Cunhã-Poranga Marciele Albuquerque leva a força do povo Munduruku à COP30 em Belém

Paraense, que vive em Manaus, ativista marcou presença na COP30 com discursos, participação em painéis e na Marcha Mundial pelo Clima, reforçando o papel dos povos tradicionais nas soluções para a crise climática

Bruna Dias Merabet
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Cunhã-Poranga do Boi Caprichoso, Marciele Albuquerque esteve em Belém para vivenciar de perto a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 – COP30. Indígena do povo Munduruku e nascida em Juruti, no Pará, Marciele é ativista ambiental e mora em Manaus há 14 anos.

Sempre engajada nas causas ambientais, na COP30 foi o momento de vivenciar de perto o poder do ativismo e da proximidade com os diversos povos. Presente em diversos painéis para bate-papo, Marciele também esteve na Marcha Mundial pelo Clima, que ocupou as ruas de Belém na semana passada. Foram mais de 70 mil pessoas reunidas, uma amostra expressiva da diversidade cultural e social do povo amazônico.
Marciele foi às ruas para defender a demarcação de terras dos povos tradicionais como política climática.

“A marcha é central para as nossas demandas, porque tem povos, vozes e línguas do mundo inteiro. Uma diversidade cultural muito grande para mostrar a nossa força tanto nas ruas como para o mundo. Nós estamos no centro de todas as discussões na COP30 aqui em Belém, defendendo as pessoas que vivenciam a Amazônia e que pagam pelas consequências climáticas das quais não são responsáveis”, disse Marciele.

Para mostrar a força da cultura de Parintins, Marciele foi uma das vozes da Amazônia no “Verificado pelo Clima na COP30”, que ocorreu na TED Countdown House, em Belém (Brasil).

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O diálogo mostrou como celebrações culturais como o Festival de Parintins podem ser poderosos instrumentos de conscientização, transformando ciência e sustentabilidade em histórias que inspiram o mundo.

“A gente consegue sentir essa conexão muito forte e eu convido todos vocês que tiverem a oportunidade de ir conhecer. ‘Ah, mas eu não tenho ingresso’. Viver Parintins na sua essência é estar andando pela frente da catedral, é no curral do Contrário, é no curral do Boi Caprichoso, que está sempre aberto para receber todas as pessoas. Então, foi dessa forma que eu me tornei completamente apaixonada pelo Boi Caprichoso. É uma oportunidade que eu talvez não imaginasse: estar onde eu estou hoje, porque eu sei da minha capacidade. Então, minha conexão com o Caprichoso é muito além: é amor, é paixão, é vivência, é alegria”, explicou a Cunhã-Poranga, durante o painel.

Cunhã-poranga do Boi Caprichoso, Marciele Albuquerque, na COP30 (Fotos: Carmem Helena)

Marciele Albuquerque ocupa o mesmo item no Boi Caprichoso desde 2017. E, por onde ela passa, o azul caminha com ela, transpirando sua identidade.

“O Caprichoso sempre foi uma associação cultural que abriu as portas para todos os outros grupos de outros estados e cidades. Eu entrei por uma dessas portas, que foi a de Juruti. Existe uma parceria muito grande do Boi Caprichoso com outros grupos de Manaus, Maués, de Belém também, e lá em Juruti não foi diferente. Nós temos o Festribal lá e foi através do Munduruku que eu consegui entrar no Boi Caprichoso, já fazendo parte do grupo como dançarina”, relembra.

 

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