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Dores na coluna podem ter origem emocional e múltiplos tratamentos

A lombalgia, popularmente conhecida como dor nas costas, atinge grande parte da população mundial e impacta a rotina diária de milhões de pessoas

Andréia Santana | Especial para O Liberal
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Má postura, longas horas sentado e até o estresse podem estar por trás da lombalgia, a famosa “dor nas costas”, que atinge cerca de 65% da população mundial, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia. O problema se manifesta de formas diferentes em cada pessoa e pode ser tratado por meio de abordagens diversas, desde medicamentos, fisioterapia e cirurgias até alternativas como quiropraxia, acupuntura e massoterapia.

O quiropraxista Guilherme Leroy, que atende em Belém, recebe pacientes diariamente com diferentes diagnósticos e procura melhorar a qualidade de vida física e emocional de quem busca tratamento. Segundo ele, as dores lombares estão entre as que mais afetam seus pacientes.

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“Mais de 70% [dos pacientes] vêm por conta de dores lombares. Muitos não conseguem dizer exatamente como o problema começou, se foi no trabalho ou na atividade física, mas chegam com muitas dores”, contou.

Segundo o profissional, a quiropraxia se diferencia da medicina tradicional por olhar para o indivíduo de forma integral, considerando seus hábitos e rotina. Ainda assim, é um tratamento que caminha junto aos métodos convencionais e não substitui as consultas médicas ou o acompanhamento fisioterapêutico.

“Não desclassificamos a importância da medicina clássica, na realidade nós complementamos esse tratamento. Muitos médicos indicam a quiropraxia ou a acupuntura como recursos terapêuticos para os seus pacientes antes de tomar uma decisão, como fazer uma cirurgia, por exemplo, que muitas vezes é necessária e inevitável”, explicou.

“Os tratamentos conservadores, como a quiropraxia, a acupuntura ou mesmo a fisioterapia, são recursos viáveis para tirar a pessoa do sofrimento. O nosso modelo de tratamento requer um cuidado grande para devolver o conforto ao paciente. Nem sempre conseguimos proporcionar uma melhora significativa no primeiro atendimento, mas com duas ou três sessões já conseguimos retirar a pessoa do quadro de dor, permitindo que ela retorne à atividade física de rotina, seja pilates ou musculação, e siga com outros tratamentos. A quiropraxia não substitui os modelos de tratamento convencionais, ela os complementa”, completou.

Os pacientes atendidos pelo quiropraxista chegam à clínica no bairro do Marco, em Belém, tanto por encaminhamento médico quanto por iniciativa própria, em busca de conhecer métodos de tratamento alternativos. Antes de iniciar qualquer procedimento, é feita uma avaliação detalhada, que pode incluir a análise ou a solicitação de exames, para então definir um plano exclusivo para cada pessoa. Segundo ele, os resultados são perceptíveis não apenas na melhora física, mas também no bem-estar emocional dos pacientes.

“Um dos aspectos mais interessantes nos pacientes é a condição emocional, a mudança em sua expressão. Pessoas com quadro de ansiedade, problemas de sono, zumbido no ouvido e outras condições relatam melhora a partir do tratamento na coluna. Muitos ainda comentam que é impressionante o progresso nos estudos ou no trabalho”, disse.

Melhora na coluna foi essencial para atleta

O atleta de jiu-jitsu Cláudio Santos convivia diariamente com dores na coluna desde uma lesão em 2023, que acabou limitando alguns movimentos e prejudicando seu preparo e desempenho em competições. Para ele, o tratamento com a quiropraxia foi essencial para voltar a competir.

“Então eu não conseguia fazer coisas básicas, como abaixar ou pegar algo do chão. Procurei muitos médicos, fiz muitos exames, mas nada realmente resolveu minhas dores para que eu pudesse voltar a praticar o esporte, nem treinar eu conseguia. Minha mãe viu o tratamento de quiropraxia na clínica, e o Dr. Leroy realizou alguns procedimentos na minha coluna. No dia seguinte eu estava perfeito, conseguia carregar peso, e as minhas competições deste ano só foram possíveis graças ao tratamento, sem ele eu não conseguiria seguir o plano de competição”, contou.

