Pesquisa identifica 4 subtipos do autismo; veja quais
A pesquisa fez parte de um dos maiores estudos genéticos sobre o transtorno, o Spark

Com o propósito de investigar cientificamente os diversos graus de autismo, pesquisadores da Universidade de Princeton (EUA) e da Fundação Simons, conseguiram identificar, por meio de um estudo, quatro subtipos biologicamente e clinicamente do transtorno. Os resultados desta descoberta foram divulgados na última terça-feira (8) na Revista Nature Genetics, considerada uma das maiores no ramo internacional.
Inclinados a desvendarem as diferentes categorias do autismo, os estudiosos utilizaram um modelo computacional avançado e agruparam as 5 mil crianças participantes com base em suas mais de 230 características clínicas, comportamentais e de interação social. Como resultado, toda essa análise de dados classificou o transtorno em quatro grupos principais que possuem perfis genéticos únicos e trajetória de desenvolvimentos divergentes.
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Quais são os quatro subtipos do autismo?
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Desafios Sociais e Comportamentais
Nesta categoria, foram identificados 37% dos participantes com traços mais fortes do autismo, como: a ansiedade, a depressão, o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), dificuldades de interação social e comportamentos repetitivos, mas sem o atraso motor ou na fala.
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TEA Misto com Atraso no Desenvolvimento
Já neste subtipo do autismo, foram classificadas 19% das crianças que não possuem ansiedade e nem comportamentos disruptivos, mas que demoram a andar e a falar em um tempo maior que as outras crianças de sua idade.
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Desafios Moderados
Nesta categoria, 34% das pessoas apresentaram os sintomas do transtorno de forma mais leve, não apresentando condições psiquiátricas associadas ao autismo e, tanto a fala quanto o andar delas, foram desenvolvidos no tempo esperado para a sua idade.
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Amplamente Afetado
Neste subtipo, 10% das pessoas participantes foram identificadas como as mais afetadas com as características do autismo, sendo: ansiedade, depressão, alterações frequentes no humor, atrasos no desenvolvimento, e dificuldades com relação ao comportamento e interação social.
Futuras pesquisas sobre Autismo
Apesar desse estudo revolucionar caminhos para a classificação do autismo, esses subtipos ainda não poderão ser aplicados nos diagnósticos clínicos diários. Enquanto isso, os pesquisadores pretendem continuar investigando se outras condições do neurodesenvolvimento, como TDAH e deficiência intelectual, também podem ser categorizadas em outros subtipos como foram os do autismo.
“Com esses achados, estamos abrindo portas não só para entender melhor o autismo, mas também outras condições complexas e heterogêneas”, revela a coautora da pesquisa, Chandra Theesfeld, gerente de pesquisa do Instituto Lewis-Sigler e da iniciativa Princeton Precision Health.
(Victoria Rodrigues, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Luciana Carvalho, editora web em OLiberal.com)
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