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França: país que inspirou o Brasil para a Proclamação da República

Andreza Gomes / Especial para O Liberal

A "Revolução Francesa" difundiu os ideias republicanos desde o final do século XVIII. E no Brasil, não foi diferente. O historiador e professor Adony Borges explica que,  no século XVIII, a "Conjuração Baiana", quando o Brasil ainda era uma monarquia, se inspirou na "Revolução Francesa". “Foi um movimento popular liderado por ex-escravos e por escravos que queriam a liberdade”, pontua.

O século XIX foi marcado pelo desenvolvimento do cientificismo, a busca pelo conhecimento. Um momento em que a Ciência estava em desenvolvimento. O historiador ressalta que, neste período, é possível perceber as evidências dos problemas de cunho social dentro do Brasil. “Por exemplo, a escravidão era um fator extremamente negativo para o Brasil. Num país que prega a ideia de liberdade e mantém seres cativos há uma contradição muito grande. Tem ainda a imagem do imperador, que começa a ficar desgastada devidos aos embates entre a monarquia e as elites formadas por cafeicultores”, explica.

Outro exemplo é após a Guerra do Paraguai, que faz com que os próprios militares comecem a levantar o ideal da bandeira positiva. “O pensamento positivista é levantado em grande parte pelos militares até mesmo como uma forma de por fim ao governo que não cumpria com suas promessas e que nada fazia para mudar as condições econômicas, sociais e políticas do país. Podemos destacar o nome do militar Benjamin Constant, que era um dos idealistas do Positivismo no país”, explica Adonis.

“O Brasil mantinha um monarca que não fazia mais nada e vivia como um parasita. Com a Proclamação da República, a família real é expulsa do Brasil e, assim, se observa qual filosofia que o Positivismo traz”, diz. “O Positivismo construiu figuras heroicas até por causa das influências dos militares. O primeiro deles é o Tiradentes e o segundo é D. Pedro I, que de herói passou a ser visto como vilão”.

E outro herói que podemos destacar neste processo de Proclamação da República foi a construção do mito em torno do Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente da República. “Não é a toa que aqui em Belém você tem uma rua que se chama Generalíssimo Deodoro da Fonseca, ou seja, há uma exaltação à figura dos militares que participaram do processo da consolidação da República no sentido de querer mostrar que agora se vive um novo momento em que se busca equilíbrio, transformação e construção”, detalha o professor.

Ele cita ainda que um dos maiores exemplos que temos no Brasil de consolidação da República é o lema da Bandeira Nacional criado por Raimundo Teixeira Mendes. “Ele coloca o lema 'Ordem e Progresso'. São dois pontos que estão interligados. Se você está em desordem, você não vai a lugar nenhum, mas a partir do momento em que você põe as coisas em ordem você vai progredir, crescer, desenvolver. Então, eis o porquê do lema da filosofia positivista ser adotada no Brasil. O lema 'Ordem e Progresso' tem uma ligação com o próprio lema da Revolução Francesa que é 'Igualdade, liberdade e fraternidade'. De fato, onde tem igualdade você observa que há uma ordem e se há uma fraternidade, uma liberdade a ideia é progredir e não regredir”, conclui Adonis.

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