Emocional afetou empresária

A empresária Flávia Moraes buscou atendimento na clínica onde o quiropraxista Guilherme Leroy atende, após enfrentar um quadro de estresse emocional intenso, que desencadeou fortes dores na coluna. Apesar de ter consultado médicos e realizado diversos exames, não conseguia obter um diagnóstico definido.

“Mais ou menos um mês atrás eu estava voltando para casa e tive um ataque no trânsito, com coração acelerado e tontura, não consegui mais sair do lugar. Tive que sair de ambulância. A partir daí procurei vários especialistas de todas as áreas, mas não dava resultado, nada aparecia nos exames. A gente já fica sem esperança, mas quando cheguei aqui, fizeram um tratamento de quiropraxia aliado a outros procedimentos, e depois desse dia já fui para casa bem melhor. Eu tinha muitas dores no pescoço, coluna, além da ansiedade e crise de pânico, tudo isso desencadeou até chegar ao ponto de eu ter essa crise”, contou.

Segundo ela, o tratamento trouxe melhora na qualidade de vida, com avanços simultâneos no bem-estar físico e emocional.

“Eu era estressada, sentia muita tontura, muita dor na cabeça há nove anos, e achava que aquela dor era normal. Cheguei a tomar remédios e fui a todos os especialistas que você imaginar. Hoje já consigo cuidar melhor dos meus filhos, cozinhar, coisas que eu não fazia mais, eu não tinha paciência para nada. Hoje me sinto outra pessoa”, afirmou.

Ortopedista alerta para principais cuidados com a coluna

Além da quiropraxia, existem diversos tratamentos alternativos à fisioterapia e aos medicamentos, como RPG, pilates, massoterapia e hidroterapia, entre outros. No entanto, o ortopedista especialista em coluna Marcelo Brito, de Belém, alerta para a importância de escolher cuidadosamente o profissional e seguir as orientações médicas, especialmente no caso de idosos.

“Os tratamentos alternativos, realizados por bons profissionais, podem trazer melhora ao paciente, mas movimentos com estalos muito bruscos podem oferecer risco de causar algum dano, especialmente em pessoas mais idosas. É preciso cuidado e realizar os procedimentos com profissionais sensatos e bem formados. É uma situação perigosa, que precisa ser muito bem avaliada, e o paciente precisa buscar bons profissionais”, explicou.

Segundo o médico, para que a dor na coluna seja considerada crônica, ela precisa persistir por mais de três meses, geralmente afetando adultos em idade produtiva, mas podendo atingir também jovens e idosos. As causas são variadas, sendo frequentemente relacionadas ao desgaste dos discos intervertebrais, influenciado por fatores como genética, peso, idade, postura e tipo de trabalho. Além dos aspectos físicos, questões emocionais também podem contribuir para o problema.

“A gente nunca vai partir do princípio de que a dor é emocional, mas sim que é física, e vamos excluindo essas causas físicas com exames. Não havendo um fundamento físico para explicar aquela dor, podemos chegar a um diagnóstico de que seja emocional. Às vezes até ofende o paciente falar em dor emocional, porque ele não sabe que aquela dor está ligada a uma tensão ou ansiedade dele. Quando não encontramos respostas físicas ou orgânicas, podemos concluir que aquela dor real que ele sente, de fato, é influenciada por fatores emocionais”, afirmou.

Ainda segundo o médico Marcelo Brito, alguns hábitos simples do dia a dia podem contribuir para a melhora da lombalgia.

“Postura adequada, peso controlado, sono de qualidade, equilíbrio emocional, evitar tensão e ansiedade, tratar depressão se houver, e praticar atividade física regular, incluindo fortalecimento e alongamento muscular adequados”, recomendou.

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