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Mutirão tenta melhorar a condição da Estrada do Aurá, que dá acesso ao Abacatal

Buracos, lama, matagal e escuridão na Estrada do Aurá, fazem com que os próprios residentes da colônia assumam muitas vezes a missão de deixar a estrada trafegável

Daleth Oliveira


Moradores do Quilombo do Abacatal têm se reunido para uma tarefa que já é rotina entre eles ao menos duas vezes por semana: tentar melhorar a condição da Estrada do Aurá, principal via de acesso à comunidade.

Há décadas a missão de ir e vir dos moradores do Quilombo do Abacatal tem sido complicada e, literalmente, cheia de obstáculos. Buracos, lama, matagal e escuridão na Estrada do Aurá, fazem com que os próprios residentes da colônia assumam muitas vezes a missão de deixar a estrada trafegável, enquato aguardam, há anos, a pavimentação da via.

Ferramentas e muita disposição 

Pelo menos duas vezes por semana, um grupo se reúne, junta algumas ferramentas e vai até os pontos mais críticos da estrada para tapar buracos, capinar e abrir valas que, quando chove, poças de água se formam interditando a passagem. Benedito Nascimento, 48, é um desses voluntários e conta que usa o próprio carro para levar os equipamentos usados no serviço.

“Todo mês eu tô aqui nessa estrada secando essas valas que aumentam em época de chuva. Já que não tem uma máquina para ajeitar a rua, o jeito é usar minha enxada. Quem sofre somos nós, que precisamos sair e entrar no Quilombo”, relata o eletricista.

Estrada apresenta riscos 

A agente comunitária Amanda Cardoso, 27, conta que o problema é antigo e a comunidade já pediu ao poder público uma solução. “Nosso território tem 311 anos de história e resistência, e desde sempre enfrentamos esse desafio que é caminhar por essa estrada. A gente já fez inúmeras manifestações pedindo pavimentação, mas até hoje, nada”, diz a moradora.

“Temos um ônibus escolar que deixa os alunos na comunidade e estamos enfrentando muita dificuldade por causa dos buracos. A noite a dificuldade piora devido a estrada ser escura e, com todos esses buracos, fica inviável. Tem uma moradora do Quilombo que precisa fazer hemodiálise e um carro vai buscá-la no início da manhã. E agora, por causa da condição da via, o motorista não quer mais ir até lá”, denuncia.

Mesmo sendo próximo a uma subestação da Equatorial Energia, o trecho perto do quilombo sequer tem postes de luz. A artesã Cristiane Maia, 40, fala que as mulheres são as que mais sofrem com escuridão, que gera insegurança. “As mulheres ficam mais vulneráveis. Já aconteceram assaltos e ano passado, uma mulher da nossa comunidade foi violentada sexualmente. A falta de energia aqui favoreça ações de pessoas mal intencionadas. Chega a ser ridículo a Equatorial Energia estar no nosso caminho e nossa estrada ser absurdamente escura”, finaliza.

Prefeitura já tem projeto da estrada

A Prefeitura de Ananindeua (PMA) informou que, na Secretaria Municipal de Saneamento e Infraestrutura (Sesan), está em elaboração o projeto de recuperação da Estrada na área de acesso ao Quilombo do Abacatal. 

A Sesan esclarece ainda que, por ser uma via que fica numa área de grande valor histórico-patrimonial, o projeto requer a participação popular da comunidade. Por esse motivo, equipes técnicas já visitaram o quilombo e apresentaram parte inicial do projeto e têm se colocado à disposição para quaisquer consultas durante todo esse processo. O projeto contemplará serviços de drenagem, terraplanagem, meio fio, ciclofaixa, pavimentação, sinalização e iluminação pública em LED. A Secretaria ressalta ainda que está na fase final de aprovação do projeto. Enquanto isso, a Sesan realizou, após a ida do Ananindeua em Revista, o nivelamento da estrada com uma máquina patrol.

A Equatorial Pará informou que a responsabilidade de implantação e manutenção da iluminação pública no local é de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Ananindeua. Quanto a isso, a Sesan informa que irá encaminhar a equipe para fazer os reparos necessários nas luminárias.

 

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