MENU

BUSCA

7ª Marcha das mulheres negras em Belém chama atenção para a injustiça racial e ambiental

Marcha seguiu pela avenida Presidente Vargas, reunindo mulheres de diversos coletivos e movimentos sociais

Camila Guimarães

Nesta segunda-feira (25), coletivos e movimentos sociais de mulheres negras realizaram a 7ª Marcha das mulheres negras em Belém, com o objetivo de rememorar os 30 anos do primeiro encontro de mulheres negras latio-americanas, realizado em São Domingos, na República Dominicana, em 1992. A data também marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. A programação começou na Escadinha da Estação das Docas e seguiu até o Quilombo da República, na avenida Assis de Vasconcelos, bairro da Campina.

VEJA MAIS

Joana Machado detalha que a grande luta, no âmbito da educação antirracista, tem sido provocar a reflexão para que mais pessoas percebam como o racismo está naturalizado. “Quando você usa apelidos, pergunta para pessoa se pode pegar no cabelo dela… Isso tudo é racismo. O racismo não é só aquele da violência explícita, ele é diário. Quando as pessoas negras não são vistas nas escolas, quando a história do povo negro não é contado nas escolas, isso tudo é racismo”.

“A gente é muito invisibilizado, não só no Acará. Eu sou da coordenação executiva da Malungo, que é a coordenação estadual dos quilombolas no Pará, e posso dizer que a realidade das comunidades são as mesmas. As escolas quilombolas estão todas danificadas, as classes só vão até a quarta série. Se a gente quiser continuar estudando, a gente tem que ir para escolas distantes 40 km, 50 km das comunidades. Ou a gente tem que vir para Belém, servindo de empregada doméstica, para ter a oportunidade de estudar. Mas a gente resiste porque entendemos que é por meio da educação que podemos mudar nossa vida”, relata.

A coordenadora explica que a Coant atende nos altos do Mercado Municipal de Carnes Francisco Bolonha, na boulevard Castilhos França, em Belém, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h. “Nós incentivamos que as pessoas vítimas de racismo denunciem. Muitas desistem da denúncia, mas é importante que esse combate seja feito”, reforça Elza Rodrigues.

A 7ª Marcha das mulheres negras em Belém seguiu até a Praça da República, no ponto de encontro do Quilombo da República, onde foi aberto espaço de fala para várias lideranças, representantes de movimentos sociais e coletivos que tiveram a oportunidade de expor suas pautas.

Serviço:
Coordenadoria Antirracista (Coant) de Belém
Endereço: Mercado de Carne Francisco Bolonha, sala 25, altos.
Email: coant.belem@gmail.com
Horário: 9h às 16H

Belém