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Especialistas dão dicas de como construir um bom currículo

Como um cartão de visitas, esse pedaço de papel define a imagem do candidato, portanto, na hora de construir um currículo, é preciso atentar-se para requisitos básicos

Luiz Cláudio Fernandes

Erros de ortografia, fontes extravagantes, falta de informações importantes, fotos nada profissionais… Esses são apenas alguns dos detalhes que podem definir um currículo ruim. Como um cartão de visitas, esse pedaço de papel define a imagem do candidato, portanto, na hora de construir um currículo, é preciso atentar-se para requisitos básicos apontados por especialistas da área. 

O currículo precisa ser, acima de tudo, objetivo, explica o coordenador dos cursos de Administração e de Ciências Contábeis do Unifamaz Eduardo Vasconcelos. “O candidato precisa mostrar claramente a sua intenção e a que ele está se candidatando, de modo que a empresa possa filtrar. Para isso, o currículo precisa estar muito bem formatado, com uma estrutura legível e sucinta. Não se deve entregar currículo com muitas páginas, ele deve objetivo”, detalha o docente, que também costuma fazer seleção de candidatos. 

Segundo ele, é preciso colocar as informações atualizadas e requeridas pela empresa que está contratando. “O candidato deve colocar dados pessoais, mas isso deve ser restrito a telefone, endereço, email, e não informações como CPF, RG, carteira profissional e título de eleitor. Esses documentos adicionais podem ser entregues depois, quando o candidato passar no processo seletivo, e não devem estar no currículo”, esclarece. 

Além disso, é fundamental colocar a formação, seja ela em nível superior, pós-graduação ou mestrado, ou ainda cursos relacionados à área pretendida. “Não interessa colocar cursos feitos anos atrás e sim os mais relevantes e mais atuais”, explica Eduardo. 

Muito se questiona ainda se é importante colocar experiência profissional. É importante, mas ela deve ser um resumo sobre a carreira e a evolução profissional do candidato. Não há a necessidade de colocar os 10 últimos anos e sim coisas recentes e diretamente focadas, que mostrem a experiência do candidato e, principalmente, onde ele demonstrou resultados. Outro ítem que é bom constar é a experiência com outros idiomas, assim como o nível de fluência e as experiências internacionais, caso o candidato as tenha. 

Segundo Eduardo, uma dúvida recorrente é sobre a necessidade de carta de apresentação. “Ela não é obrigatória. E se houver, tem de ser muito direta, com cerca de cinco linhas, direcionada para a empresa. Deve ser feita somente se for exigida pelo cargo”, ensina o professor. Ainda segundo ele, é essencial que o currículo seja limpo e que o candidato faça uma minuciosa revisão do texto. “O candidato deve ler com atenção e observar eventuais erros de ortografia ou texto mal formatado ou confuso. Acima de tudo isso é importante, porque vai dar ao recrutador a impressão adequada sobre o candidato”, explica. 

Outra dúvida recorrente é sobre o uso de foto. “Não é necessário. Apenas se for solicitado. E a imagem deve ser no tamanho 3x4”, alerta Eduardo. Ele também deixa uma dica aos que estão iniciando a carreira: “iniciantes, que ainda não têm experiência profissional, devem pensar em outras atividades que já desenvolveram como trabalhos voluntários, trabalhos acadêmicos publicados e premiados, monitoria feita durante a faculdade ou atividades realizadas junto a empresas júnior, centro acadêmico, ou seja, o candidato deve mostrar o seu engajamento com essas atividades”, explica. 

