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Diabetes: veja como a prática de exercícios físicos pode agir como prevenção e tratamento

Especialista alerta para a monitoração dos níveis de glicose antes, durante e após os exercícios

Lucas Quirino
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A prevenção e o tratamento do diabetes também incluem a prática de atividade física, que é capaz de ajudar a melhor a qualidade de vida, controlando a glicemia e reduzindo a necessidade de medicamentos. Além disso, a atividade física é benéfica para a imunidade, cognição e tem ação anti-inflamatória. Entretanto, essa rotina de um paciente com diabetes requer acompanhamento de especialista e teste de glicemia antes, durante e depois dos exercícios, conforme explica o endocrinologista paraense Rubens Tofolo Júnior, presidente da Regional da Sociedade Brasileira de Diabetes.

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“A diabetes é uma deficiência na produção de insulina pelo pâncreas, podendo ser total (diabetes 1), sem carga genética, pois o próprio organismo do paciente desenvolve anticorpos que destroem as células do pâncreas que produz insulina, sendo apenas 10% dos casos. Já nos casos da diabetes Parcial, tipo 2, representam cerca de 90% dos casos e possui caráter hereditário. Se um dos pais tem diabetes tipo 2, a chance do filho ter também é de 40%, mas, em casos em que tanto o pai quanto a mãe tiverem essa modalidade, as chances disparam para 70%”, explica o médico.

Rubens Tofolo destaca que os principais sintomas da diabetes são o aumento na frequência urinária, o indivíduo passa a sentir mais fome e sede do que de costume, e em alguns casos, ele apresenta uma perda de peso significativa. Ele aponta também que a obesidade tem uma relação muito forte com a diabetes, pois 40% das pessoas obesas se tornam diabéticas, por isso que a atividade física atua na prevenção e tratamento da doença.

Prevenção e tratamento

Conforme o médico endocrinologista e presidente da Regional Pará da Sociedade Brasileira de Diabete, Rubens Tofolo, a prevenção do diabetes envolve alimentação saudável, atividade física e controle do peso. A prática de exercícios não só ajuda na prevenção, mas também no tratamento, melhorando a qualidade de vida, controlando a glicemia e reduzindo a necessidade de medicamentos. Além disso, a atividade física traz benefícios para a imunidade, cognição e tem ação anti-inflamatória.

"Nos últimos 20 anos, houve uma revolução nos remédios para diabetes. Antes, os medicamentos agiam no pâncreas, aumentando a produção de insulina, o que podia levar à exaustão do órgão. Agora, surgiram medicamentos que atuam em outros órgãos, como intestino, fígado e rins, além de alguns que afetam até o cérebro", afirma.

"Isso melhorou significativamente a qualidade de vida dos pacientes, reduzindo complicações. Apesar de não haver cura para a diabetes, essas novas medicações têm sido eficazes. Quanto ao exercício, é importante adaptá-lo às necessidades de cada paciente", completa.

A importância da atividade física

O especialista revela que a atividade física é fundamental tanto para crianças e adolescentes, quanto para adultos, especialmente para aqueles que têm diabetes tipo 1 ou tipo 2.

"No caso das crianças e adolescentes, recomenda-se 60 minutos de atividade física por dia, pelo menos três vezes por semana. Isso é importante porque o diabetes tipo 2 tem se manifestado com mais frequência nessa faixa etária devido ao aumento da obesidade infantil, sendo o Brasil o país com o maior índice de obesidade infantil no mundo", informa.

Já para adultos com diabetes, a recomendação é de 150 minutos de atividade física por semana, divididos em pelo menos três sessões. Isso porque os benefícios da atividade física duram até 48 horas, então é importante manter uma rotina regular. "A combinação ideal incluiria exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida ou natação, juntamente com exercícios de resistência, como musculação", diz.

"No entanto, o mais importante é escolher uma atividade que o paciente goste, pois isso aumenta a adesão e os benefícios gerais para a saúde. Além disso, é fundamental ter uma abordagem multidisciplinar no tratamento do diabetes, envolvendo profissionais como educadores físicos, nutricionistas, psicólogos e farmacêuticos. Isso garante um cuidado mais abrangente e eficaz para os pacientes", completa.

Prevenção da hipoglicemia durante e após o exercício

A monitorização dos níveis de glicose antes, durante e após o exercício, juntamente com a correção adequada caso necessário, é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar de pacientes diabéticos, segundo o médico.

"É importante monitorar os níveis de glicose, ajustar a medicação e a alimentação conforme orientação médica, além de manter-se hidratado e atento aos sinais do corpo", declara.

Além disso, a orientação sobre os sinais de hipoglicemia e as medidas a serem tomadas em caso de ocorrência é crucial para que tanto os próprios pacientes quanto os profissionais que os acompanham estejam preparados para lidar com essa situação. A escolha do local de aplicação da insulina em relação ao tipo de exercício a ser realizado também é uma informação relevante para evitar complicações.

"Glicose entre 100 a 200 antes do treino, ta ok. Se tiver abaixo, é para ingerir carboidrato de rápida absorção, como mel, salada de frutas, copo de suco de laranja. Maior que 200, não pode treinar, aplica insulina e posterga o treino", informa.

Sintomas de hipoglicemia durante o treino

- Ficar mais gelado

- Sudorese

-Palpitações aceleradas

Recomendações: sempre andar com sachê de mel ou açúcar. Se for fazer exercício de perna ou caminhada, aplicar insulina na barriga ou braço. Se for treinar braço, aplicar insulina na barriga ou na perna, para evitar o risco de ela ser absorvida mais rápido e gerar hipoglicemia.

Simpósio sobre endocrinologia esportiva em Belém

A capital paraense sedia neste sábado, 13 de abril, o simpósio “Diabetes, Exercício e Esporte”, realizado pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a partir das 8h, no hotel Grand Mercure, com a participação de palestrantes de referência nacional. As inscrições para a participação presencial são limitadas a 70 vagas e online sem limite de participantes, com transmissão ao vivo para todo o Brasil.

A programação do evento conta com palestras de autoridades em Diabetes, como o endocrinologista pernambucano Ruy Lyra, presidente nacional da SBD; o também endocrinologista e pneumologista paraense Rubens Tofolo Júnior, presidente da Regional Pará da entidade; o professor e mestre em Ciências Antonio Roberto Doro; o médico Roberto Zagury, membro do departamento de Diabetes Meutilus, Exercício e Esporte da SBD; e o professor de Educação Física Flavio "Doce" Aguiar, Embaixador SBD do Exercício e Esporte.

O Simpósio tem inscrições gratuitas para participação presencial e online, através da página oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes, por este link.

Lucas Quirino (estagiário sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

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