, mas garantimos dignidade. Para muitas dessas pessoas, casar era um sonho distante, por conta de entraves econômicos ou burocráticos. A Defensoria está aqui para transformar esses sonhos em realidade e afirmar que o amor também é um direito”, destacou.

Presente na cerimônia, a defensora pública-geral do Estado, Mônica Belém, reforçou a missão da instituição. “Cada casal que está aqui hoje carrega uma história única. Histórias de amor, de superação, de resistência. E agora, essas histórias se encontram também com efetivação dos seus direitos, algo que, para muitos, parecia distante, inacessível. Mas, é justamente por isso que a Defensoria Pública existe: para encurtar essa distância, para fazer com que a cidadania plena seja uma realidade para todas e todos. Regularizar o casamento é dar segurança jurídica à união, é permitir que famílias sejam reconhecidas em sua completude, com o respaldo da lei”, afirmou.

A cerimônia integrou as atividades do “Maio Verde”, mês em que se celebra o “Dia Nacional da Defensoria Pública” e o aniversário de 42 anos da Defensoria do Pará. A iniciativa contou com parceria do Cartório de Registro Civil Guedes de Oliveira.

Para o casal Thais Alcântara e Emanuelle da Silva, a noite foi a concretização de um sonho cultivado com esperança. “Nós esperamos muito por esse momento, e ele é muito importante pra gente. É um passo a mais que estamos dando no nosso relacionamento e no nosso futuro”, disse Thais. Questionada se em algum momento pensaram em desistir, ela concluiu: “Nós nunca perdemos a esperança de realizar esse sonho justamente porque acreditamos na Defensoria; pra isso, pra assegurar esse direito que temos de nos unir.”

Belém