‘Precisamos de ambição máxima’, diz secretário executivo da ONU Clima sobre resultados da COP 28

Em entrevista coletiva, Simon Stiell disse que governos precisam dar ordens claras aos seus negociadores para os avanços necessários

Ádria Azevedo | Especial para O Liberal
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O secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), Simon Stiell, convocou coletiva de imprensa nesta quarta-feira (6), em Dubai, durante a COP 28, para criticar a falta de avanço nas negociações da conferência do clima. “Precisamos de um trem de alta velocidade para acelerar a ação climática. Hoje, temos uma carruagem velha a andar sobre trilhos frágeis”, alertou Stiell. 

Para o secretário-executivo, a menos de uma semana para o fim da COP 28, ainda não há um entendimento sobre o texto final da conferência, sobretudo na questão sobre os combustíveis fósseis, questão-chave do encontro em Dubai. 

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"Temos um texto de partida em cima da mesa, mas é um monte de desejos cheio de posturas. É imperativo separar o joio do trigo. Se queremos salvar vidas e manter o objetivo de [limitar a temperatura global em] 1,5°C, os objetivos mais ambiciosos da COP devem permanecer no centro do debate”, afirmou.

Stiell declarou que não está havendo comprometimento das partes e que os governos devem dar ordens para seus negociadores avançarem nas discussões sobre transição energética e financiamento climático.“Sejamos honestos: as boas intenções não vão reduzir pela metade as emissões nesta década nem salvar vidas neste momento. Só um progresso sério em financiamento pode produzir resultados na linha da frente”, pontuou. “Todos os governos devem dar ordens claras aos seus negociadores: precisamos de ambição máxima, não de marcar pontos ou de políticas de menor denominador comum”, completou.

Sobre a transição energética, há três opções consideradas na conferência. Na primeira, é proposta a eliminação dos combustíveis fósseis, mas sem data definida; na segunda, é estabelecido o meio do século como meta; na terceira, afirma-se que é melhor não decidir nada sobre o assunto. A decisão sobre o tema é considerada a mais importante desde o Acordo de Paris, de 2015. A transição para fontes renováveis de energia encontra resistência de países utilizadores ou produtores do petróleo, como são os próprios Emirados Árabes Unidos, que sediam a COP 28, em Dubai.

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