Alunos recebem projeto 'Cientistas nas Escolas' e vivenciam experiências com a ciência aquática
Iniciativa da UFPA leva animais taxidermizados, fósseis e lupas para instituições de ensino da Grande Belém
Estudantes da educação básica receberam a visita do projeto Cientistas nas Escolas e tiveram a oportunidade de vivenciar um dia diferente, com aprendizado científico prático e dinâmico. A ação é coordenada pelo Laboratório de Ecotoxicologia da Universidade Federal do Pará (LABECOTOX/UFPA) e tem como principal objetivo aproximar a universidade da comunidade escolar, promovendo atividades com foco em ciência aquática e educação ambiental.
Durante as visitas, os alunos puderam ver de perto animais taxidermizados, fósseis, lupas profissionais e outros instrumentos científicos. Para muitos, foi a primeira vez em contato com esse tipo de material. “Quando eu pego o livro e falo ‘lê uma página daqui até ali’, eles vão ler, mas eles não veem como aquilo se encaixa na vida deles. Geralmente, o primeiro contato que eles têm com uma lupa ou com organismos e animais taxidermizados, por exemplo, é durante as exposições do nosso projeto, principalmente quando a escola não tem estrutura para aulas de ciências que não sejam teóricas. [Nas exposições], quando eles botam o dedo na lupa e veem coisas que eles não conseguem ver a olho nu, a base da ciência, que é investigar, ter um olhar curioso, querer ir atrás de respostas, começa a fazer sentido para eles”, explica Carla Carolina dos Santos, professora da rede básica e doutoranda em Farmacologia e Bioquímica da UFPA.
Criado em 2022, no período pós-pandemia, o projeto já passou por mais de dez escolas, públicas, privadas, urbanas e ribeirinhas, em Belém e região. A abordagem vai além do conteúdo teórico, utilizando recursos visuais e interativos que estimulam o interesse dos alunos. Entre os temas apresentados, está o fenômeno da pesca fantasma, que ocorre quando redes e outros apetrechos de pesca são abandonados nos rios e oceanos e continuam capturando animais. Segundo a Organização Proteção Animal Mundial, cerca de 25 milhões de animais marinhos são afetados por essa prática todos os anos no Brasil.
“A sociedade como um todo, quando imagina um cientista, pensa naquele químico fazendo poções ou em uma pessoa com muita inteligência, uma coisa fora da média. A maioria não vê o conhecimento científico como algo que faz parte da vida deles. Por isso, cada vez mais, a gente precisa se aproximar da comunidade, inclusive para evitar casos como os que aconteceram durante a pandemia do Covid-19, quando a ciência foi descredibilizada justamente no momento em que se fazia mais necessária. Eu acho que esse é o principal papel do projeto de extensão: aproximar a universidade da sociedade”, afirma Lílian Amado, professora da UFPA e coordenadora do LABECOTOX.
As ações do grupo contam com o apoio de parceiros como o Museu de Zoologia da UFRA (MZUFRA), o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Norte (CEPNOR) e o Laboratório de Pesquisa em Monitoramento Ambiental Marinho (LAPMAR), que emprestam materiais para as atividades do projeto.
Como solicitar uma visita
Para agendar uma visita do projeto Cientistas nas Escolas, interessados devem entrar em contato pelo e-mail lla@ufpa.br ou pela conta no Instagram: @labecotoxufpa. Devido às limitações de mobilidade da equipe, as atividades priorizam escolas localizadas na Região Metropolitana de Belém e cidades próximas. Propostas de parceria também são bem-vindas.
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