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30% dos rodoviários de Belém tiveram covid-19; 5% morreram na pandemia

Estimativa é do Sintrebel, sindicato da categoria. Lembrança ocorreu em meio à vacinação de rodoviários.

Victor Furtado

Cerca de 30% dos mais de 5 mil rodoviários da capital tiveram covid-19. Desses, 5% morreram. A estimativa é do que o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Pará (Sintrebel) conseguiu registrar. Possivelmente, há mais casos ainda desconhecidos. Os dados foram relembrados nesta quinta-feira (24), durante o segundo dia de vacinação desses trabalhadores. No entanto, é uma estimativa. A programação, de agenda fechada e por listagem, segue até dia 26 (sábado).

Mesmo assim, a demanda no primeiro dia da vacina foi baixa: apenas 496 pessoas. Ontem, foram disponibilizadas 1.500 doses divididas igualmente para cada um dos pontos de vacinação: no centro de formação da categoria, na travessa Vileta, 2231, bairro do Marco; e no Instituto Altair Brandão, na avenida José Bonifácio, 2626, bairro do Guamá. O Sintrebel tem mobilizado os trabalhadores para atingir a meta de 100% do público-alvo.

“Graças a Deus, chegou a vez dos rodoviários de Belém, uma categoria que mesmo com todos os decretos estaduais e municipais, não parou.Hoje os rodoviários com certeza vão se sentir mais seguros e mais felizes com a primeira dose da vacina. Queria pedir aos trabalhadores, que ainda não se vacinaram, que possam se dirigir a um dos pontos de aplicação com a documentação exigida e que não percam essa oportunidade de se imunizar. A vacinação vai até sábado, então há bastante tempo e vacinas suficientes. É uma oportunidade que não podemos deixar passar”, apela o vice-presidente da Sintrebel, Ewerton Paixão.

Durante a pandemia, a impossibilidade de parar o trabalho deixou muitos trabalhadores divididos entre o medo de adoecer, transmitir aos familiares ou perder o emprego. “Tive medo, principalmente em abril do ano passado porque acredito que foi o pico da doença, mas eu dependo do meu trabalho pra viver e acho que assim como outros tivemos que passar por cima disso e ir à luta. Quando testei positivo pra covid-19, eu fiquei assintomático em casa. Receber a primeira dose do imunizante é motivo de muita alegria, hoje a gente se sente mais aliviado porque muitos não tiveram a mesma sorte ou perderam algum parente, como eu perdi meu cunhado também para doença”, conta o cobrador, Jailson Medeiros, 37 anos.

Na fila para receber a dose, Naily Martins, 18 anos, uma das mais jovens trabalhadoras da categoria, se emociona com a convocação para ser vacinada. “Eu nunca imaginava tomar agora. Eu achava que seria uma das últimas, mas é muito gratificante começar a trabalhar e ter essa oportunidade é muito importante. É um momento especial e único porque perdi dois familiares para doença e receber essa dose me lembra deles e ao mesmo tempo traz uma esperança de que dias melhores virão”, disse a jovem.

Belém