BRT tintim por tintim
A Conexão AMZ te ajuda a entender as diferenças entre o BRT Metropolitano, que o governo do estado promete entregar em 19 meses, e o BRT Belém, em obra há sete anos
E é nesse cenário, de total descredibilidade, que o Governo do Pará deu início, na última semana, às obras do BRT Metropolitano. Previsto para ser concluído em 19 meses, um a mais que o prazo inicial dado pelo Prefeitura de Belém no longínquo 2012, esse novo BRT, com sobrenome, promete integrar parte da Região Metropolitana de Belém.
Layse Santos, editora da Conexão AMZ, bateu um papo com o professor de Legislação de Trânsito Rafael Cristo, que trabalhou como gestor de transportes no município de Parauapebas, sudeste do estado, e atualmente é diretor executivo da RC Consultoria: Gestão de Segurança Viária e Mobilidade Urbana. Confira na entrevista:
E, abaixo, a Conexão AMZ responde às dúvidas mais frequentes sobre os dois projetos:
1 - Afinal, o que é o BRT?
O BRT (Bus Rapid Transit), ou Transporte Rápido por Ônibus, é um sistema de transporte coletivo de passageiros que proporciona mobilidade urbana por meio de infraestrutura segregada, ou seja, uma faixa exclusiva para ônibus articulados com capacidade para até 190 passageiros. O sistema, que é integrado por meio de terminais e estações de passageiros, é operado por meio de um centro de controle informatizado que monitora rotas, saídas, paradas e tempo de viagem. No Pará, existem dois projetos desse tipo em andamento atualmente: o BRT Belém, obra da Prefeitura Municipal, e o BRT Metropolitano, do Governo do Estado.
2 - Como vai funcionar?
Enquanto o BRT Belém integra bairros – liga São Brás ao Distrito de Icoarací, por meio de um corredor de trafego exclusivo para ônibus rápido nas duas principais avenidas da capital: Almirante Barroso e Augusto Montenegro – o BRT Metropolitano integra os três maiores municípios da Região Metropolitana. Nos dois projetos estão previstas obras de requalificação de vias. Em Belém essa requalificação já foi feita parcialmente na Augusto Montenegro, com construção de passeios, ciclovias, estação de passageiros e recapeamento das pistas.
Na BR 316, além desses itens estão previstas a construção de 13 passarelas, um novo viaduto na altura do Km 6, dois terminais, um em Ananindeua e outro em Marituba, com estacionamentos para carros, motos e bicicleta como parte da integração entre os meios de transportes, e seis estações de passageiros na Almirante Barroso, em Belém, onde já existem estações do projeto da Prefeitura. “Há necessidade de ampliação para que a gente possa atender todas as demandas, pessoas que vêm de Ananindeua, de Marituba e de Icoarací”, explica Eduardo Ribeiro, diretor-geral do Núcleo de Gestão de Transporte Metropolitano (NGTM).
3 - Quanto vai custar?
Com 10,8 km de extensão e a proposta de reconfigurar todo o sistema de mobilidade urbana na Grande Belém, o projeto do BRT Metropolitano custará, inicialmente, cerca de R$ 385 milhões. Já a obra da capital, atualmente, está orçada em R$ 320 milhões.
4 - Quais as vantagens?
Uma das principais vantagens do sistema BRT é a redução no tempo de deslocamento. Hoje, por exemplo, para sair de Marituba e chegar ao Ver-o-Peso, no centro de Belém, gasta-se em média 1h30. Com a implantação do BRT Metropolitano esse tempo pode cair para 30 ou 40 minutos, dependendo do horário. Mas, para o diretor-geral do NGTM, os benefícios para a população vão muito além disso. “É uma obra fundamental para o futuro da Região Metropolitana de Belém. A gente não pode continuar convivendo com a situação caótica que temos hoje em dia. Essa obra é imprescindível para a racionalização do transporte coletivo e da mobilidade urbana em uma cidade que está em expansão.”
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