Usa muito adoçante? Isso pode envelhecer seu cérebro, aponta estudo

Pesquisa da Faculdade de Medicina da USP revela que consumo de adoçantes está associado a declínio cognitivo acelerado

Hannah Franco
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Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) descobriu que pessoas que consomem grandes quantidades de adoçantes artificiais apresentam um envelhecimento do cérebro acelerado em até 1,6 anos. A pesquisa, publicada na revista Neurology, analisou quase 13 mil brasileiros durante oito anos e apontou que quem toma o equivalente a uma lata de refrigerante zero por dia pode ter piora na memória e na capacidade de raciocínio.

Os pesquisadores acompanharam brasileiros entre 35 e 75 anos, avaliando a dieta e fazendo testes cognitivos em três momentos diferentes. Eles mediram funções como memória de trabalho — que ajuda a guardar informações para usar no dia a dia — e fluência verbal, que é a rapidez para lembrar palavras.

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Quais adoçantes estão ligados ao envelhecimento cerebral?

Foram analisados adoçantes artificiais comuns, como aspartame, sacarina e acessulfame-K, além dos álcoois de açúcar eritritol, xilitol e sorbitol. Todos, exceto a tagatose, mostraram relação com um declínio mais rápido nas funções do cérebro.

Qual é a quantidade de adoçante que pode fazer mal?

O grupo que consumiu mais adoçantes ingeriu cerca de 191 miligramas por dia — equivalente a uma colher de chá ou a uma lata de refrigerante zero adoçada com aspartame. Esse grupo apresentou um declínio cognitivo 62% mais rápido do que quem consumiu apenas 20 miligramas diários, a menor quantidade analisada.

Quem está mais vulnerável aos efeitos dos adoçantes?

Pessoas com diabetes tiveram um declínio ainda mais acentuado na memória e raciocínio. Isso acontece porque o diabetes já é um fator de risco para doenças como Alzheimer, tornando o cérebro mais sensível a impactos negativos.

O estudo prova que adoçantes causam danos ao cérebro?

Não. Os pesquisadores ressaltam que a pesquisa é observacional, ou seja, mostra associação, mas não comprova que os adoçantes causam o envelhecimento cerebral. Mesmo assim, os resultados indicam que o consumo frequente pode ser um fator de risco.

A Organização Mundial da Saúde classificou o aspartame como “possivelmente carcinogênico”, mas a FDA (órgão regulador dos EUA) mantém seu uso como seguro dentro dos limites recomendados. A Associação Internacional de Adoçantes reforça que esses produtos ajudam a reduzir o consumo de açúcar e são seguros segundo estudos globais.

Especialistas recomendam evitar o consumo excessivo de adoçantes artificiais, especialmente para quem tem diabetes ou outros fatores de risco. A pesquisa indica que cuidar da alimentação na meia-idade pode ajudar a preservar a saúde cerebral ao longo da vida.

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