Veja o que não deve constar em um currículo

  • Experiências que não sejam relevantes e que não agreguem àquele cargo.
  • Informações pessoais como preferência religiosa, ou às vezes hobbies. Se houver necessidade de saber sobre o hobbie, será requisitado ao candidato no processo seletivo. 
  • Mentiras sobre o candidato e seu nível de conhecimento. O candidato deve mostrar apenas conhecimentos e habilidades que possui. 
  • Referências. Colocar apenas se a vaga pedir.
  • E-mails que não tenham um tom profissional. Ou seja, endereços eletrônicos com junção de nomes que não têm a ver com o candidato. Isso precisa ser devidamente cuidado, porque será avaliado.
  • Redes sociais com conteúdo inadequado. Algumas empresas costumam acessar as redes sociais do candidato para verificar o tipo de conteúdo postado e conhecer mais sobre o seu perfil. 

Onde deixar meu currículo? 

Segundo Eduardo, outra dúvida frequente é sobre lugares onde deixar o currículo e sobre plataformas online de recebimento do documento. “Depende muito do tipo de lugar ou do tipo de vaga que o candidato está pleiteando. Isso sofre variações de acordo com a formação ou área de interesse. De modo geral, uma grande ferramenta que tem dado bastante retorno nos últimos tempos é o LinkedIn. Nessa rede social o candidato consegue alimentar toda a sua trajetória profissional. Muitos recrutadores têm recorrido a essa ferramenta como forma de achar o perfil adequado”, explica. 

O professor explica ainda que empresas grandes e multinacionais geralmente disponibilizam em seus próprios sites formas de recrutamento de candidatos. “Essas empresas usam essa ferramenta para fazer o processo de captação de talentos e, se o currículo for bem estruturado, o candidato pode ter um bom retorno”, diz. 

Eduardo alerta que hoje em dia poucos lugares recebem currículos impressos e pessoalmente do próprio candidato. A grande maioria tem utilizado ferramentas digitais. “As empresas têm usado o seu próprio site ou sites de empresas de consultorias que trabalham com recrutamento, ou sites de recrutamento relacionados a mapeamento de vagas”, informa. 

Segundo o professor, em Belém e Ananindeua, um tipo de formato que tem funcionado bem é o cadastro do currículo em bancos de vagas nos sites das prefeituras dessas duas cidades. Os trabalhadores de Belém podem cadastrar no Portal do Trabalhador, vinculado à Secretaria Municipal de Economia, e os trabalhadores de Ananindeua podem cadastrar no Feirão Ananin de Empregos. “O candidato entra no site da prefeitura, clica no banner do banco de vagas correspondente e cadastra o seu currículo”, explica. 

Por fim, Eduardo explica que, além de se preocupar com o lugar onde vai entregar o seu currículo, o candidato precisa atentar-se para criar e manter seu networking. “Isso não está relacionado necessariamente ao lugar onde o candidato vai entregar o currículo, mas à forma como ele se relaciona com as pessoas, como ele mostra o seu potencial, o seu comportamento. A indicação ainda é um fator muito importante dentro da nossa região e no Brasil como um todo, e por isso é importante ele mostrar o seu potencial para as pessoas certas, que podem indicá-lo em eventuais seleções de emprego”, finaliza. 

O que as empresas procuram 

Cyndia Bressan, especialista na área de Gestão de Pessoas e Consultora de RH do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG), explica que, depois da pandemia, a busca é grande por perfis mais resilientes, pessoas mais proativas, com equilíbrio emocional e protagonistas das suas carreiras inovadoras. “A gente chama de competências soft skills, ou socioemocionais, mais em alta que competências técnicas, que são mais fáceis de serem treinadas”, esclarece. Ainda segundo ela, as profissões em alta são aquelas nas áreas de tecnologia, de compliance, segurança das informações, LGPD, governança corporativa, gestão de pessoas e finanças. “É recomendável que as pessoas que se encaixam nesses perfis tenham um currículo atualizado no LinkedIn com as palavras chaves da sua área para que a busca seja mais efetiva”, alerta. 

Serviço: Trabalhadores de Belém podem cadastrar o currículo no Portal do Trabalhador, vinculado à Secretaria Municipal de Economia. Trabalhadores de Ananindeua podem cadastrar o currículo no Feirão Ananin de Empregos

 

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