Alpinista voluntário relata frio extremo e chuva no resgate de Juliana Marins

Corpo da alpinista brasileira foi encontrado após quatro dias, em operação marcada por condições climáticas extremas e terreno perigoso

Estadão Conteúdo
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O alpinista voluntário Agam Rinjani, que participou do resgate da brasileira Juliana Marins no monte Rinjani, na Indonésia, relatou em uma live no Instagram as condições climáticas desafiadoras e o terreno instável que colocaram em risco sua vida, a do colega Tyo Survival e da equipe oficial de resgate.

Segundo Agam, o frio intenso, a chuva e a instabilidade do solo tornaram a operação extremamente perigosa. “Não sei como eles conseguiram resistir. Estava muito, muito frio. Se chovesse mais, morreríamos junto. Podíamos cair a qualquer momento”, afirmou com o auxílio de uma tradutora.

A tradutora destacou que “várias vezes o suporte no topo do penhasco desabou, causando queda de pedras e areia. Só por misericórdia de Deus eles não morreram”.

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A compreensão da legislação brasileira é de que esse tipo de traslado é de interesse e responsabilidade individual e familiar, contrariando interesses coletivos. Por isso não deve demandar dinheiro público.

O corpo de Juliana foi encontrado na terça-feira, 24, e o grupo precisou passar a noite no local devido às condições adversas, aguardando o içamento, que ocorreu na quarta, 25.

“Nós passamos a noite inteira à beira de um penhasco íngreme de 590 metros, instalando âncoras para garantir a segurança durante o resgate”, disse Agam. Tyo Survival publicou um vídeo mostrando a equipe no local, próximo ao corpo da vítima.

Agam se apresenta como guia de trilha e especialista em resgate em terrenos verticais e cavernas, enquanto Tyo é especialista em manejo de répteis e abrigos de emergência.

A família de Juliana agradeceu aos voluntários, reconhecendo a coragem deles, mas também criticou a demora do Parque Nacional do Monte Rinjani, acusando-o de “negligência” e afirmando que, se o socorro tivesse chegado em até 7 horas, a jovem poderia estar viva. “Agora vamos atrás de justiça por ela, porque é o que ela merece.”

Juliana caiu do penhasco na sexta-feira, 20, mas só foi localizada na terça-feira, 24. Relatos apontam que o guia teria deixado a brasileira para trás durante a trilha. O governo indonésio justificou a demora pela dificuldade do terreno e o clima imprevisível, que obrigaram a interrupção do resgate diversas vezes.

Em nota, o Ministério Florestal da Indonésia lamentou a morte da brasileira e prestou condolências à família e amigos.

Natural de Niterói (RJ), Juliana tinha 27 anos e viajava pelo mundo. Seu perfil no Instagram registra viagens a países como Espanha, Holanda, Vietnã, Alemanha, Uruguai e Egito, onde fez intercâmbio.

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