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Dia Mundial do Câncer: especialistas falam sobre a importância da prevenção

O diagnóstico tardio é apontado como um 'vilão' para o controle do câncer no Brasil

Kamila Murakami

De acordo com um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), no qual foram ouvidos 760 oncologistas, 31% dos profissionais consideram o diagnóstico tardio como um dos principais problemas para o controle do câncer no Brasil. Neste domingo (04), data em que marca o Dia Mundial de Combate ao Câncer, especialistas alertam sobre a importância do diagnóstico precoce para o enfrentamento da doença, que é a segunda que mais mata no mundo, com cerca de 9,6 milhões de mortes anuais

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Ainda segundo a pesquisa, o maior problema para controle da doença é a dificuldade de acesso a novos tratamentos. Além disso, 19% dos oncologistas apontam as falhas no acesso, a qualidade dos exames de detecção e o controle do câncer.  E outros 5% reclamam da falta de campanhas ou programas eficientes de conscientização e prevenção. 

“A partir dessas informações, a SBOC tem buscado ampliar parcerias para auxiliar o governo e demais tomadores de decisão em diferentes ações voltadas ao acesso a novas terapias. Em nossos eventos e canais de comunicação com a sociedade, também temos promovido diferentes ações de conscientização e prevenção do câncer", explica a presidente da SBOC, Anelisa Coutinho.

Treinamento 

O Sistema Único de Saúde (SUS), a SBOC vai oferecer, por meio de parcerias, um treinamento virtual sobre oncologia clínica direcionado para os agentes comunitários de saúde. O conteúdo será disponibilizado pelo aplicativo Con.te, plataforma voltada a esses profissionais e mantida pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Grupo Laços. “A atuação da SBOC neste projeto será de curadoria e produção de conteúdos técnicos sobre oncologia com foco nos agentes de saúde”, explicou a SBOC.

Câncer de mama

O câncer de mama é o primeiro mais incidente, atingindo 10,5% da população, seguido do câncer de próstata, com 10,2%. Segundo uma estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil pode ter cerca de 700 mil novos casos de câncer por ano entre 2023 e 2025.

Prevenção

O Ministério da Saúde recomenda que mulheres com idade entre 50 a 69 anos realizaem, a cada dois anos, a mamografia de rastreamento, quando não há sintomas. O objetivo é identificar o câncer antes do surgimento de sintomas.

Segundo uma pesquisa solicitada por um laboratório farmacêutico, revelou que a disseminação da prevenção ao câncer de mama ainda é baixa no Brasil. Segundo o estudo, apenas dois terços das 1.007 entrevistadas realizam autoexame, exames clínicos e mamografias, quando estimuladas e orientadas por seus médicos. Os dados mostram que 64% das brasileiras acreditam que o câncer de mama se desenvolve exclusivamente de forma hereditária.

Os números também indicam que 42% das mulheres nunca realizaram a mamografia, porque algumas se consideram jovens demais e outras alegam falta de pedido médico. Foram entrevistadas mulheres entre 25 e 65 anos. A pesquisa O que as mulheres brasileiras sabem sobre o câncer de mama, atitudes e percepções sobre a doença mostrou que sete em cada dez mulheres consultaram ginecologistas no último ano, com variações notáveis entre as classes sociais. Entre as classes mais altas e com maior escolaridade a taxa é de 80, enquanto 2% das entrevistadas afirmam nunca terem consultado ginecologista.

Com relação à realização do exame de mamografia, 49% das mulheres afirmam que fazem regularmente. Pelo menos 60% são das classes A/B, enquanto 37% são das classes D/E. Duas em cada dez mencionaram que o exame foi realizado porque o médico solicitou (20%), enquanto 16% afirmaram que o fizeram devido à sensação de um caroço ou nódulo.

A recomendação do Ministério da Saúde é que a mamografia de rastreamento, aquela que é feita quando não há sinais nem sintomas, seja realizadas em mulheres com idade entre 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos, como forma de identificar o câncer antes do surgimento de sintomas.

A diretora de oncologia do laboratório responsável pela pesquisa, Flávia Andreghetto, ressaltou que é preciso ter um diálogo aberto e claro com as mulheres devido à importância da conscientização sobre os problemas que podem afetar a saúde feminina. "Ao considerar que muitas mulheres já compreendem que a detecção precoce da doença pode significar uma perspectiva de vida melhor, tornando-se crucial quando se aborda os diferentes subtipos, diagnosticar a doença nos estágios iniciais pode culminar em tratamentos mais eficazes, oferecendo, conforme o subtipo, opções mais vantajosas para as pacientes", disse.

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