Amor que não se mede
Na semana em que Câmara e Senado aprovaram leis mais duras para quem maltrata animais, a Conexão AMZ mostra bons exemplos de amor pelos pets
Na casa da comerciante Carolina Magrin, cuidar, amar e respeitar os animais é uma lição que se aprende desde cedo. “Minha mãe é uma pessoa maravilhosa, que nos ensina a amar os animais desde que éramos crianças. Ela fica muito comovida com animais abandonados, machucados e acaba os trazendo para casa. E, depois, quem cuida sou eu”, conta, sorrindo.
Um amor que se multiplica. Hoje, já são três cachorras na casa da família, em um condomínio, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. Suzi, a última a chegar, foi socorrida após ser atropelada. O acidente deixou a cachorrinha, hoje com cinco anos, cega. “Ficamos com ela porque nos comoveu. Nos apaixonamos por ela e ninguém ia querer uma vira-lata cega”, diz Carol, que na época já era mãe de Raica (12) e Zara (11). Ambas vira-latas, resgatadas das ruas.
Um outro bom exemplo ganhou repercussão em Belém, no último mês. A saga de uma simpática vira-lata promovida a “relações públicas” de um posto de combustíveis comoveu muita gente ao ser relatada pela jornalista Syanne Neno em uma rede social. Pimenta também foi abandonada e sofreu maus-tratos, mas, assim como Suzi, Raica e Zara, ganhou uma segunda chance na vida.
“O proprietário do posto é um desses anjos na terra que ama e se dedica aos animais. Cuidou de Pimenta como um filho que acaba de gerar. A internou para uma longa recuperação em uma clínica veterinária e ganhou de volta a cadela mais agradecida e amorosa que já vi. Mascote do posto, Pimenta desfila simpatia e carisma. Sua assertividade junto aos clientes do posto que amam animais rendeu a ela uma promoção mais do que justa” postou a jornalista, ao encontrar Pimenta “mais garbosa do que nunca”, com seu crachá preso a uma coleira da Mulher Maravilha.
Mais rígida
De volta às leis, a projeto de lei aprovado pelo Senado aumenta para até quatro anos a pena para quem maltratar animais. A punição pode aumentar em até um terço se o animal morrer. Também prevê multa de até mil salários mínimos (hoje, o equivalente a R$ 954 mil) para os estabelecimentos que permitirem maus-tratos a animais.
Na Câmara, o projeto aprovado aumenta em quatro vezes a pena para quem comete maus-tratos ou abuso contra animais silvestres e domésticos. A proposta altera a Lei de Crimes Ambientais, que já prevê pena de detenção de três meses a um ano para a prática. A punição, agora, passa a ser de um a quatro anos de prisão.
Saiba como denunciar maus-tratos contra animais:
Para delegacias:
- O boletim de ocorrência pode ser registrado em qualquer delegacia, inclusive eletronicamente pelo site de cada departamento;
- A partir da denúncia, a autoridade policial tem o dever de instaurar um inquérito ou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO);
- Se o policial se recusar a registrar a ocorrência, é preciso procurar o Ministério Público, informando dados da delegacia e do policial.
Para Ministério Público:
- As acusações podem ser feitas diretamente aos promotores, que têm autoridade para propor ação contra os que desrespeitam a Lei de Crimes Ambientais;
- O registro pode ser feito pelo site do Ministério Público Federal ou pelas ouvidorias dos Ministérios Públicos estaduais.
Para Ibama:
- O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis também pode ser acionado, principalmente em relação a maus-tratos a animais selvagens, silvestres e espécies exóticas;
- O telefone é 0800 61 8080;
- A denúncia ao Ibama também pode ser feita eletronicamente por meio do site.
Para Secretarias de Meio Ambiente:
- As Secretarias estaduais e municipais também podem receber denúncias de maus-tratos a animais;
- As queixas devem ser feitas nos canais de contato disponibilizados por cada órgão regional;
Se o agressor for um profissional da saúde veterinária, os conselhos regionais da profissão recebem as notificações. A denúncia deve ser encaminhada para o Conselho Regional de Medicina Veterinária do estado.