Câncer ginecológico: o que é? Médica ginecologista explica quais são os sintomas e como prevenir
De acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer - Inca, há aproximadamente, cerca de 30 mil casos de cânceres ginecológicos no Brasil.

Você já ouviu falar em câncer ginecológico? Esse tipo de câncer afeta os órgãos do aparelho reprodutor feminino e, infelizmente, ainda é uma das causas mais comuns de morte entre mulheres no Brasil. A boa notícia é que, geralmente, pode ser prevenido ou tratado com sucesso, se diagnosticado precocemente.
Se em outubro as atenções estão voltadas às campanhas de câncer de mama; em paralelo, no mês de setembro há a campanha do "Setembro em Flor" reforça a importância da informação, do cuidado com o corpo e da realização de exames regulares.
Pensando no seu bem-estar o OLiberal.com conversou com a médica Anne Rosado, ginecologista e mastologista e especialista em ginecologia e obstetrícia pela AMB (Associação Médica Brasileira) para entender o que é o câncer ginecológico, como ele surge e como se proteger.
O que é câncer ginecológico?
O termo “câncer ginecológico” se refere a vários tipos de câncer que acometem o sistema reprodutor feminino. De acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer - Inca, há aproximadamente, 704 mil novos casos de câncer no Brasil em 2025. De todos, cerca de 30 mil são cânceres ginecológicos. As áreas do sistema reprodutor feminino mais afetadas são o colo do útero, ovários e o corpo do útero (endométrio).
Os principais cânceres ginecológicos são:
- Câncer de colo do útero (ou câncer cervical)
- Câncer de ovário
- Câncer de endométrio (revestimento interno do útero)
- Câncer de vulva
- Câncer de vagina
Cada um tem suas características e sintomas específicos, mas todos têm algo em comum: quanto mais cedo forem descobertos, maiores as chances de cura.
A ginecologista Anne Rosado ressalta a importância da prevenção, principalmente, pelo câncer de colo de útero, provocado pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano):
"O HPV é um vírus sexualmente transmissível. E a proteção deve começar antes do início da vida sexual. Quando a vacina contra o HPV tem grande eficácia. É por isso que a vacina está disponível nos postos de saúde para meninas e meninos entre 9 e 14 anos. Todas as crianças e adolescentes precisam se vacinar. Isso é fundamental. Aliás, esse ano o Ministério da Saúde ampliou a faixa etária. Está disponibilizando a vacina também para faixa etária de 15 a 19 anos.", informou.
Ela ainda enfatizou o cuidado com meninos em relação ao câncer ginecológico:
"O HPV também pode causar câncer de pênis, garganta, anos e outros tipos. Por isso, precisamos proteger os meninos e as meninas. Então, se esse é um vírus sexualmente transmissível, precisamos destacar outro fator de proteção primordial, que é o preservativo. Vacina e camisinha formam a dupla obrigatória para a nossa saúde.", contou.
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Quais são os sintomas mais comuns de câncer ginecológico?
Os sintomas podem variar segundo o tipo de câncer (alguns podem ser assintomáticos) mas é importante ficar atenta a sinais como:
- Sangramento vaginal fora do período menstrual ou após a menopausa
- Corrimento vaginal com odor forte ou cor incomum
- Dores na região pélvica ou durante as relações sexuais
- Inchaço abdominal frequente e sem explicação (no caso de câncer de ovário)
- Coceira, feridas ou manchas na vulva
Atenção: Muitas vezes os sintomas podem ser confundidos com problemas menos graves. Por isso, o ideal é não ignorar os sinais do corpo e buscar um ginecologista.
Como prevenir o câncer ginecológico?
A prevenção começa com hábitos simples de autocuidado e check-ups regulares. Veja algumas dicas essenciais:
1. Faça o exame Papanicolau
- É o principal exame para detectar lesões no colo do útero antes que evoluam para o câncer. Deve ser feito, pelo menos uma vez por ano, por mulheres que já iniciaram a vida sexual." Pode fazer dois exames de controle, o conhecido Papa Nicolau e o DNA HPV, que está sendo implantado inclusive na rede pública. A coleta é uma só. É feita no consultório, é rápida e endolor. O médico explica as vantagens de cada exame", explica a ginecologista.
2. Tome a vacina contra o HPV
- O vírus HPV está relacionado a até 99% dos casos de câncer do colo do útero. A vacinação é gratuita no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos.
3. Mantenha hábitos saudáveis
- Evite o tabagismo, pratique atividades físicas, mantenha uma alimentação equilibrada e cuide da saúde íntima, utilizando preservativos em cada relação sexual. É importante também conhecer o histórico de saúde das mulheres da família.
4. Vá ao ginecologista regularmente
- Mesmo sem sintomas, é importante visitar o médico pelo menos uma vez ao ano.
(Gabrielle Borges, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Enderson Oliveira, editor web de OLiberal.com)
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