Tecnologia democratiza conhecimento e cria mais acessibilidade ao mercado financeiro

Para especialista, inovações trazem “muito mais transparência” e “relativa previsibilidade e métricas claras” aos investimentos

Elisa Vaz
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Com um cenário financeiro em constante transformação, impulsionado pelo avanço tecnológico acelerado, os investidores se veem diante de novos desafios e oportunidades. Nos últimos anos, houve uma revolução na forma como as transações financeiras ocorrem, com a introdução de inteligência artificial, automação e blockchain, entre outras inovações. E compreender melhor os impactos disso na área financeira pode ajudar a antecipar mudanças que moldarão o mercado nos próximos anos.

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A tecnologia nos investimentos nos últimos anos chegou para causar uma disrupção no mercado como “nunca antes visto”, segundo o assessor de investimentos Idean Alves - seja na parte de análise de dados, atendimento ou na captação de clientes, serviços que eram pessoais e manuais e que dependiam de profissionais altamente capacitados, mas que hoje são feitos, em boa parte, por sistemas operacionais. Embora os seres humanos continuem sendo necessários, a apuração, quantificação e metrificação de dados passam por robôs.

Isso tudo traz reflexos positivos para quem investe ou quer entrar nesse universo. Na opinião do especialista, a parte mais interessante é a democratização que vem da tecnologia. “Tudo isso em um tempo cada vez mais curto, tornando os produtos do mercado financeiro cada vez mais baratos e acessíveis. Uma experiência cada vez melhor e personalizada não apenas para o grande investidor, mas também para o investidor de varejo, que consegue ter acesso aos melhores produtos e serviços do mercado financeiro do Brasil e do exterior, estando em qualquer lugar, contando com a orientação de uma inteligência artificial ou de um profissional gabaritado no mercado”, afirma.

A democratização da informação e o melhor acesso aos investimentos disponíveis no mercado são alguns dos benefícios do uso da tecnologia neste setor. Idean ainda lembra que isso traz muito mais ferramentas para o investidor escolher onde investir e fortalece a cultura do "faça você mesmo", “com muito mais transparência e com relativa previsibilidade, métricas claras, o que era uma carência do mercado”.

Desafios

Em contrapartida, o excesso de transformações, na opinião do assessor, abre margem para "barbeiragens". De acordo com ele, se o investidor quiser fazer tudo sozinho, deve ter cautela ao verificar as fontes de informações: profissionais habilitados e capacitados a orientá-lo. Isso pode ajudar a evitar cair em promessas de ganho fácil ou investir em produtos que não casam com o seu perfil de investidor ou necessidade.

Outra preocupação recorrente é quanto à segurança. “É um tema crescente no mundo dos investimentos, em especial pela abundância de informação e acesso de dados de praticamente todos, a um clique de distância. Por isso os bancos e plataformas de investimentos investem cada dia mais em cibersegurança, e pagam inclusive hackers para testar os seus sistemas a fim de identificar falhas e tornar seu ambiente digital mais seguro”, detalha Alves.

O assessor orienta que o investidor sempre verifique a confiabilidade e o nível de segurança da plataforma pela qual negocia, use as recomendações na criação de senhas a fim de evitar a quebra do código, negocie por plataformas que têm como trava de segurança transferência só pelo mesmo CPF e diversifique entre plataformas, reduzindo a dependência do investidor a um único provedor.

Automação

No caso de quem quer delegar a alocação de capital, hoje existem plataformas de gestão de recursos, como os robo-advisors, que fazem a aplicação de acordo com o perfil do investidor e com os percentuais da carteira recomendada, e embasados por dados, sem que isso demande gestão ativa do investidor, em troca de uma taxa de administração e uma taxa de performance, normalmente.

De acordo com o especialista, os robo-advisors trazem comodidade e simplicidade para quem não tem como prioridade se aprofundar na parte de investimentos e prefere delegar a terceiros a tomada de decisão. “Eles são muito bons para o varejo, o grande público, que pode ter acesso a estratégias renomadas e personalizadas de acordo com o seu perfil, horizonte de investimentos e objetivos, contando não apenas com a ajuda da tecnologia, mas de profissionais altamente capacitados e que seriam ‘inacessíveis’ ao pequeno investidor”.

A tendência, na opinião do assessor Idean Alves, é que mais opções completas como essa surjam ao longo dos anos e, quase em um “passe de mágica”, os investimentos aconteçam. Para ele, esse é o futuro do mercado de varejo. “Mas nunca é demais lembrar: ‘é o olho do dono que engorda o gado’. É sempre importante acompanhar os seus investimentos, por melhor que seja a plataforma ou o profissional, porque ajustes de rotas sempre são necessários para se chegar ao objetivo final em segurança”, orienta.

Para se adaptar da melhor forma à inteligência artificial (IA), Alves lembra que os investidores precisam saber fazer as perguntas certas e o que busca com os investimentos - só assim as ferramentas poderão ajudar com todos os dados possíveis para a tomada de decisão. Não existe, no entanto, “fórmula mágica” para ganhos irreais, mas sim a construção de patrimônio financeiro ao longo do tempo, segundo o assessor, e, para ele, a IA otimiza esse processo, ganhando tempo na consolidação de dados, e não atalhos.

Tendências

O futuro do mercado financeiro deve ser de ainda mais democratização e acessibilidade, em qualquer lugar do mundo, adianta Idean. A ideia é que seja possível investir não só no Brasil, mas em todos os mercados, por meio de um click, o que traz competitividade e inovação na criação de ativos, gerando cada vez mais valor e riqueza para a sociedade de um modo geral.

“Tudo isso fundamentado em dados, condensados e consolidados pela IA, o que vai acelerar em anos a tomada de decisão sobre investimentos, seja ela por robôs ou por humanos, o que vai trazer muita eficiência ao mercado e vai tornar ainda mais difícil superar a média de retorno, pois todo mundo de certa forma vai ter acesso aos mesmos dados e às mesmas repostas”. Como a informação estará “na palma da mão”, é possível que o universo de investimentos seja mais cristalino e transparente.

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