Cachoeiras na Amazônia: deleite para os olhos e purificação para as almas
Se quando se fala em cachoeiras no Brasil, você lembra logo das chapadas do Nordeste e Centro-Oeste, prepara-se para conhecer as quedas d’água que brotam no meio da floresta Amazônica; um deleite para os olhos e um ritual de purificação para a alma.
“Com certeza, você já se banhou na queda de uma cachoeira, sentindo a sensação da sua alma sendo purificada por inteira”. O trecho da música “Com certeza”, do grupo Planta e Raiz, traduz ao pé da letra a energia que tem atraído cada vez mais turistas para o município amazonense de Presidente Figueiredo, que, não por acaso, já está sendo conhecido como a “Terra das Cachoeiras”.
O título não foi dado à toa. Na região, já foram catalogadas mais de cem cachoeiras em toda a extensão da cidade, que fica a 117 quilômetros de Manaus ou aproximadamente 1 hora e 10 minutos pela rodovia BR-174 (Manaus/Boa Vista).
A cidade, rica em programas de ecoturismo, é uma das queridinhas dos turistas que desembarcam no Amazonas, sendo o segundo destino turístico mais visitado em todo o Estado, que, em 2018, atraiu mais de 152 mil turistas, conforme estimativa da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur). Os turistas podem caminhar em trilhas, tomar banho em corredeiras, observar pássaros, e fazer imersão em cavernas e grutas com pinturas rupestres, além, claro, do banho revigorante da queda de uma cachoeira.
O jornalista norueguês Sverre Graff se encantou com a experiência vivida em Presidente Figueiredo ao conhecer a Cachoeira de Iracema, no quilômetro 115 da rodovia BR-174.
“Espero que as pessoas evitem destruir a floresta, porque a saída para o setor é o ecoturismo, viver do turismo como economia principal. Foi uma experiência fantástica! Em outras palavras, o sentimento é do quão pequenos (Noruega) somos diante da natureza que é tão grande, aqui. Vi pássaros, animais, borboletas, rios. Com certeza uma experiência para o resto da minha vida”, avaliou o profissional.
Caverna Maroaga
Um dos atrativos prediletos do turista que quer imergir no meio da floresta é a Área de Proteção Ambiental (APA) Caverna do Maroaga, que detém uma área de 374.700 hectares de um conjunto de trilhas terrestres e alagadiças, cavernas, grutas e cachoeiras.
A Caverna do Maroaga e a Gruta da Judeia, que ficam no quilômetro 6 da estrada de Balbina (AM-240), são exuberantes em belezas naturais, com espécies nativas da região e de uma ancestralidade indescritível. Ambos os locais têm rochas em arenito, o que segundo os guias de turismo da região, configura que um dia aquela parte da Amazônia já foi banhada por mar.
A Caverna de Maroaga é conhecida por ter sido o refúgio do cacique Maroaga, da tribo Waimiri-Atroari (muito comum naquela região). O indígena lutou contra a construção da rodovia BR-174, na década de 1960, se escondendo nas áreas das grutas e cavernas.
Para acessar a Caverna do Maroaga e a Gruta da Judeia, é necessária a presença de um guia. Grupos de até cinco pessoas pagam R$ 100.